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sábado, 13 de fevereiro de 2021

Resposta, ou Solução? O que você espera de D-s?


Resposta, ou Solução? O que você espera de D-s?

Pacard é escritor, designer, e gosta de complicar as coisas simples*

O seguinte diálogo é hipotético, mas ilustra minha reflexão nesse tema.

Na aula de matemática, o professor pergunta ao aluno:

- Joãozinho! Responda, qual é a raiz quadrada de 144?

- Não sei, professor!

- Então vai levar zero na prova.

- De jeito nenhum - disse Joãozinho! Eu dei a resposta certa, mas foi o senhor quem errou, ao fazer a pergunta de modo inadequado!

- Explique - Disse o professor.

- O senhor pediu que eu desse uma resposta à sua pergunta. E eu dei. "Não sei!", foi a resposta. Porém, a sua pergunta deveria ter sido: "Qual a solução da raiz quadrada de 144?" Se eu tivesse dito qualquer numero aleatório, aí nós dois teríamos errado, pois o senhor não soube  propor o enunciado, e eu não teria correspondido à sua expectativa de dar uma solução ao problema, que o senhor, efetivamente não perguntou.



A moderna simplificação e distorção das coisas, fez brotar uma geração de busca de respostas, em lugar de busca de soluções, no que diz respeito ao relacionamento com O Criador. E não, a culpa não é desta geração, a quem é fácil atribuir imperfeições e enaltecer, como comparativo, os bons tempos antigos. Não eram bons. Eram apenas os tempos daquele tempo, e nada mais. Cada tempo é o melhor dos tempos, porque é o único tempo que realmente existe. O resto é passado, com suas lembranças, ou futuro, com suas aspirações, mas um e outro, ainda sem respostas.

O que buscamos são respostas, mas do que necessitamos, são soluções. Quando invocamos O Criador para que resolva nossos problemas, antes de clamar por soluções, precisamos ouvir respostas, não d'Ele, mas de nós mesmos. O Pentateuco, que é a fonte de todos os demais livros da Bíblia, por si só, seria suficiente, se fosse estudado com o esmero que sugere em suas páginas, mas como não fazemos isso, portanto não podemos compreendê-lo adequadamente, é que foram enviados os profetas, e redigidos os demais escritos, como adendos e notas marginais (da margem, auxiliares), e com isso, nos acostumamos a esperar respostas prontas às nossas questões, cujo contexto pode ser interpretativo demais, gerando uma dependência escriturística, que termina em preguiça mental, e pior que isso, preguiça espiritual. Só que o Pentateuco não nos dá respostas. Apenas conta histórias, e em caso de dúvida, faz perguntas, porque a resposta já foi dada. Basta procurar.


Texto e contexto, enunciado, respostas e soluções, devem encaixar-se no caminho, como sinalizadores, e não como destino final da jornada.

D-s não dá respostas, antes, faz perguntas, e indica as placas do caminho, que já estão lá para serem lidas, pensadas, e seguidas. Quando diz a Josué, que não o deixará, não irá desampará-lo, diz também que não tenha medo, não se espante, e tome suas próprias decisões, e que estas, serão apoiadas pelo braço forte do Criador, contanto que estejam de acordo com aquilo que foi orientado havia pouco tempo antes, por intermédio de Moisés. Assim, D-s diz a Josué que ele é livre, mas alerta que tal liberdade pressupõe regras, e que tais regras são precedidas por perguntas, e seu enunciado deve ser claro, límpido como cristal, e que somente com essa clareza de atitude e pensamento, com limpidez de alma, é que Josué compreenderá a importância de agir em conexão
com as orientações do Criador.

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Jó, fez perguntas, mas D-s devolveu as perguntas e fez-Se claro de que mostrava soluções às perguntas que Jó não soubera fazer. D-s só faz perguntas, quando a solução está na nossa frente, e é preciso um chamamento mais contundente para despertarmos da letargia continuada à qual nos adestramos.

Orar é um diálogo, e neste diálogo, temos o momento das perguntas, o abrir de alma, mas sempre lembrando que D-s não nos deve respostas, mas nos oferece soluções, e estas soluções são sempre condicionais. Não significa que vamos negociar com D-s: "Eu troco isso por aquilo!", Longe disso. Vamos levar ao Criador as nossas ansiedades, e na falta de entendimento para que façamos as perguntas certas, esperemos a solução para nossa falta de conhecimento e de experiência, que segundo os sábios, levam à esperança, e da esperança, para a fé, é só um pequeno passo, chamado confiança. Pedimos respostas, quando o que precisamos é de soluções, e pedimos soluções, quando precisamos antes é saber fazer as perguntas. Não à D-s, mas à nós mesmos. É como alguém que procura desesperadamente pelos óculos e estes estavam diante dos seus olhos o tempo inteiro.

Ah, ia esquecendo de dizer, que Joãozinho levou zero mesmo assim, por encurralar o professor. Falar a verdade e desmascarar um ignorante é bom para o ego, mas péssimo para as relações interpessoais, especialmente diante de uma autoridade. O sistema de ensino vigente não permite que seja exercido outro modo de adestramento, que não a tabelinha de perguntas e respostas, ainda que o enunciado seja dúbio.

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