Se te mostrares fraco no dia da angústia, é que a tua força é pequena. (Provérbios 24:10)
A citação bíblica é essa, mas uma ilustração, com outras palavras, foi dada por Jesus, ao dizer: "Tu, porém, quando jejuares, unge a tua cabeça, e lava o teu rosto, para não pareceres aos homens que jejuas, mas a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente. "(Mateus 6:17,18).
Vamos contextualizar então. A regra de ouro do marketing nos ensina que devemos nos vestir de maneira adequada ao fecharmos negócio, ou quando nos dirigirmos à uma reunião de negócios, isto é, que devemos nos vestir e portar adequadamente, de acordo com o padrão de quem iremos encontrar. Eu me declaro culpado quando vejo profissionais, jovens, na maioria, que levam esta regra ao pé da letra, e determinados profissionais (não nominarei nenhum para não parecer preconceituoso) mais parece que estão indo à uma festa de casamento, ou um baile de gala, quando nos encontram para reunião de negócios, e deixam um rastro quase visível de perfume bem marcante, como os machos deixam seus feromônios na urina que batizam as pedras e árvores, demarcando seu território diante de outros machos. Instintivamente, faz-me parecer algo assim. Mas reforça, apesar de meu nariz torcido ao excesso de perfume, de que é um cumprimento ao conselho bíblico de "cingir o lombo e perfumar-se, lavar o rosto, e pentear os cabelos e a barba" antes de se apresentarem, em público.
Talvez, por esta razão, carros importados cintilando na porta das empresas (mesmo que sejam pagos em 300 parcelas), lojas suntuosas e escritórios magníficos (mesmo que a faxineira tenha que levar marmita de comida requentada), lugares privilegiados na igreja (mesmo que os filhos do jardineiro não possam brincar com os da casa), ainda assim, mostrar vale mais do que ser. Há porém uma conta que não pode ser transferida: a conta do Dia do Juízo, e até lá, caixão não tem gavetas, nem mortalha tem bolso. Nada aqui se leva, senão o que aqui foi semeado. E se é vento que semeamos, é tempestade que vem.
Eu mesmo já agi desta forma (menos o abuso de perfume), e durante muitos anos de minha carreira, apresentei-me de terno e gravata, e nas palestras, quando são motivacionais, apresento-me com minha favorita gravata de borboleta, brega, eu sei, mas ela me representa.
Demonstrar fraqueza é metade da derrota, porque, além de servir de escracho para os desafetos, torna-se uma brecha de vulnerabilidade para a vitória desejada. A ideia de ser humilde não tem relação com permissão para humilhação. Humildade pressupõe reconhecer que em qualquer vitória, nunca a alcançamos sem suporte externo, seja humano ou divino, mas jamais será instrumento de negociação onde qualquer ação desse tipo envolve forças opostas, e uma delas haverá de prevalecer, e se for contra nós, tenham a certeza de que não será lucrativa, antes pode ser destrutiva. Assim, reconhecer a força do outro não implica em condenar-me à fraqueza antecipada. Reconhecer o poder do oponente é apenas o antídoto para ação, em lugar de reação.
Todos somos sujeitos à tempestades todos os dias, mas até no costume civilizado dos cumprimentos, perguntamos: "Como vai?", e a resposta é: "Estou bem, e você?", pode não ser completamente verdadeira, e podemos estar, naquele momento, atravessando turbulências desesperadoras, mas, a não ser que do interlocutor venha a imediata solução para os problemas, pouco importa à este q extensão da nossa dor, o que deveria, mas não sendo assim, vale mais tirar proveito do mínimo de conteúdo negativo para obter instantes de esperança de que realmente algo ainda possa estar bem, como fazia Epicuro, que embora tendo passado toda a sua vida sofrendo de serios problemas renais (quem teve pedra no rim sabe do que estou falando), entendia que ainda que no meio da dor, possa haver um pequeno lenitivo, e este lenitivo deve servir como índex para uma grande ninhada de esperança (quem é da roça sabe o que é o ovo índex).
Diz o salmista: "Pois a sua (de D'us) ira só dura um instante, mas o seu favor dura a vida toda; o choro pode persistir uma noite, mas de manhã irrompe a alegria." (Salmo 30:5).
Esse não é o segredo da felicidade, mas ajuda a viver cada dia como se fosse o primeiro da colheita de esperança, semeada com lágrimas e dor. O resto, o tempo cura.
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