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quarta-feira, 8 de março de 2023

Polímatas e os Nexialistas - Pensamentos sobre Criatividade

Pacard - Polímata, Nexialista, e Escrevedor

Criatividade é uma visita à feira, ao super mercado. O resto, são escolhas

Criatividade é uma visita à feira, ao super mercado. O resto, são escolhas, disse eu no título desse ensaio, e poderia quase terminar aqui, se não fosse ridículo compartilhar um texto com apenas uma frase, ainda que existem frases que são suficientes para um bom entendimento, e existem enciclopédias inteiras que não dizem nada. Assim, prometo ficar no meio termo, para melhor compreensão do motivo dessas poucas e maltraçadas linhas, ainda que a pena esteja guardada apenas para atividades nostálgicas (sim, eu tenho uma pena verdadeira, com ponta metálica, para escrever em papel),

Ainda que em meu parco, mui raso auto didatismo, ao que, dadas as múltiplas habilidades adquiridas pelo empirismo contínuo, pela experimentação no método tentativa e erro, mais erros que acertos, dou-me ao luxo de também declarar-me culpado de ser Polímata, ou ainda melhor, Nexialista, mas não é relevante, senão para justificar que, em tal condição, fui levado a tornar outras pessoas também ignorantes, mais confiantes no poder da ignorância trabalhada, para mudar o mundo. Não mudei o mundo inteiro, mas o meu mundinho, ah, sim, mudei, e quanto mudei. E cutuquei outros a dispararem em busca de suas próprias transformações estruturais ou intrínsecas, ainda que seja, pois não preciso mudar o mundo, basta que mude a mim mesmo para que o mundo mude sua trajetória. Como isso? - Pergunto eu! Simples! Eu mesmo me respondo! Quando ponho o pé e interrompo a trilha de formigas em seu laborioso ir e vir para abastecer o ninho, estou alterando o estado natural das coisas, e talvez para meu sádico prazer (é só uma metáfora, viu, eu não cometo maldade com os animaizinhos), tenha sido apenas um mover de pé, mas para os atarefados insetos, seja uma completa reestruturação de logística para contornar a deselegante pata do imbecíl que se intrometeu na sua árdua faina. Assim, por pequeno que seja o gesto, estamos alterando a logística do mundo, e se sabemos dessa capacidade, então, por que não mudar para melhor?

Mudar, transformar, são as palavras mais doloridas do Tesouro Linguístico, vulgo Glossário, ou se mais erudito, "Vade Mecuum", haja vista que depende de um remanejamento de inércia, do tal corpo em movimento que tende a continuar no estado em que se encontra (atual estado pende mais para letargia), e toda transformação demanda energia, que é acumulada pela constante atividade da ação, reação, interação, participação, contração, e resolução. Assim dito, a transformação pode ser para o bem ou para o que não faz bem, e sendo uma escolha no caminho bifurcado, há sim, conselhos eficientes e eficazes para que esta escolha se dê na estrada da luz que brilha de contínuo, em lugar de piscar, o que encanta mais aos simplórios, o que em si, não há nenhum demérito, posto que dizia o Sábio Salomão, que "no muito conhecimento há enfado da carne", isto é, se não colocar em prática essa bagagem de saberes, não as transformar em fazeres, o tédio, aquela gosma verde gelatinosa e fétida, dá uma cobertura como de uma torta que aqueceu e escorreu pela bandeja toda.

Talvez, em algum momento, como testemunho, e não como hedonismo, eu fale na primeira pessoa, intentando pejorar e relativizar para não precisar correr ao livro de Eclesiastes, e lembrar quem eu realmente sou. Assim, houve tempo em que eu sentia vergonha de dizer que era autodidata. hoje constato que é inútil explicar que iniciei como autodidata , passei por polímata, e me encaminho ao nexialismo. Mas pra isso, é necessário que a pessoa pare de mascar a graminha saborosa e preste atenção no que estou dizendo (muitas pessoas não conseguem mascar e raciocinar ao mesmo tempo, aí desatam a babar, entende?)

No entanto, não somos muares ruminantes, cujo único propósito de vida é mascar, ruminar, evacuar, e se dócil for, carregar fardos daqui pra lá e de lá pra acolá. Somos criados pensantes, com Lívre Arbítrio, com poder de pensar e decidir, ainda que as escolhas, muitas vezes, nos acorrentem no agir, posto que optamos pela luz que pisca, em nossas vidas. Somos elaborados pelo Criador como Co-Criadores do mundo, e só quando percebermos essa condição, é que seremos verdadeiramente criadores e autores de nossos caminhos. Certo! Falei bonito (eu achei), mas e como podemos fazer isso? Como podemos nos tornar Polímatas e Nexialistas? A resposta é simples e trabalhosa: Esvaziando os porões abarrotados de quinquilharias desnecessárias, acumuladas pelo vazio das escolhas, das aquisições desnecessárias. Os excessos acumulados pela inocência da juventude nem sempre são expurgados durante os ritos de passagem etária e psicológica em nossa caminhada, e aqueles recônditos menos acessíveis de nosso porão mental permanecem com restos fermentando de nossos erros e frustrações, antes ignorados, hoje, capazes de alterar o sabor da vida, porque não foi feita uma antissepsia completa, como se faz em um terreno que se quer plantar uma roça, que necessita que lhe arranquem os tocos e as pedras, antes que sejam espalhadas as sementes. Nosso terreno mental é abarrotado desses entulhos, e são eles que nos fazem desanimar para as transformações e o crescimento que desejaríamos desejar, caso soubéssemos o quanto vale a pena viver a vida que precisa ser vivida. Um Catarse completa, ou ao menos, com profundidade é a solução para o começo dessa caminhada. Aqui começa o caminho da transformação. 

Porém, é importante lembrar que limpar o porão e seus cantinhos putrefatos, não significa apagar as memórias. Não mesmo! Isso porque as memórias são arquivos dos erros e acertos (nem sempre o que fazemos na juventude são erros, posto que são passos de juventude, e juventude sem erros é uma juventude amorfa, insossa, com gosto de jiló. O que precisa ser assimliado é que, semelhante a uma fruta, que tem seu ponto de maturação, e assim deve se saboreada, se passar do ponto, ela murcha e apodrece, e precisa ser descartada, jogada na terra para que cumpra sua jornada final. Porém, saber guardar estas frutas como compotas, podem ser saboreadas em outro tempo e do modo adequado. Isso é a maturidade, provando continuamente os sabores da juventude, com o sabor adequado. A Catarse pode ser seletiva, e organizar as prateleiras da memória de forma adequada ao momento presente, e agora vem o apogeu do que quero dizer: A Criatividade depende disso, desse banco de lembranças e experiências, ainda que nefastas, para compor o aprendizado e a transformação do que vem a seguir. Muitas vezes, brincadeiras de criança, como "caçar Tirisco", que pode ser momentaneamente desconfortante pelo deboche que acontece, torna-se um gatilho para futuras armadilhas que a vida nos propõe, mas se nunca fomos "caçar Tirisco", nunca saberemos que há limites entre ser crédulo, e ser prudente. O crédulo, em tudo crê, e embarca em canoas furadas continuamente. Já o prudente, antes de embarcar, examina o casco para saber se não há riscos de naufrágio. A criatividade é isso: dosar o que se sabe com o que se espera encontrar, temperado com o inusitado. Quem teme o inusitado, vai passar a visa bebendo leite materno, porque terá medo de provar outras iguarias.

Criatividade pressupõe equilibrio entre o medo e a coragem. A desconfiança, e a percepção de risco, com o frêmito de avançar para o desconhecido. Esse sim, o desconhecido, é o grande território do Polímata e do Nexialista, porque usa o estoque do porão, agora organizado, como parâmetro da construção do que é novo, e é capaz de colocar, lado a lado, na mesma prateleira, o velho livro de fábulas, com a moderna chave de algoritmos para mergulhar no desconhecido. 
Isso é inovar. Isso é transformar. Olhar o futuro com as lembranças do passo, atados ao caminhar do presente. O resto, é vaidade.

Dizia Hilel, o Ancião: Se eu não for por mim,, que será por mim? Se eu for só por mim, o que sou eu? Se não agora, quando?
Quem responder estas perguntas, começa a criar sua própria transformação.

Como já disse outro dia: Caixão não tem gavetas e mortalha não tem bolso. De que adianta acumular se não for para partilhar? Conhecimento é como água: estancada fica choca. Rios são rios porque se deixam escoar. O mar que tudo recebe, não é potável.






sexta-feira, 3 de março de 2023

Força nas adversidades - Explicando o provérbio


Se te mostrares fraco no dia da angústia, é que a tua força é pequena. (Provérbios 24:10)

A citação bíblica é essa, mas uma ilustração, com outras palavras, foi dada por Jesus, ao dizer: "Tu, porém, quando jejuares, unge a tua cabeça, e lava o teu rosto, para não pareceres aos homens que jejuas, mas a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente. "(Mateus 6:17,18).

Vamos contextualizar então. A regra de ouro do marketing nos ensina que devemos nos vestir de maneira adequada ao fecharmos negócio, ou quando nos dirigirmos à uma reunião de negócios, isto é, que devemos nos vestir e portar adequadamente, de acordo com o padrão de quem iremos encontrar. Eu me declaro culpado quando vejo profissionais, jovens, na maioria, que levam esta regra ao pé da letra, e determinados profissionais (não nominarei nenhum para não parecer preconceituoso) mais parece que estão indo à uma festa de casamento, ou um baile de gala, quando nos encontram para reunião de negócios, e deixam um rastro quase visível de perfume bem marcante, como os machos deixam seus feromônios na urina que batizam as pedras e árvores, demarcando seu território diante de outros machos. Instintivamente, faz-me parecer algo assim. Mas reforça, apesar de meu nariz torcido ao excesso de perfume, de que é um cumprimento ao conselho bíblico de "cingir o lombo e perfumar-se, lavar o rosto, e pentear os cabelos e a barba" antes de se apresentarem, em público.

Talvez, por esta razão, carros importados cintilando na porta das empresas (mesmo que sejam pagos em 300 parcelas), lojas suntuosas e escritórios magníficos (mesmo que a faxineira tenha que levar marmita de comida requentada), lugares privilegiados na igreja (mesmo que os filhos do jardineiro não possam brincar com os da casa), ainda assim, mostrar vale mais do que ser. Há porém uma conta que não pode ser transferida: a conta do Dia do Juízo, e até lá, caixão não tem gavetas, nem mortalha tem bolso. Nada aqui se leva, senão o que aqui foi semeado. E se é vento que semeamos, é tempestade que vem.

Eu mesmo já agi desta forma (menos o abuso de perfume), e durante muitos anos de minha carreira, apresentei-me de terno e gravata, e nas palestras, quando são motivacionais, apresento-me com minha favorita gravata de borboleta, brega, eu sei, mas ela me representa.

Demonstrar fraqueza é metade da derrota, porque, além de servir de escracho para os desafetos, torna-se uma brecha de vulnerabilidade para a vitória desejada. A ideia de ser humilde não tem relação com permissão para humilhação. Humildade pressupõe reconhecer que em qualquer vitória, nunca a alcançamos sem suporte externo, seja humano ou divino, mas jamais será instrumento de negociação onde qualquer ação desse tipo envolve forças opostas, e uma delas haverá de prevalecer, e se for contra nós, tenham a certeza de que não será lucrativa, antes pode ser destrutiva. Assim, reconhecer a força do outro não implica em condenar-me à fraqueza antecipada. Reconhecer o poder do oponente é apenas o antídoto para ação, em lugar de reação.

Todos somos sujeitos à tempestades todos os dias, mas até no costume civilizado dos cumprimentos, perguntamos: "Como vai?", e a resposta é: "Estou bem, e você?", pode não ser completamente verdadeira, e podemos estar, naquele momento, atravessando turbulências desesperadoras, mas, a não ser que do interlocutor venha a imediata solução para os problemas, pouco importa à este q extensão da nossa dor, o que deveria, mas não sendo  assim, vale mais tirar proveito do mínimo de conteúdo negativo para obter instantes de esperança de que realmente algo ainda possa estar bem, como fazia Epicuro, que embora tendo passado toda a sua vida sofrendo de serios problemas renais (quem teve pedra no rim sabe do que estou falando), entendia que ainda que no meio da dor, possa haver um pequeno lenitivo, e este lenitivo deve servir como índex para uma grande ninhada de esperança (quem é da roça sabe o que é o ovo índex).

Diz o salmista: "Pois a sua (de D'us) ira só dura um instante, mas o seu favor dura a vida toda; o choro pode persistir uma noite, mas de manhã irrompe a alegria." (Salmo 30:5).

Esse não é o segredo da felicidade, mas ajuda a viver cada dia como se fosse o primeiro da colheita de esperança, semeada com lágrimas e dor. O resto, o tempo cura.

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A corda que nos puxa para o envelhecer


A idade é uma corda esticada que nos puxa forte para junto de si. Durante muito tempo, puxamos ao contrário, e como somos fortes, pensamos que estamos vencendo este cabo de guerra. Mas a corda também vai enfraquecendo, e quanto mais resistimos, mais fios se rompem, até que, ou nos deixamos puxar, e envelhecemos, ou forçamos além da capacidade da corda, e ela se rompe. É assim que morremos durante a juventude: pelo pavor de envelhecer.

Compreendi isso a tempo, eu acho, porque caminho pelo envelhecimento com o vagar de um velho, de mãos nas custas e encurvado, olhando o chão por onde piso.

Na tenra infância, rastejamos, e dar os primeiros passos é uma grande vitória, para nós, e para nossos pais. Porém, andar ereto não é mais suficiente, e agora queremos explorar todo o potencial dessa capacidade fantástica que é mover-nos de um lugar a outro sem o artifício grudento do colo, e agora queremos correr, correr e correr, e assim, aceleramos a vida nessa corrida insana, onde puxamos a corda do futuro com toda a força de que dispomos, e muitas vezes, o futuro é uma fruta ainda verde, que foi arrancada do pé sem que tivesse provado suas intempéries necessárias para a maturidade. Isso não importa, porque constatamos que onde tem uma fruta verde, podemos colhê-la e amadurecê-la à força, ainda que, sabido seja, o sabor será insosso, muito diferente do sabor da fruta que amadurece no pé.

E à medida do crescimento, entendemos que a corda do tempo pode ser esticada e a esticamos, testamos seus limites de resistência, sem percebermos que por ser maleável, flexível, esta corda é composta por finíssimos fios emaranhados entre si, e que começam a romper, um a um dos fios, como já mencionei logo acima. Assim também nossas defesas vão se rompendo sem que percebamos, uma a uma, como finos fios que se rompem pela força de tração à eles imposta, mesmo que saibamos que sejam apenas fios, nos importamos apenas com sua capacidade conjunta de tracionar o futuro. 

Assim somos nós. Tracionamos o futuro de nossos filhos para que sejam bem sucedidos. Tracionamos nossas esperanças para que se cumpram sem que seus benefícios ainda estejam maduros. Tracionamos a morte que se agarra junto a cada fio que se rompe, e nem percebemos isso, porque o infortúnio nunca está sozinho para ser puxado. É traiçoeiro, sorrateiro, e se infiltra com os benefícios das fibras unidas, e como uma traça com presas afiadas, rompe estes fios, sem que percebamos. E puxando o futuro, sem saber, pelas leis da física, estamos ao mesmo tempo sofrendo a ação de forças opostas e quando pensamos que puxamos este futuro para nós, é o futuro do inusitado quem nos arrasta para junto de si, como um cabo de guerra, e o grande segredo da vida é saber qual é o ponto de equilibrio, onde um e outro lado permanecem em seus próprios terrenos, mas como os passos da vida não vem como velocímetro ou o hodômetro, que nos mostra o quando fomos puxados, ou o quanto pensamos que puxamos, o mais terrível engano que cometemos, porque se pensamos estar no alto da montanha, e talvez estejamos, quem está na planície tem a gravidade a seu favor, além do tempo e das circunstâncias que encontraremos no acelerado desta descida.

Então, não é prudente que arrastemos o futuro, mas nos deixemos andar pelo tempo necessário da contemplação do caminho. Ah, esqueci, essa velocidade só se adquire quando o tempo já não nos pertence mais. Mas, "ces't la vie", dizem os franceses que comem queijo maturado no tempo necessário, sem o atropelo das grandes redes de supermercados que exigem produção de milhões de toneladas para engordarem a Bolsa de Valores. Mas até esta também se rompe um dia.

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quinta-feira, 2 de março de 2023

Quem sou?



Quem sou?

Sou a sombra de uma vazio

o eco de um silêncio

sou a noite do entardecer

a aurora do meio dia

sou o grito do que é calado

a casa que não tem paredes

não tem chão e nem telhado

sou a esperança ruída

a rudez da dor perfeita

sou o amor flutuando

nas asas do coração.

Sou o poeta mais louco

sou a abelha sem mel

meu doce é como fel

e amargo é meu céu

sou cada um que não vem

ou o nenhum que se vai

não tive mãe e nem pai

meus irmãos não sabem de mim

eu sou assim, em cada sonho

sou assim no acordar

acordo mas ainda durmo

porque assim eu vivo mais.


Paulo Pacard ,( #petalas, 2023)

quarta-feira, 1 de março de 2023

O Pensamento Sustentável como freio à Sociedade Líquida

Odeio ser delator, mas o desavergonhado designer continua usando IA para suas imagens aleatórias. Não sei mais o que fazer*
by Pacard - Designer, Escritor, Palestrante

O Pensamento Sustentável como freio à Sociedade Líquida

Nos últimos anos, o mundo tem experimentado uma rápida transformação em sua estrutura social, com a ascensão da chamada "sociedade líquida". Esse termo, cunhado pelo sociólogo polonês Zygmunt Bauman, descreve uma sociedade caracterizada pela fluidez e pela falta de valores sólidos e duradouros. Talvez eu tenha uma teoria, extremamente absurda a respeito, que veio à mente enquanto eu preparava minha vitamina de abacate com banada, hoje cedo: As frutas são jogadas quase íntegras na caneca, e à elas, acrescemos leite, e ligamos a máquina. Como uma milagrosa demonstração das forças centrífugas do Universo, revolucionando constelações e buracos negros, minhas frutas tornam-se uma homogêna pasta liquefeita, e desaparece com a individualidade ancestral de cada componente da vitamina. Isso me faz entender, pelo menos, o processo de liquefação humana, movida pelas afiadas hélices da acelerada ânsia pelas transformações, pelo novo, pelo inusitado, e olha que eu sou criador de inovação, é meu trabalho, então como poderia ficar tão estupefato com isso? Pois é, eu fico.

Nessa sociedade, as pessoas são cada vez mais individualistas e voltadas para o consumo imediato, sem levar em conta as consequências a longo prazo. O resultado é uma cultura de desperdício e destruição ambiental, que ameaça a sobrevivência das gerações futuras. Na verdade, o Ser Humano sempre foi individualistas, mas os meios de coimunicação e recursos que aceleram as transformações, eram bastante escassos, então cada transformação poderia levar anos, décadas, séculos até, e por que não avançar em milênios? Assim, não havia ambiente para ideias e atitudes liquefeitas, porque o tempo, no seu vagar, calcificava os movimentos, e solidificava as tradições, aprofundava as raízes, e sabemos que quanto mais profundas as raízes de uma árvore, mais resistente ela será diante das intempéries, que movimentam apenas o que é visível, mas o que está entranhado com a terra, permanecerá.

Por outro lado, a bíblia ensina um princípio fundamental que pode ser visto como um antídoto para esse comportamento irresponsável: "Ama o teu próximo como a ti mesmo". Esse mandamento, que aparece várias vezes nas escrituras sagradas, enfatiza a importância de se preocupar com os outros e com o bem-estar da comunidade como um todo. Aqui temos o contraponto entre o que se liquefaz pelo vazio de propósitos, o que se torna amálgama com outros vazios e se deixa liquefazer pelo turbilhonamento das circunstâncias, e aquele que se torna aguerrido marinheiro por enfrentar os mares bravios.

Em nenhum lugar a bíblia promete facilidades, mas diz que D'us estará ao lado, á frente, na retaguarda, dos que ousam por o pé nas águas antes que o Mar de Juncos (erroneamente traduzido por Mar Vermelho) e o Rio Jordão se abram, para que se chegue à Terra prometida, que estará sempre após um rio, mar e um deserto por serem atravessados, e pensem comigo, que tiver uma natureza volátil, ou líquida, pode entrar na água, mas dela não vai sair; pode entrar num deserto sendo arenoso, mas na primeira tempestade de areia, deixará de ser indivíduo para tornar-se parte desta amálgama. 

O Pensamento Sustentável

Essa visão é fundamentalmente oposta à sociedade líquida, que valoriza a individualidade e a gratificação imediata em detrimento do bem comum. O pensamento sustentável, por sua vez, é uma abordagem que busca equilibrar essas duas perspectivas, considerando as necessidades das gerações presentes e futuras e o impacto das nossas ações no meio ambiente.

O pensamento sustentável implica em tomar decisões que levem em conta a interdependência dos sistemas naturais e sociais, e que visem a um equilíbrio entre as necessidades das pessoas e a saúde do planeta. Isso requer uma mudança de paradigma em relação ao consumo e à produção, e uma abordagem mais consciente e responsável em relação ao meio ambiente.

Ao contrário da sociedade líquida, que vê o meio ambiente como um recurso a ser explorado sem limites, o pensamento sustentável reconhece a importância da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos para a nossa sobrevivência e bem-estar. Isso implica em adotar práticas de conservação e restauração ambiental, bem como em reduzir o desperdício e a poluição.

Além disso, o pensamento sustentável também implica em promover a justiça social e a equidade, reconhecendo que as desigualdades econômicas e sociais são uma das principais causas da degradação ambiental. Isso implica em criar políticas públicas que promovam a inclusão e o acesso aos recursos naturais e serviços públicos, bem como em valorizar as comunidades locais e os conhecimentos tradicionais.

Em suma, o pensamento sustentável é uma abordagem que busca equilibrar as necessidades humanas e a proteção do meio ambiente, promovendo a justiça social e a equidade. Em contraponto à sociedade líquida, que valoriza o individualismo e o consumo imediato, o pensamento sustentável reconhece a importância da interdependência dos sistemas naturais e sociais, e busca uma abordagem mais consciente e responsável em relação ao meio ambiente.

Como remodelar a SAociedade pelo Pensamento Sustentável?

Existem várias ações práticas que cada indivíduo pode começar a realizar no seu dia a dia para promover a sustentabilidade e transformar o seu entorno. Algumas sugestões são:

Reduzir o consumo de energia: Desligue as luzes e os aparelhos eletrônicos quando não estiver usando, substitua as lâmpadas incandescentes por LED, utilize ventiladores em vez de ar-condicionado e abra janelas para aproveitar a luz e ventilação natural.

Economizar água: Feche a torneira enquanto escova os dentes, tome banhos mais curtos, conserte vazamentos de água e reutilize a água da lavagem de roupas para regar plantas.

Reduzir o consumo de plástico: Evite sacolas plásticas, utilize sacolas reutilizáveis para fazer compras, leve uma garrafa de água reutilizável ao invés de comprar garrafas plásticas descartáveis e recicle todo o plástico que não puder ser evitado.

Cultivar alimentos: Plante uma horta em casa, ou participe de um projeto comunitário de agricultura urbana.

Transporte Sustentável: Utilize bicicleta ou caminhe em percursos curtos, escolha o transporte público em vez do carro particular e dê preferência a caronas solidárias.

Reduzir o consumo de carne: Reduza o consumo de carne vermelha, substitua por proteína vegetal ou por carnes brancas.

Reduzir o desperdício de alimentos: Compre apenas o necessário, planeje refeições com antecedência e aproveite sobras para fazer novos pratos, além disso, composte os restos de comida em uma composteira caseira.

Reciclar: Separe materiais recicláveis e destine-os corretamente aos locais apropriados.

Essas são apenas algumas sugestões práticas que cada indivíduo pode começar a implementar no seu dia a dia, contribuindo para a transformação do seu entorno e a construção de um futuro mais sustentável e justo. É importante lembrar que a mudança de comportamento é um processo gradual e que cada pequena ação faz a diferença.

Humanismo Sustentável

Para envolver-se com o ser humano e neutralizar a liquidez social de nossos dias, é necessário buscar conexões significativas e construir relacionamentos sólidos com as pessoas ao nosso redor. Eu começaria por algumas ideias práticas:

Participar de atividades em grupo: Envolva-se em grupos de interesse comum, participe de atividades em clubes, associações ou organizações voluntárias. Isso permite conhecer pessoas com interesses semelhantes e estabelecer conexões duradouras.

Conhecer a vizinhança: Conheça as pessoas da sua vizinhança, saia para conversar com os vizinhos, participe de eventos locais e faça amizades com as pessoas que moram próximas a você. Não espere ficar velho para puxar assunto com alguém. Envolva-se com as pessoas. Brinque com as crianças. Elogie, conte uma anedota aceitável e que não menospreze as pessoas, seja o interometido (a) que ajuda a carregar pacotes (tomando cuidado para não parecer que vai sair correndo com os pacotes da pessoa. Certa ocasião, vi uma mulher saindo do mercado, carregada de pacotes, e deixou cair uma moedinha no chão. Com o coração soltando estrelinhas de pureza, instintivamente, abaixei-me para juntar a moeda e devolvê-la, sempre com o olhar fixo na mulher, e sorrido (eu), qual não foi a minha surpresa e estupefação quando o pé pesado dela acertou meus dedos, espremendo-os contra o chão, para que eu não apanhasse a moeda. A culpa não foi dela, e nem minha. A culpa foi de alguém que, certamente já tomou muitas moedinhas desta infeliz senhora, tornando-a desconfiada e agressiva. Minha mão doeu, mas dou mais ainda o coração, pela tristeza de saber que naquele dia eu não pude ser útil, isto é, não pude parecer ser útil. Ela não era minha vizinha, mas por conta disso, antes que eu faça qualquer favor a um vizinho, antes pergunto se ele precisa (às vezes está óbvio), e quer a minha ajuda.

Lamentavelmente vivemos em uma cidade grande, e confesso que eu não sei identificar expressões dos vizinhos, caso estejam sofrendo, porque o olhar de PH equilibrados deles e meu, é irretocável, e a dor que dói, só escondida, e assim seguimos, um e outro, nossos caminhos.

Praticar a empatia: Desenvolva a empatia e a compaixão pelos outros, ouvindo suas histórias, tentando entender suas perspectivas e mostrando interesse genuíno por suas vidas.

Investir em relacionamentos familiares: Dedique tempo para se conectar com seus familiares, fortalecendo laços de amor, confiança e respeito mútuo. Claro que isso é uma retórica, quebrada pela frase: "Parentes são meus dentes e ainda assim, mkordem minha língua", mas como somos movidos a desafios, me digam se há desafio maior do que amar um chato? Então, não se suporta uma pessoa desagradável por cortesia, mas por teimosia. Ainda assim, vale a pena.

Ser um voluntário: Dedique parte do seu tempo livre para se voluntariar em ações sociais, participando de projetos sociais e ajudando pessoas em necessidade. O voluntariado pode ajudar a construir laços significativos e a fazer a diferença na vida das pessoas.

Ao se envolver com o ser humano, construindo relacionamentos significativos e buscando conexões mais profundas, é possível neutralizar a liquidez social e contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e solidária. Lembre-se sempre que cada indivíduo tem o poder de fazer a diferença na vida das pessoas ao seu redor, e que cada ação positiva conta para a construção de um mundo melhor.

Sei que são conselhos mecânicos, ams se apenas um deles se torne prático para um único leitor, já terá compensado cada palavra aqui escrita.

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Ah, e eu sou palestrante, viu? Que tal levar uma palestra ou seminário para sua empresa?










WHY DO YOU SPEND ON WHAT IS NOT BREAD? - FOOD WASTE


Image: internet

By Pacard, Designer, Writer

Before the previous article, about the Shemita, a reader commented to me that unfortunately this volume of production is necessary, because of the excess population. I am led to agree with the elitora, but this observation provoked the second part of this theme, which deals exactly with the waste of food in the world, and I begin the subject with a biblical quote that says:

"Come, all you who are thirsty, come to the waters; and, you who have no money, come, buy and eat! Come, buy wine and milk without money and without cost. Why spend money on what is not bread? and your hard work in what does not satisfy? Listen, listen to me, and eat what is good, and your soul will delight in the finest meal." Isaiah 55:1,2

When I was still living in Gramado, my store was next to a restaurant, and as far as I could tell, it wasn't the busiest restaurant. About the same times a week, a man would pass by with a trailer full of barrels, and collect the remains of food that returned from the tables. As I was almost always unoccupied, due to the lack of movement in my store, I had the "whim" to calculate, based on the volume of cans he collected, what the weekly, monthly, and annual volume would be. I multiplied that amount by the average number of restaurants there at the time, and, although I no longer remember the calculation made, I can remember that it was a few hundred tons a month, thousands a year. I believe the sow was quite fat. I don't know. I never went to see But, regardless of whether the pigs were fed, or thrown into landfills, and later, composters, the volume of food left over on tables (only in restaurants, because at home, there is always a way to reuse the leftovers for a "Restô donté"). Scary. But so far, I've worked on achism. I went to the numbers, and they were, shall we say, terrifying.

Food waste is a global problem that affects both developed and developing countries. According to data from the Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO), about a third of all food produced in the world for human consumption is lost or wasted each year. That's about 1.3 billion tonnes of food that is thrown away or lost each year.

In Brazil, food waste is also an important issue. According to the Brazilian Agricultural Research Corporation (Embrapa), about 40% of all agricultural production in the country is lost before it even reaches the final consumer. This is due to factors such as lack of adequate storage and transport infrastructure, as well as the disposal of food that does not meet the quality standards set by retailers.

In addition, IBGE data show that around 19 million Brazilians still go hungry in the country, which makes food waste even more worrying.

Some other relevant statistics include:

According to FAO, the majority of food waste in the world occurs in the production, post-harvest and processing stages (54%), while the remaining portion occurs during distribution and consumption (46%).

According to the United Nations Environment Program (UNEP), food waste is responsible for about 8% of global greenhouse gas emissions.

In Brazil, it is estimated that food waste causes annual losses of around R$ 22 billion, according to the Akatu Institute. In the world, it is estimated to be 750 Billion Dollars a year.

Still according to the IBGE, around 30% of the food purchased by Brazilian families ends up being wasted.

Thus, it is not just a question of a lack of food, which justifies the depletion of the land, but of food education, so that on production, even if it were applied to Shemitá, regardless of the religious character that originates.

Regrettably, we only see food re-education programs and full use of food, by alternative, vegan, naturalist groups, and in many cases, the teachings are confused with ideological or religious indoctrination, which hinders neutral programs, but focused on food awareness without fanaticism or proselytism.

Ille Vert Studio - +55 48 999 61 1546  whatsapp only


THE MENTAL SHRINKLE - THINKING ABOUT NATURAL INTELLIGENCE (WILE THERE IS SOME)


Image embarrassingly generated by AI, despite the author being a Designer in the old fashioned way*

by Pacard, brazilian designer, writer, and anything you're in the mood to do to beat the boredom*

I would be a hypocrite if I said that I am not stunned, ecstatic, howling at the possibilities of almost ready answers generated by Artificial Intelligence (it is so real, that it already has a personality and is written in capital letters (that big letter that begins a sentence after one point - it's always good to remember certain functions before they are extinguished completely), AI. I really like it, and I've already started using it, at first for fun, and a little too, I've been using DALLE-e (image generator AI randomly surreal) to compose landscapes, which I use in my drawings, given that the use of photographs, no matter how beautiful they are, are protected by Copyright, which is fair, even because, perhaps many do not know, but also my drawings and illustrations, even shared by me on social networks, are also protected by the same laws, and thus, for background landscapes (I was going to say "background", but I leave the jargon for more technical conversations in among colleagues), getting the effect I want, most of the time.

But I didn't come here to speak ill of AI, but to establish a parallel between the facilities of technologies since the first advances in knowledge (you see, I could call it "Science", to sound erudite), and amazingly, if you think that I'm going to put bricks in creative knowledge, whether artistic or technological, to defend some religious point of view, as such. Big mistake! I came exactly to make an apology for the use of intelligence as a tool of creativity, the main reason for human existence, according to the biblical account, where the Human Being, created in the image and likeness of G‑d, is par excellence, a co-creator, and as such, yes, he has the need, opportunity, right, and obligation to be creative.

So it is. It is now that I found the first gap in the path, because the purpose of knowledge is to promote the ease and comfort of civilization (domestic animals are included, if not ask the cat, the animal most dependent on technology that can exist, because it is enough to perceive a source of heat, be it human, animal, domestic appliance, or solar, and there is the flea stretched out or curled up, whatever, spending all the calories it can spend, and after that, after tasty and comforting licks, snub its owner (it's not "tutor", see? I'm old and I can speak the way people spoke when I was young). So, yes, technology came to produce more technology, comfort, and other facilities that the modern world imposes. Even artifacts to kill, to decimate, to exterminate, after all, the super voluminous population of the Earth needs to be dosed, according to the twisted thinking of some and others, isn't it like that?


But I'll leave the artifacts of pain aside, and deal with comfort. Of ease. From the agility of action. And I'm going to skip the hoe to the harvester part, and I'm going to the hottest technology: Artificial Intelligence (I think I covered that already, I think). That GPT Chat is formatting a new generation of micro-brains, atrophied by lack of use (I explain: Brain is what my readers use when they cross the fourth line barrier, without skipping paragraphs, to know what I meant, there at the end, and because they don't understand anything, they are forced to take a deep breath and go back to the beginning and read calmly, line by line, to follow my textual reasoning (some can. I, not always). And I'll confess: I do that out of sheer sadism, a technique I use in my virtual academy to strengthen the mind of those who manage to reach the end and still decide to see if I wasn't incoherent here and there, and in this back-and-forth of boring reading (I have to admit ), exercises the critical part of the gray matter parked between one and the other ear, thus keeping the mind pulsating, unloading synapses, and forcing the heart to accelerate in pumping blood, and of course, blood that comes out of the heart, feeds and oxygenates the brain, but before that, it's already filled the bunch with trillions of other cells, forcing them to realize they're still alive.

AI is coming to atrophy what is left of minds, once brilliant, today just pulsating, who wait for fingers to strum keyboards (in the case of cell phones, only two thumbs are enough) and who type two or three words, and receive a speech as erudite as erudite were the speeches of Cicero, Anaximander, and Quintvs Hortensivs, his rival in erudition and rhetoric.


AI is arriving to teach your children to speed up their schoolwork, and if educators don't wake up, very soon, robots will deliver the handwritten assignments on Almaço paper that they may have requested, imagining that with this they would oblige the students to rediscover what fingers are for.


Ille Vert Thematic Maps & Design - +55 48 999 61 1546 (whatsapp only)


terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

O Encolhimento mental - Pensando em Inteligência natural (enquanto ainda existe alguma)

Imagem vergonhosamente gerada por AI, apesar do autor ser Designer à moda antiga*

Eu seria hipócrita se dissesse que não estou pasmo, extasiado, ululante, diante das possibilidades de respostas quase prontas geradas pela Inteligência Artificial (é tão real, que já tem personalidade e se escreve com letras maiúsculas (aquela letra grande que começa uma frase depois de um ponto - sempre é bom lembrar certas funções antes que sejam extintas completamente), AI. Gosto muito sim, e já comecei a usar, a princípio para me divertir, e um pouco também, tenho usado o DALLE-e (IA geradora de imagens aleatoriamente surreais) para compor paisagens, que utilizo em meus desenhos, haja vista que o uso de fotografias, por mais belas que sejam, estão protegidas por Direitos Autorais, o que é justo, mesmo porque, talvez muitos não saibam, mas também os meus desenhos e ilustrações, mesmo compartilhadas por mim nas redes sociais, também estão protegidas pelas mesmas leis, e desse modo, para paisagens de fundo (eu ia dizer "background", mas deixo os jargões pras conversas mais técnicas entre colegas), obtendo o efeito que desejo, na maioria das vezes.

Mas não vim aqui para falar mal da IA, e sim,  estabelecer um paralelo entre as facilidades das tecnologias desde os primeiros avanços do conhecimento (viu só, eu poderia chamar de "Ciência", para parecer erudito), e pasme só, se pensa que eu vou meter tijolaços no saber criativo, seja artístico ou tecnológico, para defender algum ponto de vista religioso, como tal. Ledo engano! Vim exatamente fazer apologia ao uso da inteligência como ferramenta de criatividade, razão precípua da existência humana, de acordo com o relato bíblico, onde o Ser Humano, criado à imagem e semelhança de D'us, é por excelência, um co-criador, e como tal, sim, tem necessidade, oportunidade, direito, e obrigação de ser criativo.

Pois é. É agora que encontrei o primeiro hiato do caminho, porque a finalidade do conhecimento é promover a facilidade e conforto da civilização (animais domésticos estão inclusos, senão pergunte ao gato, o bicho mais dependente da tecnologia que possa existir, pois basta perceber uma fonte de calor, seja ela humana, animal, eletrodoméstica, ou solar, e lá está o pulguento esticado ou enrolado, tanto faz, gastando todas as calorias que possa gastar, e depois disso, depois de saborosas e reconfortantes lambidas, esnobar seu dono (não é "tutor", viu? Sou velho e posso falar do jeito que se falava quando eu era novo). Então, sim a tecnologia veio para produzir mais tecnologia, conforto, e outras facilidades que o mundo moderno impõe. Até mesmo artefatos para matar, dizimar, exterminar, afinal, a super população volumosa da Terra precisa ser dosada, segundo o pensamento retorcido de uns e outros, não é assim? 

Mas vou deixar os artefatos da dor de lado, e tratar do conforto. Da fdacilidade. Da agilidade de ação. E vou pular a parte da enxada para a colheitadeira, e vou para a tecnologia da moda: Inteligência Artificial (acho que já falei disso, eu acho).  O tal Chat GPT está formatando uma nova geração de micro-cérebros, atrofiados pela falta de uso (explico: Cérebro é aquilo que meus leitores usam ao ultrapassarem a barreira da quarta linha, sem pular parágrafos, pra saber o que eu quis dizer, lá no final, e que por não entenderem nada, são obrigados a respirar fundo e retornar ao início e ler com calma, linha por linha, para acompanharem meu reciocínio textual (alguns conseguem. Eu, nem sempre). E vou confessar: eu faço isso por puro sadismo, uma técnica que utilizo na minha academia virtual para fortalecimento da mente de quem consegue chegar ao final e ainda resolve ver se eu não fui incoerente aqui e ali, e nesse vai-e-vem de leitura maçante (eu tenho que admitir), exercita a parte crítica da massa cinzenta estacionada entre uma e outra orelha, me dessa forma, mantem a mente pulsante, descarregando sinapses, e obrigando o coração a acelerar no bombeamento de sangue, e claro, sangue que sai do coração, alimenta e oxigena o cérebro, mas antes disso, já encheu o bandulho de trilhões de outras células, obrigando-as a perceberem que ainda estão vivas.

A IA está vindo para atrofiar o que resta de mentes, antes brilhantes, hoje apenas pulsantes, que esperam dos dedos a dedilharem teclados (no caso de celular, apenas dois polegares dão conta) e que digitam duas ou três palavras, e recebem um discurso tão erudtido quanto eruditos eram os discursos de Cícero, Anaximandro e Quintvs Hortensivs, seu rival na erudição e retórica.

Está chegando a IA para ensinar seus filhos a acelerarem as tarefas escolares, e se não houver um despertar dos educadores, muito em breve, os robôs entregarão os trabalhos escritos à mão em papel Almaço, que porventura tenham solicitado, imaginando que com isso obrigariam os alunos a voltarem a descobrir para que servem os dedos. 

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Olá
Sou Pacard, da Ille Vert Design

Nossa especialidade é desenvolvimento de Cidades em 3D, em formato de Mapas Temáticos, para uso nos setores de Turismo, e Cultura.
Nosso formato é único no Brasil, pela originalidade e beleza das apresentações de nossos trabalhos.

Gostaríamos de oferecer à sua cidade alguns de nossos trabalhos, como:
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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

Por que gastais naquilo que não é pão? - O Desperdício dos Alimentos


 

Diante do artigo anterior, sobre a Shemitá, uma leitora comentou comigo que infelizmente é necessário este volume de produção, por causa do excesso de população. Eu sou levado a concordar com a elitora, mas essa observação provocou a segunda parte desse tema, que trata exatamente sobre o desperdício de alimentos no mundo, e começo o assunto com uma citação bíblica que diz:

"Venham, todos vocês que estão com sede, venham às águas; e, vocês que não possuem dinheiro algum, venham, comprem e comam! Venham, comprem vinho e leite sem dinheiro e sem custo. Por que gastar dinheiro naquilo que não é pão e o seu trabalho árduo naquilo que não satisfaz? Escutem, escutem-me, e comam o que é bom, e a alma de vocês se deliciará na mais fina refeição." Isaías 55:1,2

Quando ainda morava em Gramado, minha loja ficava ao lado de um restaurante, e ao que eu percebia, não era o restaurante mais movimentado. Cerca de suas vezes por semana, passava um homem com um reboque cheio de tonéis, e recolhia os restos dos alimentos que retornavam das mesas. Por estar quase sempre desocupado, pela falta de movimento na minha loja, tive o "capricho" de calcular, pelo volume de latões que ele recolhia, qual seria o volume semanal, mensal, e anual. Multipliquei essa quantia pela média de restaurantes que havia na época, e, embora eu não lembre mais do cálculo feito, posso recordar que eram algumas centenas de toneladas mensais, milhares ao ano. Acredito que a porcada era bem gorda. Não sei. nunca fui ver. Mas, independente se eram alimentados os porcos, ou jogados nos aterros sanitários, e mais tarde, composteiras, o volume de alimentos que sobra nas mesas (apenas dos restaurantes, pois em casa, há sempre um modo de reaproveitar as sobras para um "Restô donté"). Assustador. Mas até aqui, trabalhei no achismo. Fui aos números, e foram, digamos, aterradores.

O desperdício alimentar é um problema global que afeta tanto países desenvolvidos quanto em desenvolvimento. De acordo com dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), cerca de um terço de todos os alimentos produzidos no mundo para consumo humano é perdido ou desperdiçado a cada ano. Isso representa cerca de 1,3 bilhão de toneladas de alimentos que são jogados fora ou perdidos a cada ano.

No Brasil, o desperdício de alimentos também é uma questão importante. Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), cerca de 40% de toda a produção agrícola do país é perdida antes mesmo de chegar ao consumidor final. Isso ocorre devido a fatores como falta de infraestrutura adequada de armazenamento e transporte, bem como o descarte de alimentos que não atendem aos padrões de qualidade estabelecidos pelos varejistas.

Além disso, dados do IBGE mostram que cerca de 19 milhões de brasileiros ainda passam fome no país, o que torna o desperdício de alimentos ainda mais preocupante.

Algumas outras estatísticas relevantes incluem:

Segundo a FAO, a maioria do desperdício alimentar no mundo ocorre nas fases de produção, pós-colheita e processamento (54%), enquanto a porção restante ocorre durante a distribuição e consumo (46%).

De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), o desperdício de alimentos é responsável por cerca de 8% das emissões globais de gases de efeito estufa.

No Brasil, estima-se que o desperdício de alimentos cause prejuízos anuais de cerca de R$ 22 bilhões, segundo o Instituto Akatu. No mundo, estima-se que sejam 750 Bilhões de Dólares por ano.

Ainda de acordo com o IBGE, cerca de 30% dos alimentos comprados pelas famílias brasileiras acabam sendo desperdiçados.

Assim, não se trata apenas de falta de alimentos, que justifique o esgotamento da terra, mas de educação alimentar, para que sobre a produção, ainda que fosse aplicada a Shemitá, independente do caráter religioso que se origina.

Lamentavelmente só vemos programas de reeducação alimentar e aproveitamento total dos alimentos, por grupos alternativos, veganos, naturalistas, e em muitos casos, os ensinamentos são confundidos com doutrinação ideológica ou religiosa, o que atrapalha os programas neutros, mas focados em consciência alimentar sem fanatismo ou proselitismo.




Shemitá (Descanso sabático da terra) e as três safras anuais - A Terra que geme e chora


A Lei bíblica de Shemitá é uma prática antiga judaica que envolve deixar a terra descansar por um ano a cada sete anos. Durante o ano sabático, os agricultores não plantavam, colhiam ou realizavam trabalho agrícola significativo na terra, permitindo que ela se regenerasse e se revitalizasse.

Hoje em dia, a produção agrícola moderna é muito diferente da época em que a Lei de Shemitá foi escrita. Os agricultores geralmente tentam maximizar a produção, plantando e colhendo várias safras por ano. Isso é possível graças a técnicas modernas de agricultura, como irrigação e fertilização, que permitem que a terra seja cultivada continuamente.

Embora a Lei de Shemitá não seja amplamente praticada fora das comunidades judaicas ortodoxas, a ideia de deixar a terra descansar tem ressurgido como um tópico importante de discussão na agricultura moderna. Agricultores e pesquisadores têm explorado a ideia de que deixar a terra descansar por um período pode ser benéfico para a saúde do solo e para a qualidade dos alimentos produzidos.

Alguns agricultores adotaram práticas agrícolas que refletem a ideia de deixar a terra descansar, como alternar culturas, permitindo que a terra descanse por um ano entre as safras. Isso pode ajudar a melhorar a saúde do solo e reduzir a necessidade de fertilizantes químicos.

Em resumo, embora a produção moderna de várias safras por ano não se encaixe na prática antiga da Lei de Shemitá, a ideia de deixar a terra descansar e permitir que ela se regenere continua a ser relevante para os agricultores e pesquisadores que estão procurando maneiras de cultivar alimentos de forma mais sustentável.

A palavra Shemitá, significa "remissão, liberação", porque a terra fica literalmente liberada, descansando, por um ano, para que possa produzir, com qualidade, durante os seis anos seguintes.

A ordem para a Shemitá era seguida da repetição da Lei do Sábado, do descanso semanal, embora a tradução original de Sábado, não seja "descanso", como imagina o conceito popular, mas "fazer cessar", o que na prática, equivale ao mesmo, no que diz respeito ao Ser Humano, assim como também a terra e seus benefícios.

Bem verdade é que o Ser Humano foi criado à imagem e semelhança de D'us, isto é, dotado de capacidade criativa, e esta é a principal atividade que deve ser evitada no sábado, segundo o entendimento bíblico, isto é, neste dia, não sejamos criativos, e sim, contemplativos, e então, natural seria que não houvesse limites para tal capacidade, e então, produzir três safras por ano, como noticiam os órgãos governamentais, poderia ser visto como um aprimoramento desta capacidade criativa, e é mesmo. Porém, o problema não estar em ser apenas criativo, e O Criador sabia disso, ao criar Seu Semelhante, e então, estabeleceu limites para uso desta capacidade. Assim, criou normas de conduta, que estabeleçam harmonia entre o Ser Humano com seu semelhante, com os animais, com a terra, e com a Natureza em si. Assim, estabeleceu um dia especial para que cesse de criar, "esfrie a cabeça", contemple o que já foi criado, por si mesmo e pelo Criador. Estabeleceu ainda normas que determinem a melhor forma de amar, começando pela honra, pelo respeito, pelo reconhecimento dos limites entre o que pode fazer e o que deve fazer, mas também o que  pode, mas não deve fazer, para que haja equilíbrio entre os seres criados.

Quando vejo que estão exaurindo a Terra, como já dizia Paulo, apóstolo: "Sabemos que toda a natureza criada geme até agora, como em dores de parto" (Romanos 8:22), sou levado a somar à estas distorções, as quebras ainda mais graves das Ordenanças, como o excesso de produção, de um lado, e a má distribuição, de outro. O abuso alimentar nos países ricos, e a fome e miséria, no mundo esquecidos dos lugares, onde  o terror se torna o cotidiano dos povos. Quando vejo gastos de dois trilhões de Euros alimentando a guerra (ou acham que alguém não tem que pagar isso aos fabricantes?), e necessário que o façam, eu reconheço, para frear uma nação que, em lugar de somar conhecimento e recursos para alimentar os povos, deu-se ao delírio de destruir outra que possui o mais rico solo do mundo para produção de alimentos. Quando vejo nos noticiários as bolsas de valores dançando com bilhões e bilhões de muitos dinheiros, ao mesmo tempo em que vejo os governos estendendo migalhas aos menos favorecidos, para mantê-los sob o cárcere da dependência econômica, garantindo que o mínimo alimentar seja mesmo o mínimo dos mínimos, em lugar de proporcionarem políticas socio-econômicas que motivem os ricos a enriquecerem também os pobres, e não estou falando em dividir o que possuem, mas em promover oportunidades para que todos possam ganhar. 

Imagino um mundo em que Educação, Saúde, Segurança, não sejam apenas obrigação do Estado, mas privilégio e responsabilidade de todos. Imagino um tempo perdido em um espaço imaginário e sonhador, onde os que plantam e colhem, sejam os mesmos que repartem e saciem.

Uma particularidade da Shemitá era a obrigação de que nesse ano sabático, a colheita deveria ser inteiramente doada aos pobres. O versículo bíblico que menciona a doação da colheita aos pobres durante o ano sabático, ou shemitá, é encontrado em Deuteronômio 15:1-2, que diz:

"No fim de cada sete anos, você deve cancelar as dívidas. Esta é a forma de fazer o cancelamento: todo credor deve perdoar a dívida que seu próximo contraiu; não deve exigir pagamento do seu próximo ou do seu irmão, porque o cancelamento em honra do Senhor foi proclamado. Vocês poderão exigir pagamento do estrangeiro, mas deverão perdoar o que o seu irmão lhe deve".

Nesse contexto, a doação da colheita aos pobres é mencionada como uma das formas de cancelamento de dívidas, onde o agricultor é instruído a deixar que os necessitados colham os frutos de sua terra durante o ano sabático. Isso mostra a preocupação com a justiça social e a ajuda aos menos favorecidos presentes na lei bíblica.

Agora, pense comigo, se apenas, apenas, repito, cumpríssemos os Mandamentos de D'us, ainda que seja para que prosperemos, em lugar de ficarmos debatendo se são ou não válidos nos dias em que vivemos? Pense que em lugar de três colheitas ao ano, ainda que tivéssemos apenas uma, mas sem pestes, sem enxurradas, sem gafanhotos, sem seca e com chuva no tempo e na quantidade certa, se um sétimo da produção fosse destinada aos pobres do mundo, em lugar de abarrotar celeiros, à espera de preços melhores, não teríamos um mundo mais aceitável, mais aprazível, menos humano e mais divino?

A Terra que geme e chora com dores de parto é a mesma que será renovada muito em breve, graças ao acelerado de desobediência e crescimento da impiedade, em contraste com a esperança daqueles que esperam uma Redenção da terra e da Vida, não por mãos e vontade humanas, posto que estas apenas alimentam exércitos, mas pela vontade e ação do Messias, que não é cego, surdo, e apenas parece estar calado agora, porque já disse o que precisava ser dito há muito tempo atrás. É só ler o que está na Bíblia. Está tudo lá.







quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

Turismo e Hospitalidade - Onde está o paradoxo? (Tema sugerido por leitor)


Imagem de internet*

Já deve ter percebido, o leitor que tem acompanhado minhas recentes postagens acerca da natureza do turismo, e deve ter percebido também, que não estou focando em opinar sobre os recursos oferecidos, tais como parques, natureza, restaurantes, hotéis, ou o que quer que sejam os atrativos deste mercado, mas fundamentalmente no comportamento, tanto dos anfitriões, quanto dos visitantes (claro que meus leitores são, na maioria, formadores de opinião do mundo receptivo, e bem menos turistas, no geral, até porque não tenho tantos "seguidores" , e eu odeio esta palavra, soa pretensiosa, aos quais denomino "amigos", pois assim soa melhor, o que de fato são, e sendo bem, mas bem sincero, não tenho interesse em multidões vazias, antes, escolho a dedo a quem envio meus links, porquanto considero o peso das opiniões de quem também raciocina, ainda que no contradito), e como minha atenção se direciona a quem esteja no centro das atenções do turismo, é com pessoas que eu falo, olhando nos olhos, e com um vigoroso abraço (agora já pode, eu acho, nada de soquinhos e cotoveladas preventivas).

E como devoto da sabedoria de minha saudosa avó, senhora Maria Elisa, tenho em meu DNA o grande ensinamento que ela me deixou, na prática, e na teoria, na essência, acima de tudo: A hospitalidade! Ser hospitaleiro não é um ato de etiqueta social, mas um Mandamento divino, uma ordenança bíblica, uma condição "sine qua non" (indispensável) para a harmonia da vida humana, para a coexistência e boa relação entre as pessoas. Não é só um modo elegante de comportamento, mas um aprendizado de generosidade, de bondade, de empatia. O anfitrião é alguém que coloca-se no lugar do outro, percebe suas incertezas por estar em ambiente estranho, para que não se sinta hostil nem hostilizado pela estranheza territorial.

Para quem aprecisa o estudo da cultura judaica, e mesmo das histórias relacionadas ao comportamento de Jesus, perceberá que a hopitalidade é uma atitude contida dentro do DNA do Ser Humano, desde a criação, quando diz o autor do livro de Gênesis, que D'us "soprou as narinas do Homem", é importante compreender um pouco do texto hebraico que de forma metafórica, e ao mesmo tempo,física, une a ação espiritual com a material, porque Ser Humano (Homem), é ADAM, da mesma raiz de DAM,, que se encontra entre DAM e ADAMÁ (terra), então ADAM é a ligação do Ser Espiritual com a terra, que o abriga. Começa aqui a hospitalidade. A primeira das sete palavras hebraicas que inicia o Gênesis, é "Bereshit" (Bereshit é também o nome do livro em hebraico), que começa com a letra, ou símbolo BET, que é a tradução hebraica de CASA. Assim, "A Casa recebe o Espírito e nasce o Ser Humano". Neste formato fica mais tangível a compreensão que a primeira demonstração de afeto entre pessoas é a hospitalidade. Isso não começo no balcão de recepção do hotel, nem na porta do restaurante, ou no balcão de chek-in da companhia aérea, ou no taxista (agora também de aplicativo) que abre a porta para o passageiro. A hospitalidade começa no relacionamento entre empregador e empregado, entre colegas de trabalho, entre amigos, e até na civilidade entre desafetos. Até mesmo na guerra, um adversário entende que o outro quer negociar uma trégua, quando uma bandeira ou um lenço branco está estendido, e um, e outro, empunhando seus lenços, cedem à contenda enquanto se encontram num gesto de respeito e vontade mútua. Um avança em direção ao outro, e ambos se encontram no meio do caminho, no campo neutro da contenda, e ali conversam. Este ponto no meio do caminho é o ponto de equilíbrio da hospitalidade. É o lugar onde anfitrião e visitante ajustam suas condutas de convivência, e a estadia segue prazeirosa, a um e outro.

A hospitalidade vai além de dar boas vindas e curvar-se em reverência ao que chega, que em certos casos, não passa de salamaleques desnecessários e até caricatos, porque percebe-se nitidamente que quem o faz, esteja externando de forma repetitiva aquilo que aprende na cartilha de boas maneiras da empresa, ou o mantra que decorou nos encontros motivacionais de adestramento que é obrigado a comparecer, em nome da manutenção do emprego.

A boa hospitalidade compreende em primeiro lugar, a empatia de um e de outro: anfitrião e visitante! Não basta que o pobre anfitrião se desdobre em lamber o chão do arrogante visitante, sem que o visitante seja igualmente cordato, educado, gentil, cortês, e sobretudo, humano, no sentido do melhor da humanidade, porque também são humanos os que cometem atrocidades, que fique claro isso.

Porém, considerando que nem sempre o melhor visitante seja ao mesmo tempo a pessoa mais educada, como permanecer cordial e hospitaleiro, considerando que também o convidado possa estar chegando em busca de repouso, justamente para fugir do estresse da rotina nas grandes cidades, que talvez não queira investir os breves minutos que o separam de um banho relaxante, uma cama macia, e o que de bom houver em sequência, em lugar de sujeitar-se a uma bajulação protocolar entre o espeço de tempo em que desce do carro e preenche a finha de hóspedes, que por sinal, é algo absolutamente entediante, desnecessário, e prosaico, porque com os mecanismos atuais de pagamento, automaticamente o CPF da pessoa levantará, se necessára ação policial se fizer necessária, o histórico do hóspede (isso em caso de hotéis), e economiza até boa dose de mentiras, uma vez que ninguém confere o que foi escrito nas fichas. e nunca vi um policial solicitando as fichas para localizar fugitivos ou desvendar crimes, para seguir uma lei que foi promulgada desde que foi sancionada em 2018, sendo integrada à LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), cujo castigo aplicado a quem tiver a estúpida ideia de espiar pela fechadura durante o banho do visitante (ou compartilhar os dados das fichas), pode chegar até 50 milhões de Reais, valor justo e razoável para quem obriga o hóspede a mostrar sua intimidade logo na chegada. Natural que a letra seja um garrancho, em muitos casos, e natural que hajam incorreções nos dados. Mas, isso ultrapassa a hospitalidade, porque tem a vara de marmelo da Lei chicoteando anfitrião e visitante, contra a vontade de ambos. Importante saber que não sou contra a Lei, e a cumpro com "rigor mortis" do meu livre arbítrio. Apenas não gosto dela.

Hospitalidade, como falei, vai além do hotel, do restaurante, da loja. Hospitalidade, também repito, é uma via de duas mãos, onde devolver a empatia é obrigação de quem a recebe. Compreender, por parte do visitante, que o anfitrião, é uma pessoa que tem família, adoece, cansa, tem contas a pagar, nem sempre recebe o suficiente, e precisa dividir-se em outras atividades que complementem a renda familiar, e que o sorriso que se exige dele, pode ocultar um choro invisível. Poucos tem a empatia de perceber que um atendimento carrancudo, indesejável, pode ocultar um filho enfermo em casa, um relacionamento desfeito, uma agressão recebida até mesmo por um colega, um chefe mal humorado, uma frustração, e sim, é claro que problemas devem ser deixados em casa, e o visitante tem direito à total atenção e simpatia por parte de quem o atende. Porém, como mencionei, que mesmo com um atendimento perfeito, protocolar, quem tem na generosidade, na empatia, na hospitalidade recíproca, a capacidade de perceber um olhar distante, e um deslize involuntário no atendimento, um esquecimento, um erro de pronome, ou outro qualquer.

Hospitalidade é uma mercadoria que sempre deve valer mais do aquilo que se paga por ela. Deve devolver mais do que aqulo que se deveria entregar, pois quem trabalha só pelo que ganha, ganha muito, e não merece o que ganha. A hospitalidade é a ética envelopada em atendimento, que percebe que a empresa é a árvore que produz frutos, onde um e outro, visitante e colaborador anfritrião, são beneficiários, contanto que seja cuidada, regada, nutrida, e receba o sol, que nasce para todos, mas brilha ainda mais onde não se interponha entre seu brilho e aquele que provará seu calor. Quem rouba a sombra alheia, não é bom anfitrião. Não é bom cidadão. Não faz jus à categoria de pessoa de bem.

Ser hospitaleiro não é dividir o pão e o teto. É permitir que haja pão sempre que houver necessitado para receber. Ser hospitaleiro é ser previdente, e estar preparado para, a qualquer tempo, amparar a viúva, o órfão, o necessitado, o amigo em dificuldades, o trabalhador que espera por oportunidade, a autoridade que não precisa ser acionada, senão a fazer fluir suas obrigações de rotina. Hospitalidade é honrar e respeitar as autoridades constituídas, ainda que não sejam de nosso agrado. Hospitalidade é ser honrado enquanto cidadãopelas mesmas autoridades, para que a bandeira branca tremulhe permanentemente no terreno neutro e produtivo.

Isso vale para o turismo. isso vale para a vida. Isso vale para abrir as portas da Eternidade.





quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

A Utopia do modelo ideal de turismo - Cidades pequenas em busca de identidade



O grande erro do sucesso é copiar o que os outros fizeram. O grande segredo do sucesso: inspirar-se em quem alcançou o sucesso! 

Parace um paradoxo, mas pode não ser, uma vez que a diferença entre o remédio e o veneno, é a dose, conforme dizia Hipócrates, o "Pai da Medicina", nada mais favorável para um gestor público que vê no turismo, um potencial de crescimento para sua pacata, até pachorrenta comunidade, seguir estas duas lógicas.  

Que mal há em contemplar aquela cachoeira e o cintilante riacho que serpenteia as colinas até a queda se derramando em um manto de noiva (talvez por isso, muitas cachoeiras são assim denominadas: "Véu de Noiva"? Ou aquela capelinha onde devotos peregrinam em busca de um milagre, segunda a sua fé? Ou ainda aquele grupo de senhoras que tem habilidade criativa e produz bonequinhas de palha de milho? Ou tecer redes em teares caseiros? Ou os entalhadores que escavam efígies em velhos troncos? Não seriam estes motes capazes de serem notabilizados em pontos de visitação, despertar o empreendedorismo local? Fazer crescer as quermesses e festas comemorativas da colheita ou produção de frutos notáveis da região? Por que não chamar visitantes para ampliar os ganhos das barracas de confeitos e produtos locais? Seria inoportuno desejar que sua população recebesse as benesses de suas habilidades e talentos? Claro que não! Mas, estarei sendo incoerente com o que já escrevi até aqui, sobre os riscos do crescimento desmedido, do inchaço expansivo acelerado pela ganância? 

Não! Não estou sendo incoerente, e justifico. O que eu chamo à reflexão, não é o turismo como fator de desenvolvimento, mas o turismo predador, como elemento de hiper crescimento desenfreado, que desumaniza e esmaece a identidade local e regional. O que trago ao debate é aquele turismo onde apenas o ingrediente econômico seja a razão de sua existência, e não aquele primeiro turismo que menciono no primeiro ensaio desta série, em que o segredo está na qualidade dos produtos, na originalidade do que é oferecido (mencionei queijos, vinhos, gastronomia original, artesanato, etc), que pode ser estabelecido enquanto ainda se pensa em implementar um plano de turismo em cada cidade pequena, porque pode ser devidamente estudado, podem ser vistos os desconfortos causados pelo turismo e crescimento descontrolado, e pode ser contido ainda na base. 

Um município que deseja iniciar seu projeto de turismo, não apenas deve refletir, junto de seus munícipes, sobre os prós e contras de cada projeto, de cada modificação estrutural viária, ou edificações de infraestrutura, sem que primeiro se conheça o comportamento da própria população face à presente de corpo estranho ao meio, porque o turista é exatamente isso, quando não há uma definição de espaços e permissões: um corpo estranho que pode causar reações internas e um, e outro, acabam por se estranhando pelo despreparo, tanto do habitante local, que vê-se de um momento a outro com sua intimidade invadida, e do turista, acostumado a viajar, que imagina encontra as mesmas regalias que encontra em polos estabelecidos, estranhando e criticando como de má qualidade a pousada que tem um lavatório no quarto e banheiro coletivo, ou que o café da manhã é servido individualmente, em lugar de buffet, coisas desse tipo, normais em um lugar, vulgares em outros, sem levar em consideração que o lugar possa estar apenas iniciando seus pequenos passos no atendimento, de um destino recém descoberto, na pura intenção de bem servir ao visitante, que reclama do atendente que nbão é bilíngue, ou algo assim. Claro que para ilustrar eu cometo alguns exageros, mas é mais ou menos essa a situação do principiante, seja no turismo, seja no desenho, como eu, que quando comecei, meus traços eram horripilantes, e hoje, com experiencia, são apenas feios.

O gestor público que tiver a coragem, quase ousadia, de reunir a população, diante da intenção de realizar um projeto dessa natureza, e não apenas desenhar as belezas, mas expor os riscos, e souber negociar o ponto de equilíbrio entre um e e outro, estará dimensionando um crescimento saudável a longo prazo. Iniciará com um levantamento de potencial de fornecimento de insumos e acomodações; mapeará as carências manufatureiras, e motivará a implantação destas, antes mesmo de colocar a primeira placa de boas vindas. Deixará aquele belo projeto de pórtico para o final do check list, e capacitará todos os envolvidos para que seja fechado o ciclo do bom atendimento, da boa gestão financeira e administrativa, não relegará aos contadores a obrigação de construírem modelos gestores eficientes e ficazes, e não deixará para seus marqueteiros a tarefa de "lotar a cidade", antes de garantir que a lotação seja equilibrada, e não se confunda "lotar" com "abarrotar". De tudo isso tenho modelos já conhecidos. Tudo isso já vi acontecer em pequenas e até grandes cidades. Já vi lugares estampando capas das maiores revistas da época, como modelos e desejo de consumo, se transformarem em bolsões esparramados de pobreza em suas periferias.

Antes de votar um Plano Diretor para o urbanismo do município, o município desejoso de tornar-se um ícone turístico, deve preocupar-se em como essa transformação se dará em cada cidadão, em cada criança, em cada família. Família, criança, cidadãos, em segundo lugar, pois o primeiro, sempre é de D'us.




Como nasce o turismo nas cidades pequenas - O modelo das abelhas



Ilustração: Pacard

Quem lê o título do ensaio até pensa que eu entendo alguma coisa de turismo. Até parece! Sou apenas um palpiteiro que observa as coisas e consegue tirar a película dourada do marketing, e enxergar o que acontece atrás da cortina de voal que doura o turismo como a salvação econômica de pequenos municípios. Parece que passou um vento de soluções mágicas e soprou sobre os gestores de cidades pequenas, que a melhor forma de passar a existir no mapa, é pulverizando purpurina e mel, para atrair, pelo brilho, as mariposas, e pelo perfume, as abelhas. Ilustro aqui, as mariposas, como a parte nociva do turismo, esta que ninguém ousa comentar, e chamo de abelhas, aquele turismo que faz crescer, traz oportunidades, fortalece a economia e a cultura, mas sempre lembrando que abelhas tem ferrões, e aqui  estou falando das abelhas importadas, aquelas que fazem dodói quando espetam o traseirinho nas pessoas e animais, porque existem as nativas, e sim, estas tem um grande espaço na minha reflexão.

Nenhum lugar nasce do turismo em si. Em geral, são pequenas vilas, ou municípios, que possuem algum atrativo especial, seja natural, ou  específico (um santuário, uma igreja, um palácio abandonado, um lugar histórico, e assim por diante), que começam a receber visitas de curiosos ou devotos, em que, em determinado momento, um morador local percebe a necessidade dos visitantes em se alimentarem, e a oportuindade de ganhar algum dinheiro extra, oferecendo refeições, lanches rápidos, e começa por oferecer alguma especialidade local, um tipo de biscoito, de comida caseira, algo se seu consumo familiar tradicional. Uma vez que haja relativo conforto para a visitação, os visitantes começam a indicar o lugar, e mesmo retornarem, trazendo outras pessoas, e o negócio crescem para os locais, uma vez que o vizinho do dono da barraquinha percebeu a oportunidade, e abriu uma em frente à sua casa, oferecendo outras variedades de lanches, agregando potes de conservas, geléias, doces, empregados no lanche consumido, e o negócio prospera. Ao longo dos anos, o lugar já está referido em mapas regionais com opção de lazer, e já faz parte da economia local. A prefeitura melhora as ruas de acesso ao local, e com ruas melhores, novas tendas e lojinhas vão se instalando pelo trajeto, que agora já é chamado de "Ponto", e os pontos se valorizam, os preços sobem, as tendas se transformam em lojas, novas salas na frente das casas (vejam o artigo onde comento isso, a troca da casa pela loja), as ruas são asfaltadas, recebem calçadas para pedestres, iluminação de qualidade, nos fundos da casa alguns instalam pequenas oficinas, marcenarias, espaços de produção de artesanato local, retirado das habilidades ancestrais, que são aprecisadas pelos visitantes, e ao largo do tempo, o pequeno local de visitação pitoresca, com uma barraquinha de lanches ao lado, torna-se um polo de produção e comercialização de produtos, inicialmente artesanais, mas com a demanda acelerada, passam a terceirizar a produção para atender às vendas.

Ocorre que o terceirizado, ainda que não tenha nenhuma relação com o local de origem, percebe que seus lucros estão escorregando para as mãos do intermediário, e eles próprios, os terceirizados, começam a produzir suas próprias marcas, e abrem lojas no mesmo trajeto onde se encontram seus antigos clientes, e também crescem. Este intenso crescimento, desperta a atenção de visitantes, que não são apenas turistas, mas potenciais investidores à procura de novos nichos para ganharem dinheiro, e um lugarejo florescente, mas ainda empírico, necessita de visão estratégica, de especialistas, para potencializarem o crescimento, de estabelecerem marcas próprias, e expandirem as vendas. Necessitam de "griffes", mas no frigir dos ovos, os autóctones nem sabem o que é uma "griffe", e quando sabem, não tem a menor ideia de como tornar isso um grande empreendimento, não apenas "griffes", mas franquias, e isso precisa de dinheiro, muito dinheiro, e os lucros contados da pequena loja, ainda que abarrotada de compradores, não garante investimentos que cubram o "timming" de retorno de uma rede de franquias, de fixação de marca no mercado, e de expansão sem inchaço, com gestão adequada, para que tudo flua. E a cidade cresce, e não apenas a cidade, mas os municípios vizinhos, que dão acesso entre a capital àquele lugar, percebem o alto tráfego de veículos, passando diante de suas portas, fazendo barulho e poeira, trazendo perigos para as ruas, e percebem que gente passando na frente de casa é tudo o que os marqueteiros mais gostam, para ali instalarem as lojas de seus clientes. E agora não há mais um ponto de atração apenas, pois alguém descobre que a velha Tafona de mandioca, o velho moinho com roda d'água desativado dos avós, podem ser transformados em atrativos, e à volta deles, lojas, venda de produtos, a Tafona e o Moinho são reformados, estilizados, e voltam a moer farinhas, que são vendidas a preços dez vezes acima de mercado, porque não são apenas farinhas, são souvenirs. E quando não houver mais Tafonas e Moinhos originais, constroem-se novas Tafonas e Moinhos, como se antigos fossem, e novos atrativos são criados. E por que não juntar uma serie de atrativos que estavam guardados nas lembranças dos antigos, em um belo parque temático? E por que não canalizar e proteger a velha bica d'água e engarrafar o líquido, e vendê-lo como medicinal, milagroso, desejável?

São as flores que trazem as abelhas, mas junto das flores, que encantam durante o dia, por que não também fazê-las encantar á noite? E os jardins e parques são iluminados para que as flores não deixem de ser admiradas. Porém (ah, aquele estúpido porém, sempre no caminho), luzes atraem mariposas, que põem ovos e nascem larvas, e larvas comem flores e plantas, então é preciso eliminá-las, e não há pássaros suficientes para comer as mariposas, porque estas gostam das luzes da noite, enquanto os pássaros se refuciam para seu natural repouso. Então, chegam os recursos humanos, isto é, os meios de eliminação de pragas, os venenos, que envenenam as águas, as mesmas águas já poluídas pelo esgoto dos hotéis e restaurantes que surgiram pela demanda de acomodações, e o esgoto devolvido aos rios, ainda que com paliativos de tratamento pelo caminho, não dá conta de purificar a água, e a mesma água, antes pura da bica, onde todos bebiam na concha da mão, agora está contaminada, o lençol freático não deu conta de filtrar as impurezas, porque seu volume continua sendo o mesmo de antes, mas o que foi despejado nele se multiplicou.

E para matar as larvas das mariposas, morrem também as larvas das borboletas, e morrem também as abelhas, que antes polinizavam as lavouras, os pomares, e agora, as lavouras e os pomares não tem mais razão de existirem, pois não há mais braços fortes dos jovens agricultores, que descobriram nas facilidades e comodidades de servirem aos turistas, um modo muito mais eficiente e eficaz de prosperarem financeiramente, porque ganham em um mês de trabalho nos hotéis, fábricas, e restauramtes, o que ganhavam em um ano de lavoura, isso tudo sem intempéries que lavam a terra e levam as plantas, sem o excessivo frio que mata os brotos, sem o tórrido calor que seca o chão e faz sucumbir a colheita.

Ainda assim, como um trem descarrilhado, o turismo, já agora, predador e não mais provedor, atrai mais investidores, que abarrotam as estradas com caminhões carregados de cimento e ferro, para construírem novos edifícios, pois não há mais terrenos disponíveis no núcleo principal da cidade, e o céu começa a ser invadido pelas garras dos arranha-céus, que  rasgam as nuvens, e roubam o sol dos parques e jardins, das praias, e rios, das varandas onde sentavam-se as famílias ao entardecer, para contar e ouvir histórias, rezarem juntas, e comerem os biscoitos que as velhas avós sempre tinham guardados em potes de vidro decorado por paninhos bordados.
Não há mais entardecer, nem se sabe mais a diferença entre dia e noite por causa das luzes que devolvem o dia até altas horas daquilo que só é noite do lado de fora do lugar. E os pássaros, que dormiam ao pôr do sol, e acordavam aos primeiros raios do alvorescer, agora cantam no meio da noite, dormem nas soleiras das janelas, e catam migalhas nas latas do lixo despejado, das sobras dos restaurantes, e fazem isso antes que os criadores de porcos passem com suas carrocinhas abarrotadas de latões, recolhendo os lucros da fazendas clandestinas, as mesmas que também abastecem os restaurantes de ondem recolhem as sobras da glutonaria comensal de seus visitantes lucrativos.


Esta é uma elucubração de ficção. Não conheço nenhum lugar assim*




Minha "quase esposa" do Tadjiquistão

Pois parece um pesadelo doido, mas o fato deu-se como verdadeiro. Eis o causo: No cotidiano da faina, lá pelos idos de 2012, recebo pelo mes...