Esta história precisa ser contada com um pouco mais de detalhes, pois desenhar esta casa, foi um exercício de tentativa e erro, com base apenas, inicialmente, nas informações de duas pessoas, a quem irei aqui descrever com enorme gratidão: Ilse Miguelina Puhl, e Dirceu Hugo Daros.
Esta história começa quando, ao desenhar o Hospital de Caridade Santa Teresinha, das páginas anteriores, minhas lembranças chegavam à uma informação, a mim passada, pela minha avó, Maria Elisa Dias Cardoso, e também pelo Dr. Erico Albrecht, Médico e dono do hospital, por muito tempo. Diziam eles que aquele hospital havia sido construído por um certo Valentim Puhl. E era tudo o que era dito. E nada se sabia de João Valentim Puhl, até aqui. Percorri (virtualmente) os mais idosos de meus grupos nas redes sociais, perguntando se alguém sabia alguma coisa sobre Valentim Puhl, mas a resposta era um grande vazio. Um amigo, mais velho que eu, Sergio Bertoja, disse que ouviu sua mãe, dona Lacy Bertoja, dizer, que havia uma família Puhl, em Gramado, mas que fora embora nos anos 50. E era toda a informação que eu tinha.
Determinado a encontrar, no mínimo, alguma referência ao Valentim Puhl, fui procurar no Facebook, como também no Google, por este nome e nome da família, ao que aparecem em localidades distintas, sobrenomes “Puhl”. Encontrei então uma comunidade desta família, e solicitei ingresso, justificando minha ousadia de invadir seu espaço. Prontamente fui aceito, e enviei as imagens do hospital e mais outras, a apresentação do livro, e contei a história, e também a razão desta busca. Travei amizade com um membro da família, sr Celso Puhl, que contou-me que são da região do município de Santo Cristo, no Rio Grande do Sul, e que ele, Celso morava em Santa Rosa, a “terra da Xuxa” (está neste livro a casa de Bernardina Meneghel, (tia da Xuxa) que morou em Gramado), mas que nunca tinha ouvido falar de Valentim. Celso prometeu-me visitar um parente que tem um livro de genealogia da família, mas ficou nisso. Não prosperou a informação.
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Enquanto isso, conheci outra pessoa, também da família Puhl, que relatou conhecer um parente do João Valentim Puhl. E pouco tempo depois, adicionou-me no whatsapp, outro Celso Puhl, mas que não tinha nenhuma ligação (talvez distante apenas) com o primeiro Celso, e numa breve conversa, contou-me que era neto de João Valentim, filho de dona Ilse Miguelina Puhl, com 96 anos de idade, e perfeitamente lúcida, simpática, gentil. Em poucos instantes, estávamos numa "live", onde perguntei muitas coisas, e ouvi a seguinte história:
”Meus pais moravam em São Sebastião do Caí, e mudaram para Linha Imperial, em Nova Petrópolis” – contou Ilse. “Meu pai era alfaiate, e minha mãe, Lúcia Matilde Puhl era paciente do Dr Carlos Nelz. Era aminha mãe, a grande empreendedora, dinâmica, da família Stürmer. Foi a partir dessa amizade, incentivada pelo Dr Nelz, que meus pais alugaram uma casa da família Daros (Augusto Daros), e nela, montaram um pequeno hospital, com cerca de oito quartos.”
A conversa seguiu por mais alguns minutos, e ficou marcado um novo encontro, em outra oportunidade. Porém, embora com estas ricas informações, infelizmente, dona Ilse não dispunha de uma fotografia desta casa. Mas, como acaso não é algo em que eu acredito, a palavra-chave para localizar outras informações eram o sobrenome: Daros! Augusto Daros, era o avô da saudosa historiadora Marília Daros, e de seu ainda saudável irmão, Dirceu, que tornou-se um grande colaborador deste trabalho, trazendo memórias valiosas sobre outras casas e histórias aqui levantadas. E em cheio, acertado: Dirceu sabia da casa, e mais ainda, havia morado por sete anos no lugar, pois assim que foi concluído o novo hospital, Hugo e Soely Daros, foram morar na casa. Dirceu, então, relatou que havia oito quartos na parte de cima da casa, o que combinou com a informação de Dona Ilse, sobre os oito quartos. Mas Dirceu foi ainda mais preciso, informando que os quartos estavam na parte de cima, o que chamamos de Sótão.
Foi assim, que, juntando as informações e observações que eu já havia coletado sobre os padrões arquitetônicos da Gramado da primeira metade do século XX, e aventurei-me a traçar a volumetria da casa, uma vez que não haviam fotos disponíveis com esta informação. Isso feito, enviei ao Celso Puhl, para que mostrasse à mãe, e pudesse ela, corrigir os detalhes, já com um esboço na frente. Dona Ilse confirmou que, sim, de acordo com suas lembranças, a casa erra assim mesmo.
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A conversa seguiu por mais alguns minutos, e ficou marcado um novo encontro, em outra oportunidade. Porém, embora com estas ricas informações, infelizmente, dona Ilse não dispunha de uma fotografia desta casa. Mas, como acaso não é algo em que eu acredito, a palavra-chave para localizar outras informações eram o sobrenome: Daros! Augusto Daros, era o avô da saudosa historiadora Marília Daros, e de seu ainda saudável irmão, Dirceu, que tornou-se um grande colaborador deste trabalho, trazendo memórias valiosas sobre outras casas e histórias aqui levantadas. E em cheio, acertado: Dirceu sabia da casa, e mais ainda, havia morado por sete anos no lugar, pois assim que foi concluído o novo hospital, Hugo e Soely Daros, foram morar na casa. Dirceu, então, relatou que havia oito quartos na parte de cima da casa, o que combinou com a informação de Dona Ilse, sobre os oito quartos. Mas Dirceu foi ainda mais preciso, informando que os quartos estavam na parte de cima, o que chamamos de Sótão.
E assim, Gramado já sabe um pouco mais de sua história quase esquecida.
Primeiros estudos "as cegas"
Hospital (ou hospitais) Santa Teresinha, de Gramado - Onde tudo começou (dpacard.blogspot.com)
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