Já toquei nesse assunto aqui sob forma de fábula. Não foi suficiente. Constato cada vez mais que meus leitores não querem ser comovidos, mas convencidos. Querem provocações para que discorram eles próprios pelas possibilidades e desfechos de situações que comprometem a cidadania, nesse caso, falo da população pensante de Gramado.
Sei que não agrada a um governante que críticos se embrenhem nos seus deslizes, porque creem estes, os governantes, que qualquer crítica, e crítica contumaz, seja manobra das oposições, sejam estas quais forem, e com isso o descrédito se avoluma a cada linha de reflexão.
Fedoca já deve ter percebido que sou crítico, e não me escondo atrás de "crítica construtiva", uma falácia de invejosos, mas critico aquilo que percebo como relevante para os leitores, a quem simbolicamente faço voz neste espaço cibernético.
E o tema em foco, muito mais que um perdulário magoado derrubando florestas para espalhar tabloides, é a Educação, pilar de sustentação da ideologia brizolista, a quem devem as páginas quase missionárias que escrevem o histórico PDT.
O maior expoente atual desta ideologia, o Senador Cristóvão Buarque, sempre pautou pela Educação como mola propulsora da civilização, e redentora dos quinhentos anos de atraso histórico do Brasil colônia, que poderia e deveria, pelo olhar deste Partido, revitalizar esta ideologia.
Mas não está acontecendo isso. Por mais bem intencionado que esteja o Prefeito fedoca, suas ações até aqui demonstradas oferecem, ao eleitor e leitor, apenas uma visão populista, eleitoreira, corporativista e pobre dos caminhos para onde direciona a Educação de Gramado.
Fedoca caiu numa armadilha chamada "cobertor curto", onde agrada aos professores, mas desagrada aos bons professores. Agrada aos Educadores, mas desagrada à Educação. Não parece suficiente o rodo judicial pelo qual que atravessa o país, desmanchando vícios de grandes corporações, parece que deseja-se construir uma política do toma lá-dá cá com justamente aqueles que deveriam e poderiam dar exemplo destas transformações.
Merecem os Educadores ter tres horas diárias para preparo das aulas? Definitivamente SIM! Porém, recebo informações preocupantes de que (aqui falarei em hipótese) poderiam alguns educadores menos conscientes, estarem se utilizando deste tempo para usufruírem de um lazer extra, não correspondendo aos objetivos da Portaria, e com isso, trazendo aquilo que tinham de favorável na Educação, para um patamar abaixo do padrão proposto. Mais uma vez os bons irão pagar pelos maus.
Se eu tenho uma solução para o caso, além da fiscalização? Não. Eu não tenho, pois não sou especialista em logística da Educação. Mas acreditei que um Prefeito que teve tantos anos à espera de uma oportunidade para eclodir todas as possibilidades contidas em sua ânsia pelo poder, poderia oferecer respostas mais convincentes aos pais, e ao próprio erário público, que deverá alocar substitutos, evidentemente, sem as mesmas qualificações que os titulares, para que os filhos dos gramadenses estejam, por no minimo três horas diárias, ao sabor do vento e da consciência daqueles que deverão, pelo tempo que ganharam a mais, oferecerem inovação e renovação de energia e conhecimento dobrado aos educandos.
Melhor que este crítico levante o problema na saída, junto com os vereadores e educadores que já se posicionaram, do que esperar até que o pior aconteça, e faça coro aos 50 milhões de analfabetos que este país já abriga. E todos sabem que atrás do analfabetismo, vem a pobreza, a fome, descamba a economia, a saúde,a segurança, e um dia, alguém poderá mostrar belas imagens do presente e dizer: Gramado já foi assim, em seu apogeu.
Se há uma solução, não virá por mim, mas a provocação sim. E minha provocação é para que a sociedade gramadense se mobilize. Que sejam criadas comissões de análise, de fiscalização, de motivação, para que sejam cumpridos os objetivos nobres da Lei, mas que por falta de fiscalização eficaz, possa esvair-se no emaranhado de papéis.
Tenho em mãos documentos que demonstram significativos avanços na gestão da Educação ao longo dos últimos anos em Gramado. Ouvi educadores experimentados antes de formular minha opinião, e com estas opiniões, fundamento que o PDT deva urgentemente revistar seus princípios, se quiser atingir seus objetivos, pois não vivemos mais o tempo do discurso fácil e do repetir para tornar verdade. Vivemos o tempo onde tudo pode ser conferido, comparado, divulgado,compartilhado. Então, não seria de mau tom que o Prefeito oferecesse à população mecanismos de avaliação e controle deste uso das horas cedidas, mas que também se possa detectar e sanas com a urgência necessária os efeitos sobre o educando, as crianças e adolescentes.
Gramado tem todos os meios para tornar-se um modelo nacional de Educação. Mas com disciplina e método. E canetaço não faz parte deste método saudável.
Sirva este espaço para uma ouvidoria paralela do cidadão e que traga suas reivindicações, que as levaremos, pois bem o sei que Gramado já conhece muito bem esse espaço onde as ideias substituem as imagens, e não busco tocar o coração, mas a mente dos meus leitores.
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