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Imagens: Internet
Segundo o dicionário web, Empatia é um substantivo feminino Ação de se colocar no lugar de outra pessoa, buscando agir ou pensar da forma como ela pensaria ou agiria nas mesmas circunstâncias. Aptidão para se identificar com o outro, sentindo o que ele sente, desejando o que ele deseja, aprendendo da maneira como ele aprende etc.
Na prática, a empatia se manifesta quando esvaziamos o ego e inflamos o amor ao próximo, e essa manifestação não tem que ser necessariamente ao sofrimento alheio, no sentido de ajuda humanitária (que é excelente prática para ser feliz), mas mesmo no trabalho, no cotidiano, podemos nos suprir da empatia para acelerarmos nosso relacionamento, ou até mesmo fecharmos um bom negócio. Para ilustrar isso, vou contar três breves histórias, onde fui parte do protagonismo, isto é, aconteceram comigo, duas delas, e a primeira é relatada pelos sábios do Talmude, na sabedoria judaica.
História primeira
Na cultura judaica, é comum que se procure o conselho de um Rabino, o líder espiritual da comunidade a que pertencem. Certo diz, o Rabino recebeu a visita de um homem pobre, vestindo roupas surradas, que foi consultá-lo sobre a permissão de beber leite, em lugar de vinho, no kidush (ceia religiosa) de Pessach (Páscoa).
O velho Rabino respondeu que, sim, não haveria problema, mas que o ideal seria mesmo vinho. E deu ao homem uma boa quantia de dinheiro, para que comprasse todos os ingredientes para a semana de Pessach, e nada faltasse à sua família durante a celebração de uma das festas mais sagradas do judaísmo. O homem saiu, agradecido, e então a Rebenit (esposa do Rabino), entrou na sala, e falou ao esposo:
- Eu ouvi toda a conversa, e acho que você fez bem, mas por que você deu tanto dinheiro ao homem? Não teria sido suficiente o valor para uma garrafa de vinho?
O Rabino respondeu que, se o homem pensou em beber leite, então também não havia carne para a ceia (atendendo o mandamento bíblico de não misturar carne e leite na mesma refeição), e certamente nenhum dos demais ingredientes para a sobremesa. Então, nada mais natural, segundo o preceito do "Ahavá" (amor ao próximo), que cumprisse uma "Tsedacá" (justiça social), e suprisse a necessidade do pobre homem.
História segunda
Esta aconteceu comigo há muito tempo atrás. Eu era gerente de vendas de uma fábrica de chocolates, e certa manhã, a secretária da empresa transferiu para minha sala, a ligação de um importante empresário, que queria informações sobre chocolate. Ao atendê-lo, ele disse que apenas desejava saber o valor de um quilo do produto, e nada mais.
Teria sido simples responder o que ele perguntava, e continuar minha rotina. Ocorre que minha rotina era vender chocolate, em grande quantidade, e tive o seguinte raciocínio: "Um homem importante como é, com muitos assessores, uma secretária pessoal, ligaria para uma fábrica de chocolate, para saber o preço de um quilograma apenas, por que razão?"
Respondi que coincidentemente eu estava indo para o bairro onde ele estava, e perguntei se me ofereceria um cafezinho, e então eu tiraria todas as dúvidas dele. Aceitou, passei a mão a uma caixa de chocolate, e antes de apertar-lhe a mão, presenteei-o com o produto.
Vou encurtar a história: Ele queria enviar um brinde aos seus clientes e associados. Resumindo ainda mais: Criei um kit com duas garrafas de vinho, uma garrafa de suco, e um quilo de chocolate, em uma caixinha de madeira, personalizada com a marca de sua empresa. Foram cinco mil destes kits. Isso porque eu decidi não responder sua pergunta, sem antes entender o sentido dela.
História três
Eu tinha parceria com uma importante loja de móveis na cidade onde moro atualmente, e em um cantinho da loja, eu tinha uma prancha de desenho, onde passava o dia desenhando sob risco, com o combinado de que eu receberia uma comissão de tudo o que eu colocasse no meu projeto, e fosse vendido.
Certa manhã, já próximo ao meio dia, hora da fome e de virar a plaquinha de "fechado", apareceu uma senhora, vestida de forma casual, camiseta, calça jeans e tênis, e chegou em um táxi. Mas bem na hora de refestelar-se no restaurante por quilo? Uma infâmia, pensaram alguns. Poucos instantes depois, a vendedora foi até onde eu estava e relatou o seguinte:
- " Esta mulher quer que o decorador vá até ao apartamento dela para ver se cabem duas camas de solteiro num quarto!".
Traduzo: "Essa mulher vem nessa loja sofisticada, de táxi, vestida assim, e ainda quer que "O decorador" vá até o cafofo dela pra medir um muquifo? Um desaforo!"
Quando ouvi isso, fiz a seguinte conta: Duas camas, dá comissão de tanto, que paga a gasolina da semana e umas refeições também. Que maravilha. Bora ver o muquifo da madama!"
Vou atalhar e chegar ao fim da história.
O "muquifo" tinha quase mil metros quadrados, era um triplex (e não estava envolvido em nenhum rolo), com piscina, e tudo o que tinha direito. Fui contratado para fazer o projeto de reforma total do lugar, e entregá-lo pronto para uso. Até comida congelada mandei fazer para abastecer o freezer, pois quem utilizava o apartamento era o esposo dela, ao visitar a cidade, pois tinha um empreendimento ecológico na região. Fiz o projeto, e ele ficou tão feliz com o resultado, pois consegui entregar antes do prazo, e com resultado satisfatório, que deu-me mais um belo projeto em seu empreendimento.
O que levou-me a pensar do outro lado da cerca?
Foi no momento em que entrei e vi um imenso apartamento vazio, semi abandonado, precisando de uma reforma e de tudo o mais, e o alerta disparou quando vi, abertas, umas revistas de decoração que mostrava os profissionais de Casa Cor, e logo a seguir, ela olhou para uma janela, coberta com um velho lençol, e perguntou se eu conhecia quem fizesse cortinas. Respondi: "Eu!"
- Mas o que mais você faz? Perguntou.
- Você me entrega a chave e eu te devolvo o jantar servido, respondi.
Fechei negócio.
Ah, sim, discretamente fechei as revistas, pois pra que correr riscos, não é verdade?
Ah, eram os donos da maior fábrica de refrigerantes, de um país que conhecemos.
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