AD SENSE

quarta-feira, 18 de março de 2020

Os cavalos de Maomé, e a crise do Corona Vírus - Uma visão bíblica da Esperança (Josué 1:1-11)



Há uma lenda que circula no meio islâmico a respeito da origem do cavalo  puro sangue árabe, como é conhecido entre nós. Seu  nome em árabe é: Kamsa Al Razul Allah (As Cinco do Profeta). Reza a lenda que o Profeta, certo dia, acampou às marges de um ribeirão de águas límpidas, mas confinou cem cavalos por vários dias *alguns falam em 40 dias) sem água nem comida. Ao cabo de certo tempo, Maomé chamou os animais, e apenas cinco éguas correram alegremente eu sua direção, resistiram à sede, fome, e mantiveram a docilidade esperada de um bom cavalo. Nasce aí uma linhagem que, segundo acreditam, perdura até o dia de hoje.

Ainda percorrendo a sabedoria popular, há um adágio que diz: "É o mar bravio que prepara o bom marinheiro". Ou outro, que diz:  "São as topadas que engrossam o dedão". De toda sorte (ou falta dela), estamos falando de sofrimento na nossa jornada pela vida. Muito sofrimento. Muitas noites insones. Muitas lágrimas. 

Há, porém, em toda a adversidade, uma limonada, uma lição, e uma decantação de caráter. Há os perversos, que exploram a desgraça para obter lucros e vantagens, mas há também aqueles que disseminam exemplos dignos de admiração. Vou passar a trazer aqui estes modelos, para que sirvam de inspiração aos que, em algum momento se sentem desanimados e opressos pelas incertezas que despejaram, de um momento a outro em nossas vidas.

Minha passagem bíblica favorita é Josué 1:1-1, que diz assim:
E sucedeu depois da morte de Moisés, servo do SENHOR, que o SENHOR falou a Josué, filho de Num, servo de Moisés, dizendo:
Moisés, meu servo, é morto; levanta-te, pois, agora, passa este Jordão, tu e todo este povo, à terra que eu dou aos filhos de Israel.
Todo o lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado, como eu disse a Moisés.
Desde o deserto e do Líbano, até ao grande rio, o rio Eufrates, toda a terra dos heteus, e até o grande mar para o poente do sol, será o vosso termo.

Ninguém te poderá resistir, todos os dias da tua vida; como fui com Moisés, assim serei contigo; não te deixarei nem te desampararei.
Aqui D-s está confirmando que haverão inimigos pela frente. Estes inimigos poderão ser pessoas, animais, doenças, calamidades, infortúnio financeiro, ou angústia., mas sejam quais forem eles, nenhum deles prosperará em suas más intenções, contra ti.
D-s também não estabelece prazo para esta proteção e bênção, mas diz que serão ilimitados. Cartão livre para gastar por conta do Tesouro do Céu. O tempo todo.

D-s evoca a Si o testemunho dos dias passados, propondo a Josué, que foi testemunha permanente dos cuidados do Eterno, e que viu todos os milagres proporcionados ao povo, nos dia em que Moisés comandava a caminhada. Está assegurando que não haverá mudança de diretrizes, nem de cuidados. E este testemunho, estas lembranças, fortalecerão os dias de incerteza. 
As lembranças do que tem feito D-s em nossa jornada, das vezes em que nos livros das armadilhas de satã, deve fortalecer nossos passos, hoje e sempre.
Esforça-te, e tem bom ânimo; porque tu farás a este povo herdar a terra que jurei a seus pais lhes daria.
O Eterno dá à Josué uma ordem: Não seja frouxo. Nada será fácil. Nada será dado de mão beijada, mas tens que fazer a tua parte, se queres que as coisas aconteçam. D´s não sustenta vadios, mas não permite que nada falte à quem obedecer às suas orientações.
Ordena O Altíssimo, que  Josué não desanime, e não deixe que os que estão consigo, isto é, o povo todo, desanimem. Se D-s pede que provoquem o ânimo, é porque está também dizendo que às vezes o perigo parece ser mais forte do que a nossa determinação de vencê-lo. Não é. Somos mais fortes, ainda que pareçamos ser frágeis. Nossa força pessoal tem limite, mas é na fraqueza que nos tornamos fortes. Se te mostrares fraco no dia da angústia, é que a tua força é pequena, diz O Senhor, no Livro dos Provérbios,24:10 D-s diz com isso que mesmo que pareçamos frágeis, não podemos demonstrar esta fraqueza aos que dependem que não nos encurvemos diante dos desafios. Cabe aos que forem líderes, que fortaleçam o ânimo daqueles que esperam mais do que ordens. Temos uma guerra por vencer e iremos vencê-la, é o que diz D-s à Josué.
E nenhuma ordem divina vem sem uma recompensa. D-s não vai a uma festa sem levar um presente. Toda batalha, seja física ou espiritual, será coroada com recompensa, ao final. os despojos serão fartos aos que não se dobrarem ao desânimo.

Tão-somente esforça-te e tem mui bom ânimo, para teres o cuidado de fazer conforme a toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda, para que prudentemente te conduzas por onde quer que andares.
Aqui O Eterno repete a ordem anterior, para que não haja nenhuma dúvida, quando ao que foi dito, ao que deverá ser cumprido, e à recompensa ao final. Mas há uma condição para que as bênçãos sejam distribuídas: Cumprir a Lei! D-s tem agentes nesse mundo, que são as autoridades, e ainda que não gostemos delas, nenhuma autoridade há sem que tenha sido instituída por determinação e permissão do Céu. As Leis são orientadores, guias, para nossa jornada, são os sinais de trânsito pela vida, e tão somente as tenhamos cumprido, já estaremos validando ou "vouchert", o recibo de crédito das bênçãos que esperamos receber.
Não nos desviarmos nem para a direita, nem para a esquerda, diz claramente que devemos ter bom senso, equilíbrio, não nos deixarmos levar pelas paixões exacerbadas em favor de um lado ou de outro. Haverá sempre duas razões nos embates, e ambas tem fortes argumentos para que nos convençamos de sua validade, ao nos decidirmos por uma ou por outra, mas seja qual for a escolhida, não podemos satanizar a que foi preterida, posto que ambas possuem verdades a serem consideradas. Tenhamos bom siso, boa conduta e equilíbrio nas escolhas. Na dúvida, não estacionemos, até que tenhamos refletido, analisado demoradamente cada detalhe e só aí devemos tomar a decisão que nos pareça a mais justa.
Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido.
Conhecer qualquer tipo de lei é uma obrigação de todas  as pessoas. Existem leis difíceis de serem interpretadas, ou porque o legislador não foi claro o suficiente na sua redação, ou porque o povo não dedicou-se a conhecer as leis com profundidade, legando aos sábios, aos mais experientes, que o façam por si, correndo o risco de que não haja honestidade por parte dos sábios, e que usem este conhecimento como forma de dominação espiritual, tornando as pessoas dependentes de seu conforto em tempos de crise, e em troca, prestam-lhes obediência, além de tributos, e regalias.
Há porém aqui uma promessa: para que prosperes, para que tudo o que colocares a mão a fazê-lo seja bem feito, e para que possa colher os frutos desta obediência, os resultados da confiança no Criador.

Não to mandei eu? Esforça-te, e tem bom ânimo; não temas, nem te espantes; porque o Senhor teu Deus é contigo, por onde quer que andares.
Aqui O Eterno repete mais uma vez: "Não to mandei eu?" D-s não repete uma ordem em si, mas faz uma pergunta. D-s não dá respostas prontas, antes faz perguntas, para que a pergunta seja refletida em mim e eu próprio pergunte: Isso vem de D-s? Foi uma ordem DEle? Se foi uma ordem DE, então por que não deveria cumpri-la? São as ordens de D-s tão difíceis assim para serem cumpridas? Não são estas ordens, Leis, Estatutos, normas, especificamente para a nossa segurança? para nossa felicidade?
D-s recomenda que José se esforce. Ninguém sobe uma montanha deslizando. Há pedras, perigos, escarpas, penhascos. Temos que subi-la com cuidado, esforço, inteligência.
Mais que esforço, a proposta divina é que não se cumpra uma jornada, por mais difícil que seja, com má vontade, reclamando, resmungando. "Tem bom ânimo", significa fazer as coisas, por mais difíceis que se apresentem, com alegria, com espírito de louvor.
Hoje cedo, ouvi alguém cantando um hino, a plenos pulmões, na rua em frente ao meu apartamento. Era um homem grande, negro, com um vozeirão, e certa polidez de voz. Ele trabalha na  conservação de um hospital de câncer aqui atrás. Por mais de uma hora, ele cantava, louvando à D-s. As pessoas acham estranho, espalhafatoso, ridículo, que alguém louve ao Eterno em via pública. Não deveria ser assim. Em Israel, vi pessoas com seus carros estacionados à beira da rua, com seus mantos de oração,em pleno horário comercial, voltados para o Muro das Lamentações, proclamando o "Shemá" (Shemá Israel! Adonai Eloheinu, Adonai Echad - Ouve Israel! O Senhor é Nosso D-s. Nosso Único D-s). O louvor perfuma a alma e fortalece o espírito, e quando alma e espírito se abraçam, o corpo se fortalece.

E Finaliza O Eterno assegurando que Se manteria atuante em qualquer lugar, em qualquer luta, em qualquer dificuldade. Assim, a certeza que não estamos sós, nos fortalece o querer e o proceder, e seguimos nossa jornada com mais leveza.

Então Josué deu ordem aos príncipes do povo, dizendo:
Passai pelo meio do arraial e ordenai ao povo, dizendo: 
Provede-vos de comida, porque dentro de três dias passareis este Jordão, para que entreis a possuir a terra que vos dá o Senhor vosso Deus, para a possuirdes.

D-s dia à Josué que se aprovisione, que se prepare, que esteja pronto, sempre pronto para as adversidades mencionadas nos versos anteriores, mas estabelece um tempo para que as coisas aconteçam. O Altíssimo livrou o povo de ser escravo no Egito. Fê-lo atravessar um deserto árido, tórrido, e inabitável, por quarenta anos. E nada lhes faltou, senão inimigos ao longo do caminho, tentando destruí-los, mas que todos os que tentara, dobrar Israel, tornaram-se seus provedores de riquezas. Da mesma forma, as dificuldades, as crises, o desespero, tornam-se oportunidades para que o povo se cale e ouça a voz de D-s. 
Diz o Salmo 23: "Ele faz-me deitar em pastor verdejantes". !"Faz-me deitar", significa que às vezes nossa vida é tão tumultuada para servir ao mundo, e à nós mesmos, que esquecemos de servir os outros, o próximo, se quiser assim, e então D-s, o Nosso Pastor, faz-nos deitar, parar, aquietar, para que repousemos na suas promessas.

Estamos vivendo uma situação de guerra, e a única coisa que não ouvimos, foi tiro, mas é uma guerra biológica, que mata pessoas sem tocar nos bens, e não somos soldados, não somos guerreiros. Somos pessoas, e como pessoas que somos, temos medo da morte, mas temos medo da vida também. Temos medo de uma vida sem sentido, sem propósito. Agora é um momento talvez adequado para que pensemos e façamos planos para voltarmos a sonhar, depois que o inverno passar, pra quando a primavera chegar.


Não deixe que o mundo, que acaba de estacionar no medo, estacione o medo em sua mente criativa. Não deixe que o medo estacione suas garras na sua determinação. Não temas nem te espantes. CR~e e confia. Crê e segue em frente. Esta quarentena nos abriu os portais da esperança, é o que nos resta. Obedecer, purificar, e esperar.

Shalom

Se desejar conversar comigo, adicione meu contato: 48 999 61 1546




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