AD SENSE

domingo, 26 de novembro de 2017

O Passado, o Futuro, e o Caráter do Presente



Nossa história relata aquilo que nós fomos, o que fizemos, por onde caminhamos, e as coisas que vimos pelo caminho. Então, história é aquilo que você não tem capacidade de mudar, ainda que conte uma história diferente daquela que viu acontecer, ela ainda será uma história mal contada, mas será a história, ainda que oculta.

Sua história é única, mesmo que tenha sido compartilhada com outros, porque suas decisões também foram únicas, ou as decisões tomadas em seu nome, pela eventual falta de liberdade, aconteceram na sua esfera de ação, mesmo que não no seu domínio, e mesmo que tenha sido você um entre uma multidão de semelhantes, aos quais foi determinado um destino semelhante (escravidão, prisão, torcida de futebol), uma massificação, ainda assim você foi único e seu momento foi, embora compartilhado nas ações, único no sentir. Seu coração pulsou para bombear sangue apenas para o seu corpo. Os seus pensamentos foram apenas seus, enfim, você foi, é e continuará a ser único, mesmo depois de sua morte, porque as lembranças a seu respeito serão únicas, e até mesmo o esquecimento de sua existência terá também sido único. O seu esquecimento, a sua insignificância ou a sua relevância, são seus. Isto foi o seu passado. E o seu passado, embora relacionado a você, não foi propriamente seu, ou melhor, não é definitivamente seu, porque na minha crença (e talvez na sua), o Tempo pertence à D-s, que É O que Vier a Ser, acima e além de todos os parâmetros que conhecemos ou que jamais viremos a conhecer. Mas Ele É O Dono de seu passado, porém, há outro personagem que se infiltra na sua história e diz-se dono de seu tempo, ou já que sabe que não pode ser dono daquilo que não tem capacidade para mudar, diz-se dono das lembranças que o seu tempo podem beneficiar aos propósitos escusos dele, e resgata nas suas memórias aquilo que já deveria estar engavetado no passado, as piores memórias, as memórias ruins, tristes, sofridas e que fizeram, eventualmente alguém sofrer. É o Diabo. Ele rebusca na sua vida coisas que já foram perdoadas, apagadas da lembrança, exterminadas, e abarrota o seu Presente com objetivo de mudar aquilo que ele também não tem nenhum poder de mudar ou administrar: o Futuro.

O Futuro não é seu. O Futuro é de D-s, o Criador. A Ele e unicamente à Ele são as coisas que ainda serão, e que somente Ele também pode resgatar as coisas que já se foram para que você as administre em seu tempo, que é o Presente, e que nesta administração você se torne coparticipante da administração do seu futuro. Assim, se o Diabo remexe naquilo que causou desgosto um dia para continuar a desgostar sua vida hoje e amanhã, D-s pega estes desgostos e os transforma em experiências de perdão, ensinamento, vivências, e dá à você a chave capaz de abrir as gavetas do amanhã e depositar estas lembranças como um tesouro a ser guardado para sua reserva moral daqui até as portas da Eternidade. Então, se o Passado é a arma do Diabo para desanimá-lo, e o Futuro, a esperança de transformar as mágoas em alegria, cabe à você, dono do Presente, este instante cristalino e volátil, etéreo, a possibilidade de negar os efeitos do passado e aceitar as possibilidades do futuro. Cabe à você encarcerar o inimigo das almas em sua insignificância daquilo que aconteceu lá atrás, e abrigar-se às Asas do Altíssimo para que o Futuro seja um vale de certezas onde jamais haverá passado a lembrar, mas presente a desfrutar.

Shalom

Nenhum comentário:

Minha "quase esposa" do Tadjiquistão

Pois parece um pesadelo doido, mas o fato deu-se como verdadeiro. Eis o causo: No cotidiano da faina, lá pelos idos de 2012, recebo pelo mes...