AD SENSE

quarta-feira, 18 de março de 2020

Os cavalos de Maomé, e a crise do Corona Vírus - Uma visão bíblica da Esperança (Josué 1:1-11)



Há uma lenda que circula no meio islâmico a respeito da origem do cavalo  puro sangue árabe, como é conhecido entre nós. Seu  nome em árabe é: Kamsa Al Razul Allah (As Cinco do Profeta). Reza a lenda que o Profeta, certo dia, acampou às marges de um ribeirão de águas límpidas, mas confinou cem cavalos por vários dias *alguns falam em 40 dias) sem água nem comida. Ao cabo de certo tempo, Maomé chamou os animais, e apenas cinco éguas correram alegremente eu sua direção, resistiram à sede, fome, e mantiveram a docilidade esperada de um bom cavalo. Nasce aí uma linhagem que, segundo acreditam, perdura até o dia de hoje.

Ainda percorrendo a sabedoria popular, há um adágio que diz: "É o mar bravio que prepara o bom marinheiro". Ou outro, que diz:  "São as topadas que engrossam o dedão". De toda sorte (ou falta dela), estamos falando de sofrimento na nossa jornada pela vida. Muito sofrimento. Muitas noites insones. Muitas lágrimas. 

Há, porém, em toda a adversidade, uma limonada, uma lição, e uma decantação de caráter. Há os perversos, que exploram a desgraça para obter lucros e vantagens, mas há também aqueles que disseminam exemplos dignos de admiração. Vou passar a trazer aqui estes modelos, para que sirvam de inspiração aos que, em algum momento se sentem desanimados e opressos pelas incertezas que despejaram, de um momento a outro em nossas vidas.

Minha passagem bíblica favorita é Josué 1:1-1, que diz assim:
E sucedeu depois da morte de Moisés, servo do SENHOR, que o SENHOR falou a Josué, filho de Num, servo de Moisés, dizendo:
Moisés, meu servo, é morto; levanta-te, pois, agora, passa este Jordão, tu e todo este povo, à terra que eu dou aos filhos de Israel.
Todo o lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado, como eu disse a Moisés.
Desde o deserto e do Líbano, até ao grande rio, o rio Eufrates, toda a terra dos heteus, e até o grande mar para o poente do sol, será o vosso termo.

Ninguém te poderá resistir, todos os dias da tua vida; como fui com Moisés, assim serei contigo; não te deixarei nem te desampararei.
Aqui D-s está confirmando que haverão inimigos pela frente. Estes inimigos poderão ser pessoas, animais, doenças, calamidades, infortúnio financeiro, ou angústia., mas sejam quais forem eles, nenhum deles prosperará em suas más intenções, contra ti.
D-s também não estabelece prazo para esta proteção e bênção, mas diz que serão ilimitados. Cartão livre para gastar por conta do Tesouro do Céu. O tempo todo.

D-s evoca a Si o testemunho dos dias passados, propondo a Josué, que foi testemunha permanente dos cuidados do Eterno, e que viu todos os milagres proporcionados ao povo, nos dia em que Moisés comandava a caminhada. Está assegurando que não haverá mudança de diretrizes, nem de cuidados. E este testemunho, estas lembranças, fortalecerão os dias de incerteza. 
As lembranças do que tem feito D-s em nossa jornada, das vezes em que nos livros das armadilhas de satã, deve fortalecer nossos passos, hoje e sempre.
Esforça-te, e tem bom ânimo; porque tu farás a este povo herdar a terra que jurei a seus pais lhes daria.
O Eterno dá à Josué uma ordem: Não seja frouxo. Nada será fácil. Nada será dado de mão beijada, mas tens que fazer a tua parte, se queres que as coisas aconteçam. D´s não sustenta vadios, mas não permite que nada falte à quem obedecer às suas orientações.
Ordena O Altíssimo, que  Josué não desanime, e não deixe que os que estão consigo, isto é, o povo todo, desanimem. Se D-s pede que provoquem o ânimo, é porque está também dizendo que às vezes o perigo parece ser mais forte do que a nossa determinação de vencê-lo. Não é. Somos mais fortes, ainda que pareçamos ser frágeis. Nossa força pessoal tem limite, mas é na fraqueza que nos tornamos fortes. Se te mostrares fraco no dia da angústia, é que a tua força é pequena, diz O Senhor, no Livro dos Provérbios,24:10 D-s diz com isso que mesmo que pareçamos frágeis, não podemos demonstrar esta fraqueza aos que dependem que não nos encurvemos diante dos desafios. Cabe aos que forem líderes, que fortaleçam o ânimo daqueles que esperam mais do que ordens. Temos uma guerra por vencer e iremos vencê-la, é o que diz D-s à Josué.
E nenhuma ordem divina vem sem uma recompensa. D-s não vai a uma festa sem levar um presente. Toda batalha, seja física ou espiritual, será coroada com recompensa, ao final. os despojos serão fartos aos que não se dobrarem ao desânimo.

Tão-somente esforça-te e tem mui bom ânimo, para teres o cuidado de fazer conforme a toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda, para que prudentemente te conduzas por onde quer que andares.
Aqui O Eterno repete a ordem anterior, para que não haja nenhuma dúvida, quando ao que foi dito, ao que deverá ser cumprido, e à recompensa ao final. Mas há uma condição para que as bênçãos sejam distribuídas: Cumprir a Lei! D-s tem agentes nesse mundo, que são as autoridades, e ainda que não gostemos delas, nenhuma autoridade há sem que tenha sido instituída por determinação e permissão do Céu. As Leis são orientadores, guias, para nossa jornada, são os sinais de trânsito pela vida, e tão somente as tenhamos cumprido, já estaremos validando ou "vouchert", o recibo de crédito das bênçãos que esperamos receber.
Não nos desviarmos nem para a direita, nem para a esquerda, diz claramente que devemos ter bom senso, equilíbrio, não nos deixarmos levar pelas paixões exacerbadas em favor de um lado ou de outro. Haverá sempre duas razões nos embates, e ambas tem fortes argumentos para que nos convençamos de sua validade, ao nos decidirmos por uma ou por outra, mas seja qual for a escolhida, não podemos satanizar a que foi preterida, posto que ambas possuem verdades a serem consideradas. Tenhamos bom siso, boa conduta e equilíbrio nas escolhas. Na dúvida, não estacionemos, até que tenhamos refletido, analisado demoradamente cada detalhe e só aí devemos tomar a decisão que nos pareça a mais justa.
Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido.
Conhecer qualquer tipo de lei é uma obrigação de todas  as pessoas. Existem leis difíceis de serem interpretadas, ou porque o legislador não foi claro o suficiente na sua redação, ou porque o povo não dedicou-se a conhecer as leis com profundidade, legando aos sábios, aos mais experientes, que o façam por si, correndo o risco de que não haja honestidade por parte dos sábios, e que usem este conhecimento como forma de dominação espiritual, tornando as pessoas dependentes de seu conforto em tempos de crise, e em troca, prestam-lhes obediência, além de tributos, e regalias.
Há porém aqui uma promessa: para que prosperes, para que tudo o que colocares a mão a fazê-lo seja bem feito, e para que possa colher os frutos desta obediência, os resultados da confiança no Criador.

Não to mandei eu? Esforça-te, e tem bom ânimo; não temas, nem te espantes; porque o Senhor teu Deus é contigo, por onde quer que andares.
Aqui O Eterno repete mais uma vez: "Não to mandei eu?" D-s não repete uma ordem em si, mas faz uma pergunta. D-s não dá respostas prontas, antes faz perguntas, para que a pergunta seja refletida em mim e eu próprio pergunte: Isso vem de D-s? Foi uma ordem DEle? Se foi uma ordem DE, então por que não deveria cumpri-la? São as ordens de D-s tão difíceis assim para serem cumpridas? Não são estas ordens, Leis, Estatutos, normas, especificamente para a nossa segurança? para nossa felicidade?
D-s recomenda que José se esforce. Ninguém sobe uma montanha deslizando. Há pedras, perigos, escarpas, penhascos. Temos que subi-la com cuidado, esforço, inteligência.
Mais que esforço, a proposta divina é que não se cumpra uma jornada, por mais difícil que seja, com má vontade, reclamando, resmungando. "Tem bom ânimo", significa fazer as coisas, por mais difíceis que se apresentem, com alegria, com espírito de louvor.
Hoje cedo, ouvi alguém cantando um hino, a plenos pulmões, na rua em frente ao meu apartamento. Era um homem grande, negro, com um vozeirão, e certa polidez de voz. Ele trabalha na  conservação de um hospital de câncer aqui atrás. Por mais de uma hora, ele cantava, louvando à D-s. As pessoas acham estranho, espalhafatoso, ridículo, que alguém louve ao Eterno em via pública. Não deveria ser assim. Em Israel, vi pessoas com seus carros estacionados à beira da rua, com seus mantos de oração,em pleno horário comercial, voltados para o Muro das Lamentações, proclamando o "Shemá" (Shemá Israel! Adonai Eloheinu, Adonai Echad - Ouve Israel! O Senhor é Nosso D-s. Nosso Único D-s). O louvor perfuma a alma e fortalece o espírito, e quando alma e espírito se abraçam, o corpo se fortalece.

E Finaliza O Eterno assegurando que Se manteria atuante em qualquer lugar, em qualquer luta, em qualquer dificuldade. Assim, a certeza que não estamos sós, nos fortalece o querer e o proceder, e seguimos nossa jornada com mais leveza.

Então Josué deu ordem aos príncipes do povo, dizendo:
Passai pelo meio do arraial e ordenai ao povo, dizendo: 
Provede-vos de comida, porque dentro de três dias passareis este Jordão, para que entreis a possuir a terra que vos dá o Senhor vosso Deus, para a possuirdes.

D-s dia à Josué que se aprovisione, que se prepare, que esteja pronto, sempre pronto para as adversidades mencionadas nos versos anteriores, mas estabelece um tempo para que as coisas aconteçam. O Altíssimo livrou o povo de ser escravo no Egito. Fê-lo atravessar um deserto árido, tórrido, e inabitável, por quarenta anos. E nada lhes faltou, senão inimigos ao longo do caminho, tentando destruí-los, mas que todos os que tentara, dobrar Israel, tornaram-se seus provedores de riquezas. Da mesma forma, as dificuldades, as crises, o desespero, tornam-se oportunidades para que o povo se cale e ouça a voz de D-s. 
Diz o Salmo 23: "Ele faz-me deitar em pastor verdejantes". !"Faz-me deitar", significa que às vezes nossa vida é tão tumultuada para servir ao mundo, e à nós mesmos, que esquecemos de servir os outros, o próximo, se quiser assim, e então D-s, o Nosso Pastor, faz-nos deitar, parar, aquietar, para que repousemos na suas promessas.

Estamos vivendo uma situação de guerra, e a única coisa que não ouvimos, foi tiro, mas é uma guerra biológica, que mata pessoas sem tocar nos bens, e não somos soldados, não somos guerreiros. Somos pessoas, e como pessoas que somos, temos medo da morte, mas temos medo da vida também. Temos medo de uma vida sem sentido, sem propósito. Agora é um momento talvez adequado para que pensemos e façamos planos para voltarmos a sonhar, depois que o inverno passar, pra quando a primavera chegar.


Não deixe que o mundo, que acaba de estacionar no medo, estacione o medo em sua mente criativa. Não deixe que o medo estacione suas garras na sua determinação. Não temas nem te espantes. CR~e e confia. Crê e segue em frente. Esta quarentena nos abriu os portais da esperança, é o que nos resta. Obedecer, purificar, e esperar.

Shalom

Se desejar conversar comigo, adicione meu contato: 48 999 61 1546




terça-feira, 17 de março de 2020

Tecnologia e Hotéis-Incubadoras - Uma nova proposta para Gramado

...
Imagem: hotel utilizado pela delegação alemã de futebol, doado para ser transformado em escola, em Santa Cruz de Cabrália, BA.

Como se diz por aí: "Carpir um lote lá em casa, não se acha um, mas pra colher couve de graça, aparecem quinhentos". Assim, é fácil reclamar da vida, reclamar do governo, reclamar da situação, mas apontar o foco do problema, aplanar o caminho, e trazer solução, ah, são bem poucos os que fazem. Mas tem, e dizia Jesus: "Grande é a seara, mas poucos são os ceifadores". Uma crise é um campo enorme de possibilidades para quem não tem medo de inovar, e menos ainda para quem tem a coragem de empreender. E a tão indesejada crise finalmente chegou. Quem esperaria que um espirro lá na China fosse colocar Gramado e o mundo de quatro para um bichinho tão pequeno, que só com lentes muito poderosas é que se consegue ver? Pois foi. A tal "semente de mostarda" mencionada por Jesus, cresceu mais rápido que a trepadeira do profeta Jonas. E abraçou o mundo, num piscar de olhos. Isso sabemos, então qual a solução?

Grande Hotel Campos do Jordão - Escola
A solução para Gramado, ainda que a situação melhore, é saber que todos, absolutamente todos, tem telhado de vidro. Durante a vida inteira ouvi falar de estabilidade, emprego garantido, poupança e investimentos sólidos, liquidez, investimentos. Mas eu nunca tive nada disso, e ainda assim, estou aqui, sexagenário, correndo atrás da máquina (acho isso meio estúpido, pois nunca vi ninguém correndo atrás de máquina alguma, apenas tentando ganhar a vida de forma honesta, mas deixa pra lá). Vi muitos, que tinham muito, esnobarem os que pouco tinham, e tomarem o pouco que havia daqueles que nada tinham. Vi empresários bem sucedidos cercados de espelhos para se ufanarem, pisotearem em prestadores de serviços, extorquindo-lhes o sangue em troca de minguados, mas também vi estes mesmos trocarem de lugar, e se repetirem os mesmos erros de um e de outro. Quem está em cima pisa em quem está por baixo, e quem está por baixo, ao subir, vinga-se que quem lhe pisoteou o pescoço quando servia de degrau. Mas esta não é a solução para Gramado, porque, acreditem, um dia, todos se nivelam por baixo, a sete palmos, e caixão não tem gaveta, tanto quanto mortalha não tem bolso. Daqui nada se leva, porque nada trouxemos ao nascer. Tudo o que temos pertence , pertenceu, ou pertencerá à D-s, e d'Ele tomamos por empréstimo todas as coisas. Por Ele somos responsabilizados pela administração daquilo que Lhe pertence.

Assim, trago minha contribuição para uma possível solução a médio e longo prazo para quando,
caso persista uma crise, e sabendo que cada crise traz suas próprias soluções, não é de todo loucura imaginar em transformar alguns hotéis em escolas, em incubadoras tecnológicas, em centros de construção do conhecimento, em "e coworkings", e centros de pesquisas, e por que não, em hospitais, desafogando o Hospital São Miguel.

Veja aqui alguns hotéis que foram transformados em escola. E aqui. Hotéis com baixa ocupação estão buscando alternativas, e aqui estamos falando de quantos? 300? 400 em Gramado? Onde é que estas hospedarias irão buscar tantos hóspedes em tempos de crise? na criatividade, óbvio. É aqui que entra a diferença entre que se desespera e geme a dor de barriga, e o que se levanta, e faz uma revolução. Estou propondo exatamente isso: Uma Revolução criativa em Gramado, e proponho direto e sem rodeios, sem voltinhas. Estou propondo a Gramado que amplie suas vendas sem ampliar o concreto. Estou propondo que alguns hotéis de Gramado sejam transformados em universidades, em escolas fundamentais especializadas, em centros de capacitação, em laboratórios, em incubadoras, como já disse acima, e que busquem especialistas para que sejam parceiros nestes empreendimentos. Imagine um destes hotéis sendo transformado parcialmente em estúdios de som, TV digital, e sei lá o que mais pode ser feito nestes espaços, já prontos. Pense você, leitor.

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Estou divagando demais? Talvez, mas olhem eu aqui, apresentando sugestões práticas e viáveis, que
naturalmente não irão funcionar se apenas um aderir à ideia, mas se for transformado em políticas públicas de crescimento sustentável! E o que precisa ser feito para que isso aconteça, fora a disposição dos hoteleiros em ampliarem seus horizontes? Precisa de infraestrutura tecnológica, com melhor acesso à internet (a internet de Gramado é paupérrima, mas pode melhorar). Precisa de escolas que formem profissionais de TI, Engenharias da Computação, Ciência da Computação, Análise de sistemas, matemática, física, design gráfico. Tudo isso é possível, é indústria limpa, capacita jovens (nos velhos eu penso depois), gera empregos, impostos, status, eleva o nível de mão de obra (ou de cérebros de obra, quem sabe), e abre caminho para outras dimensões econômicas, sem precisar recorrer somente às orações (estas são imprescindíveis diariamente), e à mais financiamentos de crise, uma esmola política de governos centrais. Bem, são sugestões apenas. E olha quem nem candidato eu sou.





segunda-feira, 16 de março de 2020

O Dia em que a Terra parou...de novo! Estamos mesmo no fim dos tempos?



"Em 30 de outubro de 1938, marcianos invadiram a Terra. Pelo menos em uma transmissão de rádio que disseminou preocupação e até pânico entre os milhões de ouvintes da Columbia Broadcasting System (CBS) nos Estados Unidos. Às 21h, uma mulher entrou apavorada na 47ª delegacia de polícia de Nova York. Carregava duas crianças pequenas, roupas e mantimentos. “Estou pronta para deixar a cidade”, anunciou para os policiais, segundo relato do New York Times do dia posterior.

Na verdade, o noticiário veiculado naquela estação de rádio era uma adaptação do livro A Guerra dos Mundos, de H. G. Wells, narrada por Orson Welles e pela companhia teatral Mercury Theatre on the Air. No início do texto, uma mensagem avisava que a peça se constituía de ficção. Mas muitas pessoas só começaram a ouvir depois, quando a narrativa retratava a queda de um meteoro em uma fazenda de Nova Jersey e a descoberta de que o “meteoro” era uma nave cheia de alienígenas munidos de raios mortais e inclinados a exterminar a espécie humana." (Fonte: Terra)

Este trecho é parte de uma matéria comemorativa aos 75 anos da radionovela dramática, ficcional, do dramaturgo norte-americano Orson Welles, e que descreve como uma obra de ficção conseguiu entrar no imaginário de uma nação inteira, contando apenas com as ondas do rádio, em menos de 24 horas de transmissão. Foi um verdadeiro caos. Pessoas de todas as partes dos Estados Unidos abandonavam, desesperadas, as suas casas, juntavam pertences, invadiam supermercados, esvaziavam prateleiras, em um desespero coletivo que crescia à medida que as notícias criadas pelo pavor se espalhavam de ouvido em ouvido, causando um verdadeiro cenário apocalíptico. E no fim, era tudo uma bem contada mentira.

Em 1981, um escritor alemão,  Dean Koontz, publicou um livro chamado: "Os olhos da escuridão",
onde relata também em ficção, que um cientista chinês, chamado  "Li Chen", em uma cidade chamada Wuhan, onde criou um vírus denominado "Wuhan-400", que causaria uma pandemia em curtíssimo espaço de tempo, mas que seria debelada tão rápido quanto chegou, no ano de ...2020! Tal epidemia, retornaria dez anos depois e seria extinta para sempre. Este é o relato de ficção do livro de Koontz.

Por essas coisas da vida, Li Wenliang, o médico que detectou o Corona Vírus, ou Covid-19, morreu após contrair o novo vírus enquanto atendia pacientes na cidade de Wuhan, epicentro do surto da doença.

Naturalmente se escrevo, e não sou alarmista, naturalmente o leitor gostaria de uma opinião, no mínimo para ser contestada, a respeito do assunto que eu me atrevo a trazer à reflexão. E tendo em conta que sou um Dati, estudioso das Escrituras, e mais especificamente de profecias bíblicas, a pergunta é: Podemos relacionar estes fatos à alguma profecia específica, a um conjunto hipotético de cumprimento de profecias,  ou a um fenômeno próprio da humanidade, repetido ao longo de milhares de anos, muitas vezes, levando à morte prematura dezenas de milhões de pessoas, ao longo da existência humana, e que estaríamos apenas atravessando uma nova onda de extermínio "natural" da evolução do mundo e do universo?

Para que não pese a minha opinião, vamos analisar o primeiro caso, as profecias da Bíblia. Não vou aqui detalhar quais são estas profecias, posto que exíguo seja o espaço e o tempo do leitor, mas posso dizer com convicção que milhares são as profecias do Livro Sagrado que indicam uma série de fatores no mundo natural, e do comportamento humano, que precederiam a chegada do Messias, o Reinado Messiânico, ou a Nova Era, seja qual for o viés escolhido para seguir, no tocante ao chamado "Fim dos Tempos". Então, sob este aspecto, sim, quem tiver disponibilidade para examinar corretamente os fatos e as predições, encontrará elementos que confirmem não apenas a pandemia coronária, como qualquer outra em curso (vem aí mais uma, o H5N6, que já está abatendo a Ásia), mas temos ainda um rescaldo enorme na tuberculose, na varíola, que, embora considerada extinta, está voltando com fome e sede de vingança, e outras tantas espalhadas pelos continentes, muitas delas não relatadas, por conta da situação miserável dos países onde estão se proliferando. Isso tudo, se não levarmos em conta as guerras, as intrigas entre nações que nem sabem direito a língua uma da outra, não são vizinhas territoriais, mas que por essas coisas ruins do Ser Humano, teimam em aniquilar-se mutuamente, não sem antes destruírem-se moralmente perante as perplexas nações que se amontoam pelos cantos roendo unhas e tremendo de pavor. Então, sim, é minha resposta: há contundentes evidências que se enquadram perfeitamente nas visões apocalípticas escatológicas de muitos profetas, bíblicos e extra-bíblicos, que sugerem tempos de angústia e recolhimento para o mundo.

Se eu fosse traçar um comparativo do que está acontecendo, com algum relato bíblico, talvez eu associasse à Nínive, a capital da Assíria, que estava se excedendo na esbórnia, na maldade, nos maus tratos com as outras pessoas, e que receberia a paga através das consequências do que fazia. Assim, o profeta Jonas recebeu a incumbência divina de alertar Nínive, seus habitantes e autoridades, pois, segundo o argumento divino, "eram incapazes, os ninivitas, de distinguir a mão direita da mão esquerda, e que mereciam uma oportunidade de discernirem o que era errado, abrindo-lhes os olhos do motivo de sua eventual punição. E de fato, aconteceu, Nínive inteira jejuou, se arrependeu, orou à D-s, e obteve uma sobrevida de mais setenta anos. Depois esqueceu tudo, e aí desandou de vez.

Às vezes achamos que D-s é injusto, e perguntamos o porquê de certas coisas. Não perguntamos a razão de que Ele instituiu leis de proteção e amparo aos pobres, aos órfãos, às viúvas, e deles nos esquecemos completamente. O mundo se esquece. Quantos e quantos apelos diários são levados para que auxiliemos a África destruída, os Médicos Sem fronteiras, a Cruz Vermelha, e tantas instituições de amparo às vítimas da fome e das guerras, e em lugar disso, o que fazem as nações? Compram, fabricam, e vendem armas. Gastam trilhões de dólares em munições e artefatos de guerra, que será levada a efeito exatamente nos lugares onde a miséria humana já havia chegado ao fundo do poço.  Ou onde acham que é feita a Guerra na atualidade? Na Síria, destruída e governada por um ditador sanguinário; na Líbia, na Nigéria, no Sudão, todos lugares onde não há mais um pé de árvore que dê fruta, nem uma horta para colher um pé de couve. Apenas cinzas, crianças abandonadas, escombros, e troar de canhões, bombas, metralhadoras, e toda espécie de atrocidades possíveis. E Sim, isso também faz parte do pacote que precede a intervenção do Messias neste mundo, porque o Ser Humano atingiu a borda da taça do sofrimento e da ira.  E pergunte se é O Messias o culpado por isso tudo? Claro que não! Uma profecia não é uma sentença, mas um aviso. E se somos capazes de ler placas de aviso, então podemos segui-las, ou esperar que tropecemos no próximo obstáculo anunciado por elas. Emfim, sim, é minha resposta: São profecias que se cumprem, mas infelizmente não dão datas, apenas indícios.  Cabe à nós, interpretá-los e mudar nossas atitudes, ou descartá-los como falácia, e enfrentarmos as consequências de nossa incredulidade.

Mas ainda falta a questão evolutiva, das epidemias que varrem a humanidade, de tempos em tempos, e sim, elas acontecem, e não estamos livres de que esta seja apenas mais uma destas calamidades ocasionais, o que torna o mundo uma esponja de desgraças, um prato cheio para que a miséria novamente leve a humanidade inteira para um período de trevas, e que não se duvide, porque elas já povoaram a história várias vezes, e se hoje, dominamos a tecnologia, somos capazes de chegar à outros planetas, e que apesar de provas reais da esfericidade da Terra, ainda perambulam zumbis da ciência, mortos-vivos do conhecimento, batendo na tecla da Terra Plana, percebemos que a tecnologia não surte nenhum efeito na obtusa mente até mesmo que frequenta as academias, o que diremos quando tratar-se de sentimentos inerentes à poesia da alma, como a empatia, a percepção da dor alheia e a determinação da busca de soluções, não porque eu preciso, mas porque você precisa? Então, sim, o meu sim também para esta questão é: Podemos estar no meio de uma betoneira evolutiva, e se isso for mesmo verdade, então nossa esperança se anula por inteiro. Nossa fé perde completamente o sentido, e o amor ao próximo é apenas uma falácia para tomar o dízimo dos crentes.

E sobre o livro de Koontz? É uma profecia moderna? Não! A mim parece uma inspiração. Nada mais que isso. Inspiração, que pode ter dado o cenário para construção de elementos com semelhança, para dar credibilidade ao acaso. Acaso nunca existiu. Se não podemos explicar, é obra de quem foi capaz de esconder a verdade de nós por certo tempo. Apenas isso. Se podemos explicar, somos gênios. Também nada além disso. Mas acasos não existem. Esta é uma das certezas que eu tenho.

Estamos atravessando o "Pit Stop" da Terra, que foi ali mijar, e já volta. Será que dá tempo para fazer um lanche antes de prosseguir a viagem?







sábado, 14 de março de 2020

O Vírus, a cebola, e eu



Em 2016, passei alguns meses em Gramado, trabalhando no atelier do centro Municipal de Cultura. Morava a 6 km, e tomava dois ônibus diariamente, geralmente, lotados, muito lotados. Teve um período em que quase todos estavam resfriados ou gripados, naqueles ônibus. Convivi com gente muito gripada, e eu, estava próximo dos 60 anos, portanto, velho, portanto, no grupo de risco.
Eu tomava meus cuidados, o que sempre fiz, muito antes disso. Higienizava as mãos, banho diário (às vezes, à meia noite, com temperatura negativa lá fora), e comia muito, muito alho, pimenta e cebola. Comia muitos ovos, e tomava muito chimarrão, chá, e algum café. Por esta combinação alimentar, Channel e eu, não tínhamos nada em comum. Fedia a alho, tinha bafo de cebola.
Todos se griparam, à minha volta.
Eu atravessei o inverno sem dar um único espirro.
Lasque-se o bafo, o cheiro de alho. Dane-se o Corona, o H1N1, e todo o resto das imundícies que derruba tanta gente todos os dias.
Eu não estou livre de ser contaminado e contrair uma pereba dessas. Ninguém está.
Outro dia, na casa onde morei, em Águas Mornas, um pequenino paraíso, tive que defenestrar uma serpente que resolveu dividir a casa comigo, sem ajudar nas despesas. Estava a 15 centímetros da minha mão, que tem muitas veias salientes. Ambiente ótimo para inocular duas gotinhas letais de veneno. Já em outro dia, ao voltar pra casa, fiquei preso em um engarrafamento, com chuva, e o limpador de para-brisas é hipnótico, me acreditem. Peguei no sono, por uma fração de segundos. Poderia ter sido grave, mas não foi. Nada aconteceu, senão que eu me mantivesse mais alerta.
Então, nós somos cercados de perigos, muitos deles, mortais. E daí? Não precisamos provocar o perigo, nos expormos á ele, mas ele existe, é real. Mas nem por isso, precisamos desenhar nosso destino tendo o medo como combustível.
O medo mata e a morte pelo medo é a mais dolorida, porque nos mata enquanto ainda estamos vivos, mata aos poucos, mata de dentro pra fora.
A única coisa da qual estou livre, é a paranoia que vem varrendo o mundo. E se um dia ela chegar, quero ter a lucidez de olhar para as vezes que fui salvo misteriosamente de tais perigos. Então, fiz a opção de confiar que tenho anjos cuidando de mim e dos meus queridos.


sexta-feira, 13 de março de 2020

Adeus, abraço! Eu vou partir....

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Imagem - Internet
O título é um trocadilho. Eu amo trocadilhos. A vírgula poderia ser retirada, e ficaria assim: "Adeus abraço! Eu vou partir!" E essa é mesmo a segunda e primeira intenção da reflexão: Adeus ao abraço. Então, a frase "Adeus, abraço!", torna-se falsa, porque o abraço de adeus, ou de encontro, foi suprimido. A civilidade está se desintegrando como pão farelento no aperto da mão. Olha aqui outro trocadilhos. Hoje estou insuportável. O aperto de mão também dá adeus, e sem abraço, sem aperto.

O velho e mau diabo continua sendo diabo, se inovando a cada dia mais. Quando o mundo parecia já saturado de problemas, ele aparece com mais um, dois, uns duzentos, talvez. Ah, você acha que estou falando do tal Corona Vírus: Que nada! isso é café pequeno. Tem coisa bem, mas bem pior que isso para derrubar de vez o moral das pessoas, para entristecer de fato: Está declarado extinto o abraço, o aperto de mão, e até mesmo o afago. "Don't touch me!" (Tradução: Tira os dedo seboso das minhas teta), dizem os americanos. "Não-me-toque", o pequenino município escondido no interior do Rio Grande do Sul, a terra do abraço, tão forte, que recebe o nome de "Quebra-Costela", do aperto de mão cheio de trejeitos e salamaleques (a palavra vem se Salam Aleiko, ou Shalom Aleichem - A Paz esteva contigo), que traduz em toque de partes corpóreas não pudendas, a expresão de afeto, de boas vindas, de saudade, de consolo, de amizade. Pois é. Acabou. O diabo venceu também, e assim como o Sul do país é a região mais fria, e portanto mais suscetível às enfermidades próprias desta clima, começarão as vacinações pelo Rio Grande, e também o expurgo do abraço, três beijinhos, aperto de mão, e pra arrematar a diabice do tal, a proibição do chimarrão. Acabou tudo!

O objetivo deste ensaio não é enaltecer a obra em franca expansão do maldoso, mas demonstrar que
finalmente ele conseguiu um jeito de criar novos costumes em menos de uma lua de tempo. Em nome do cuidado com a saúde do outro, e da própria, as conversas passarão oficialmente pelos Smartfones, tablets, ou qualquer outro instrumento satânico a ser criado que consiga afastar as pessoas.

Fico pensando em quem estará lucrando com esse pandemônio desta pandemia, senão, em primeiríssimo lugar, a indústria de aplicativos, equipamentos, e websites, que proliferarão uma imensurável quantidade de dispositivos para oferecerem segurança, proteção, e entretenimento às pessoas, fazendo com que esqueçam elas, na maior brevidade possível, o que significava um aperto de mão entre duas pessoas civilizadas.

A coisa mais linda entre um grupo de pessoas era exatamente ser um grupo de pessoas. Em breve, será considerado um ato subversivo, uma conspiração para matar a cidade de alguma doença que nem se sabe  bem o que é, pois ainda não existe. Mas basta que duas ou três pessoas se reúnam, como Jesus ensinou, que isso não será visto como uma comunhão, uma fraternidade, mas uma conspiração embrionária, sujeita à penas altíssimas.

O abraço e o aperto de mãos são tão antigos quanto a própria civilização. Os russos, dão beijos na boca (para darem, quem sabe, uma lambidinha no resto de vodca que congelou no beiço do afeto). Os esquimós, esfregam os narizes congelados um no outro. Os franceses, dão três, quatro, ou umas duas dúzias de beijinhos no rosto. Os cachorros lambem o tico e depois lambem as pessoas (engraçado, que ninguém recomendou que não se deixasse lamber por cachorrinhos, os quais lambem o...ah, vocês já sabem o que). Os gatinhos se lambem inteirinhos, e depois esnobam o dono. Pelo menos gato não vai transmitir Corona Vírus pras pessoas. Então, o mundo amanhecerá um pouco mais triste depois que tudo passar. Enquanto isso, o diabo já pensou em outra malandragem para deixar o mundo mais bagunçado. Eleger o Lula, talvez. Não, isso nem o tinhoso quer pro reinado reinento dele, que tá indo tão bem.


quinta-feira, 12 de março de 2020

Corona Vírus, o Apocalipse, e O Messias


E cairão ao fio da espada, e para todas as nações serão levados cativos; e Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem.
E haverá sinais no sol e na lua e nas estrelas; e na terra angústia das nações, em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas.
Homens desmaiando de terror, na expectação das coisas que sobrevirão ao mundo; porquanto as virtudes do céu serão abaladas.
E então verão vir o Filho do homem numa nuvem, com poder e grande glória.
Ora, quando estas coisas começarem a acontecer, olhai para cima e levantai as vossas cabeças, porque a vossa redenção está próxima.
E disse-lhes uma parábola: Olhai para a figueira, e para todas as árvores;
Quando já têm rebentado, vós sabeis por vós mesmos, vendo-as, que perto está já o verão.
Assim também vós, quando virdes acontecer estas coisas, sabei que o reino de Deus está perto.

Lucas 21:24-31

Temos aqui dois cenários possíveis: O primeiro é um conjunto de verdades se conectando, mas também este conjunto forma uma mentira muito grande, baseada na indústria do pânico, ruidosa, poluidora, e caótica. Esta mentira é colocada numa caixa de ressonância, e se propaga ao vento de tal maneira, que em poucos instantes, até uma montanha faz tremer.

Assim, aquilo que é uma verdade, soma-se à outra, e outra, mas com diferentes direções, e o caos está montado, instalado, e agindo sem freios. Assim funciona a indústria da perplexidade, onde todos nós somos agentes de prospecção, onde cada um é responsável pelas vibrações que se reverberam em cada compartilhamento de áudios, vídeos, textos dramáticos, e assim, quem está protegido em suas bolhas, enriquece com o medo, com a informação acelerada, que torna-se desinformação letal.

Desinformação mata, e excesso de informação é a primeira ferramenta para desacreditar nas informações genuínas. Uma má notícia, entristece, duas más notícias, alarmam, mas um conjunto de notícias ruins desencadeiam um descontrole de tal dimensão, que já não se pensa mais na fonte, e sim nas consequências.

Já recebi áudios de gente falando em estocar alimentos, remédios, água, como se uma hecatombe nuclear estivesse próxima. Ora, nem vou me estender falando sobra os gráficos que mostram que  a tuberculose mata 56 vezes mais ao dia do que o Corona, e nem teria pauta para argumentar aquilo que os especialistas não concordam entre si, com todos os recursos científicos disponíveis ao redor do mundo. Quem sou eu pra isso? jamais!

Minha leitura não está no grau de letalidade do vírus, e sim no rebuliço que uma informação verdadeira, mas mal dimensionada pode causar no mundo. São 7 bilhões de pessoas no mundo, e se todas conhecessem o assunto, seriam 7 bilhões de verdades disseminadas como únicas. Então fica complicado tentar manter o equilíbrio nesse momento. Aqui entra a minha teoria própria de conspiração, e talvez nem eu mesmo me assuste com ela, posto que é teoria. Pense comigo:

Se tudo for mesmo assim, estamos em um cumprimento de profecia. Se nada for o que parece, também estamos num cumprimento de profecia, pois a mentira e a estupefação em busca da verdade, e nunca se desejou tanto a verdade quanto agora, são acontecimentos profetizados para o fim dos tempos ruis, e surgimento da Era Messiânica, ou como creem os cristãos, a Volta de Jesus. Em ambas as situações, espera-se a intervenção divina através do Messias. Os cristãos esperam isso; os judeus desejam isso, e os muçulmanos não veem a hora que isso aconteça. E eu acredito nas três situações: O Messias está vindo.

A grande epidemia que acontece não é de virus, mas de medo. O grande sintoma não é a tosse nem a febre, mas o medo. O medo mata mais que tudo, mata lentamente, mata sofrendo. Assim, até que a verdade se estabeleça, muitos poderão deixar de viver na plenitude da esperança, para desabarem na perplexidade do desespero. Eu não quero estar nessa contagem. Quero estar entre os poucos que ainda acreditam que é preciso preservar a fé, manter a dignidade, e não ajudar a proliferar o medo. Ainda prefiro escrever meus longos e difíceis textos, para que, quem os leia, perceba que é muito mais seguro manter-se agarrado na verdade, num cantinho qualquer,  do que deixar-se deslizar pelo medo mundo afora, levado pelo tsunami de pavor que o excesso de informação pode causar. A diferença entre o veneno e o remédio, é a dose, já dizia Hipócrates, na antiguidade.

O Apocalipse (Revelação) é decididamente o momento em que o que não presta está revelado, o que é ruim, se escancara, o que faz mal, vem à tona. E o mal se propaga como ondas de choque, como os círculos concêntricos de uma pedra atirada no espelho d'água, onde o epicentro forma círculos concêntricos que se espalham em amplitude multiplicada, cada vez maiores, até que esbarram na margem do lago, e se dissipam. Quem joga a pedra nunca sabe em quanto tempo a última onda, o último círculo leva para encontrar a margem, mas sabe que é certo que a encontrará.

Estamos com uma enxurradas de pedras jogadas no lago do mundo. Ninguém mais consegue fazer com que as ondas retrocedam. Assim, respondendo a questão inicial, das duas uma: Ou estamos atravessando uma sequência de ondas mentirosas, e o desfecho disso é a intervenção do Messias, ou as ondas são verdadeiras, e apenas O Messias as podem frear.

Estamos atravessando, assim eu creio, a última onda da pedra que foi jogada no lago. Vivemos o último entardecer, e ainda que essa crise passe, e acho que vai passar, ela apenas nos prepara para outra que virá depois, e outra, até que o mundo esteja saturado de crises, e descubra que não tem capacidade de administrá-las, que os governos e seus trilhões de dólares são insuficientes para dirimir o pavor, que são aptos apenas para disseminar a incredulidade, e estasiarem as nações com sua incompetência. Assim, O Messias é a margem do lago. E está chegando, mais cedo do que muitos esperam. Eu espero que venha logo.

Mais que nunca, o mundo busca a paz, e não apenas o intervalo entre uma guerra e outra. O Mundo precisa de uma paz que permita aos Homens, ao menos os de boa vontade, que sintam a brisa do amanhecer, o frescor da noite, e o perfume do amanhecer.

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terça-feira, 10 de março de 2020

Moral e civilidade - D-s (Deus) como limite da conduta

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Imagem: getty

O recente e incômodo episódio do midiático médico, Dráuzio Varella, e do horrendo estuprador e assassino, com a decidida atitude de conduzir e confundir a opinião pública acerca de valores e costumes humanitários, acabou gerando um total desconforto na população, onde apenas a própria emissora que armou a presepada, e o repórter de ocasião, trataram de justificar o fato, em lugar de reconhecerem que erraram em todos os caminhos: no jornalismo, que em lugar de dar a notícia, montaram o circo para gerar a notícia, o que por si torna-se anti-jornalismo, manipulação, e na medicina, representada pelo blogueiro, que em lugar de cuidar de seu bem visitado blog, resolveu ingressar em um território, no qual é um perfeito forasteiro: a religião.

Dráuzio Varella é ateu, mas nem por isso deixa de ter, professar uma religião: prega um ateísmo capaz de gerar a crença que é o Ser Humano capaz de estabelecer seus próprios limites, seu próprio padrão de bem e mal, e que D-s seja uma invenção dos fracos para justificarem sua falta de raciocínio lógico, ao não explicarem aquilo que a ciência ainda não decifrou. Assim, não crer em D-s é crer em si próprio, no Ser Humano, e no acaso.. Isso é uma religião. Então, o médico que tentou bancar a Madre Teresa, ou Francisco de Assis, na empatia com os encarcerados, tentou pregar o seu ponto de vista no tocante à empatia com o sofrimento humano.

Alguém descobriu e levou ao editor da emissora, uma estatística bizarra, onde descreve o percentual de apenados com preferências sexuais não convencionais, e demonstra que em mais de 90 por cento dos casos, são condenados por crimes de menor gravidade, como roubo, tráfico, arruaças. É um fato. Também é um fato que com tantos trans para escolherem, foram no pior de todos (pior na gravidade do crime, não na escolha sexual), foram direto no que cometeu a pior das brutalidades contra uma criança, em todos os sentidos, e douram de tal forma a pílula, transformando excremento e glacê de bolo. Nojento. Sinistro.

A questão aqui é: Onde D-s entra nesse e em outros casos? Pode a pessoa ser melhor ou pior, se crê, o se não crê em D-s? Como se justifica que pessoas que se dizem religiosas, possam cometer atitudes más, enquanto ateus ou céticos, tenham conduta elogiável, e em muitos casos, uma maior empatia com a generosidade? Da mesma forma, o contrário também é verdadeiro: ateus cometem atrocidades, e religiosos são pacíficos diante do sofrimento proporcionado por outros. Então, qual a relação de D-s com o bem e o mal, com a bondade, a generosidade, e a maldade humanas?

Vamos ao caso citado: o médico é ateu, e cita um juramento pagão como justificativa de sua conduta, ao responder críticas. Alega não ser juiz para julgar a quem comete atos generosos. Vou chamar esta atitude de "Ética tardia", ou "Justiça irresponsável", e explico. A palavra "Ética", provém do grego: "Ethos" - cobertura, proteção. A palavra "Justiça", é de origem latina e se origina em "Justítia", do latim, e significa tornar justo, ajustar, acomodar ao espaço que lhe é devido, também traduzida por "Equidade", o que torna igual, Assim, pratica, em nome da ética, a justiça, mas evita usar o termo próprio da religião, "Amor ao próximo", o que melhor traduziria a situação, desconsiderando o desfecho midiático. Assim, não é a brutalidade do crime que impediria ao blogueiro dar fluência ao instinto fraterno, e a disposição de fazer o bem sem olhar a quem, que causa comoção, mas a publicidade dada ao caso, e a justificativa injustificada dada como reparo da situação.

Mas e D-s, como fica nesta situação, ou outra qualquer, onde o bem e o mal se digladiam pelo direcionamento de outras circunstâncias, onde não há alguém olhando, filmando, e publicando o feito? Aqui entra o profundo e quase desconhecido significado de um costume judaico, o uso da "Quipá", aquele pequenino gorro, ou de um chapéu, cobrindo parte, ou toda a cabeça do devoto, especialmente na presença de ambiente ou situação de cunho religioso. Mas o que significa a quipá, e qual o seu efeito para quem o utiliza?

Quipá vem da mesma raiz da palavra "Cappelo", Chapéu, e Cabelo, e especialmente da palavra "Cobrir". Aqui encontramos uma forte relação com as palavras "Cobrir" e "Cobertura", proteção da cabeça, e por fim, Ethos, ética. Então o significado é cobertura, proteção. Mas cobertura do que e proteção do que?

Há duas respostas: O primeiro significado diz que aquele gorrinho é o limite do Ser Humano,  que é o elo de ligação entre o céu e a terra. Os pés estão sobre a terra, tem um limite inferior, mas a cabeça, ainda que presa ao pescoço, sustenta o cérebro, a mente, a imaginação, a liberdade, o livre arbítrio. Então, o pequeno gorro, a quipá, estabelece o limite da mente humana, do orgulho, do livre arbítrio. É o limite físico e mental do domínio humano sobre si mesmo e sobre o mundo.
O segundo significado nos diz que, uma vez que todos estamos sobre a terra, e temos nossa mente voltada para as altura, somos todos iguais, em direitos, obrigações, liberdade, e responsabilidade. Ninguém está acima de nós, exceto D-s. Ninguém está abaixo de nós, exceto a terra onde pisamos. Assim, a consciência de que há Um D-s que regulamenta nossas ações, propõe-nos também limites, que nos igualam aos demais humanos, e são estes limites, demonstrados por Leis, por Mandamentos, que nos direcionam para uma caminhada longa, até o destino final, e este destino é sugerido pelas religiões, cada uma a seu modo, como eternidade, vida eterna, felicidade suprema.

Então, por uma questão de ambição, necessária como força motriz desta caminhada, há um conjunto de leis e regulamentos, e estas leis e regulações nada mais são do que as niveladoras dos outeiros e escarpadas para que todos possam caminhar com dignidade e bem estar até o fim da jornada. A ética faz isso. Apenas isso: prepara caminhos e costumes, para que um respeite o outro, e se faça respeitar, enquanto a eternidade não tome conta de todos por meio de um plano divino, chamado de "Salvação". É assim que trabalha o conceito de que há Um D-s Criador, Mantenedor, e Salvador, e que, nossas atitudes nos levam, e também a outros, com dignidade até o fim da jornada. Assim age a cabeça de quem crê m D-s, e espera uma recompensa, para si e para os outros.

De outro lado, temos um vazio divino, isto é, não temos nenhum deus à nossa espera, e estamos largados no mundo, perdidos no Universo, à própria sorte do acaso das casualidades randômicas, à espera de nada, oferecendo coisa alguma. É nesta direção que o ateísmo procura sobreviver por si mesmo, oferecendo ao ateu o bem e o mal como um pisca pisca que ora oferece solução, ora desesperança e acelera o fim. É pela falta de uma referência invisível, infinita, e atuante, que o ateu justifica-se pela lei da sobrevivência, onde o mais forte subjuga, domina, devora o mais fraco, e fortalece-se com seu sangue, encoraja-se com sua dor, e continua sua jornada ao vazio buscando novas vítimas para saciar seu apetite por uma vida que sabe (ou imagina) que termina em poeira e vento. Não tem esperança, portanto não tem regras, e as regras de cada sociedade podem valer para sobreviver o máximo que puder dentro daquela sociedade, e que ao ultrapassar cada fronteira, sua expectativa de sobrevivência pode ser maior ou menor, mas não poderá entender como errada aquela sociedade, uma vez que ela faz o que faz para manter-se viva o máximo que pude, porque o que passar disso torna-se especulação de ignorantes. Desta forma, justificariam o canibalismo, o estupro, o vampirismo, as atrocidades, a barbárie, afinal, são apenas pessoas sem cultura suficiente para se tornarem mais elegantes e falarem com mansidão, ainda que na justificativa de darem suporte moral a quem foi imoral.



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Pergunta -  IA! a IA poderá criar outra inteligencia artificial mais evoluida que a atual, a partir do conhecimento e da capacidade que já p...