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quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

A Roda Fiel - Fedoca e o número 12



Eu dirijo como um velho (Dãaar..). Sou aquele sujeito que lê as placas, que ultrapassa com extremo rigor na cautela, que cumprimenta o guarda, que fala do tempo com a velhinha na mercearia. Sou aquele tipão que demonstra interesse em ouvir as queixas dos velhinhos, e ainda estimulo a que abram o coração, se rasguem de falar mal do governo, das noras, dos genros. Sim senhor. Sou quadradinho, quadradinho. Só não uso bigodinho "demodê" (aquele fininho, na ponta do beiço), porque aí seria demais. Outro dia resolvi deixar, e passei o dia ouvindo Orlando Silva e Nelson Gonçalves, às lágrimas. Raspei de vereda e segui a faina e continuei matutando sobre a vida. 

Mas em suma, tenho cara de sério. Muita gente acha até que sou brabo, com essa cara que mistura Jerry Lewis, com o Papa Francisco, e vem me pedir bênção, ou me pedem uma imitação do "Professor Aloprado". Mas tenho que confessar: Nem católico eu sou, portanto não aperfeiçoei a imitação do velho Bergoglio, e já faz muito tempo que vi o filme, e nem lembro mais dos trejeitos do maluquinho de Hollywood. Se fosse o Mazaropi, até vai, mas era requebrado demais pro meu gosto.

Contei essa lorota toda para ilustrar o quanto eu sou observador da vida alheia, das coisas, como gosto de construir metáforas para ilustrar coisas do cotidiano e do comportamento humano. Faço isso também com meus ensaios Teológicos. Uso metáforas. Elas explicam tudo direitinho aquilo que os eruditos não foram capazes de ilustrar. Daí, se meu leitor não puder entender o que eu escrevo aqui, é porque eu não fui suficientemente inteligente para me fazer entender. Não se turbe vosso coração, pois.

O que eu observei desta vez, que estou embromando tanto para contar? Um caminhão! Isso mesmo. Um enorme caminhão. Acho que deveria ter uns seis eixos. Isso significa doze rodas. Não apenas doze rodas, mas doze rodas enormes, que assobiam quando o caminhão anda. Coisa impressionante. Daí, numa destas viagens que fiz, cuidando das placas, dos pardais ( e mesmo assim foram mais ágeis que eu, pois as multas apareceram como num passe de mágica), eu vi, numa autopista,uma destas enormes carretas, tombada. Lá estava ela, com a bunda à mostra e as doze rodas viradas pra cima. O pneu dianteiro furou, ou o eixo quebrou. Algo assim.

Não sei como terminou a tragédia. Não fico parado em cenário de desastre para saber detalhes. Sou fraco demais pra isso. Mas soube que fora o pneu furado. Fiquei pasmo. Um único pneu, entre doze, foi capaz de promover tamanho estrago. Pense bem. UM pneu apenas. E os outros doze pneus enormes, não levantaram UM DEDO que fosse para mudarem o comportamento daquele pneu rebelde.

Pensando bem, essa historia não é nova. Houve um caso onde de doze pessoas,uma fez um estrago tão, grande, mas tão grande, que mudou a historia da humanidade. Um só. Só um.

Antes disso, outros doze irmãos, bancaram os velhacos com um dos doze. Pensa bem: irmãos sacaneando irmãos. Isso deve ser uma fábula. Nunca vi um irmão sacanear outro irmão, nem de brincadeira, que fosse. Pois bem, nesse caso, o único irmão que prestava, livrou o couro dos outros onze, mesmo tendo motivo para tirar-lhes o couro e fazer deles tapetes para seu palácio. Mas não fez.

Aí eu penso em Gramado. Hoje tem, algo como umas dezessete Secretarias, a Prefeitura, pois não? Aí eu penso de novo, que o novo prefeito prometeu diminuir o numero de Secretarias e Cargos Comissionados, os CCs. Muito bem. Então, vai que o homem tenha lampejos duodecimais e pense que se tiver doze Secretários, Ele se tornaria...não. Isso não é do estilo dele. Sejamos justos, embora imperfeitos.  Não tem características messiânicas.  Mas vamos, imaginar que sim, que deixe o belo número de doze Secretarias. Bem. Se minha lógica estiver certa, e ele queira prestar uma homenagem ao cabalístico número do seu Partido, então, doze é o número ideal. Dá bom marketing. Porém, sempre é bom lembrar, que mesmo com doze boas rodas rodando, se uma apenas estiver com eixo trincado, ou furar durante a viagem, nenhuma das outras onde vai ser capaz de segurar.

Aí a dor de cabeça do Prefeito vindouro em formar seu quadro, pois já descobriu que mesmo entupindo o alto escalão de amigos mais chegados, tem mais cargos que amigos em seu partido. E o resto do caminhão, leia-se PMDB, tem que ir para o lado que as duas rodas da frente direcionarem a carreta.
Vale lembrar que mesmo que tenha duzentas rodas em cem eixos, serão sempre as duas rodas dianteiras quem orientarão o veículo, mas que se uma única roda se desviar do eixo, o desastre é certo.

Agora é bom pensar, pois há duas rodas neste carro com marcas e padrões diferentes. Qual será a normativa que ajustará ambas para o equilíbrio e segurança da carga? PDT e PMDB podem ser aliados em algumas coisas, mas suas ideologias e modelos de gestão são absolutamente diferentes. São inimigos históricos no Rio Grande do Sul. Será que Gramado pode dar esta lição ao Brasil, de água e azeite amalgamados tão harmoniosamente?



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