Conversando com um amigo, da área criativa, que recentemente ficou desempregado, falávamos sobre o "tempo livre", Sugeri à ele que use o tempo "livre" como um tempo especial, destinando-o ao andar criativo, buscar soluções.
Mas o que é um "andar criativo", e o que é a liberdade, no campo das ideias? Quais são os seus limites aceitáveis? É bom ser livre? Ou que é ser livre? O quando de liberdade contribui com nosso crescimento pessoal, ético ou profissional?
Não me entendam errado, pois não estou apregoando a servidão como ideal de vida, nem fazendo apologia à perda (alguns gostam de dizer "perca") de autonomia no processo criativo. Veja que nem na arte há uma liberdade absoluta, pois há um conjunto de regras do uso dos materiais, das técnicas, do conhecimento dos estilo, e a ideia principal, pois sem uma ideia não há arte.
Minha construção temática está no limite entre o excesso da liberdade, e o conjunto de vetores (ok, chame de regras) para aproveitamento criativo. Claro que você pode criar algo sem utilidade, completamente "non sense", e pode chamar de seu. Porém, se aceita a máxima de que tudo tem um propósito, a criatividade também tem o seu, e o propósito criativo do Criador, foi estabelecer um ambiente criativo e construir um "coautor" daquilo que ainda havia por ser criado. Assim, colocou D-s, O Homem num privilegiado posto avançado de natureza criativa, reativa, proativa, e por fim, muito viva. Porém..... Com parâmetros para que tal criatividade pudesse fluir sem limite de tempo e espaço.
Um rio que não tem margens, torna-se um charco. Até o mar, delimita o ir e vir de suas águas. Tudo está sujeito às normas, para que não perca seu rumo, seus objetivos. As normas, ainda que na liberdade da criatividade são a essência do direcionamento criativo. Sem regras, a própria essência criativa deixa de existir, porque se o que está estabelecido é o velho, o que há de ser criado, é o novo, então para que seja denominado novo, a regra diz que haja o parâmetro do antigo. Para que se caminhe, a regra ensina que é necessário o movimento, o deslocamento, contrário ao que está estático. Então, se houve quebra de ação pela reação, o novo é a regra de ação do velho.
Ser livre não algo ilimitado, nem estacionário, pois liberdade pressupõe movimento, ação, interação e modificação. Assim, ser livre é ser atrelado à regra de ação e reação, portanto até mesmo a liberdade tem limites e normas a seguir, para que se efetive como verdadeiramente livre.
Criar é o ato de acionar a liberdade de mudar, interagir, transformar. Agir é continuar a agir, reagir, interagir e resultar em transformação. Então, é verdadeiramente livre a criatividade?
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