AD SENSE

domingo, 1 de janeiro de 2017

As promessas do primeiro discurso de Fedoca



O gerador de lero Lero foi ligado e os discursos vazios e retóricos transbordaram nas posses pelo Brasil afora. Já distantes da campanha, mas como que prestando satisfação de suas promessas, os novos prefeitos ainda estão embriagados pelas novidades dos braços do poder, que começam a se tornar reais. São discursos muito retóricos, filosóficos, ideológicos, e profundamente cheios de coisa nenhuma.

Fedoca diz duas coisas em seu primeiro discurso: Vai ouvir os calados (?), e limpar a cidade. Vou comentar por primeiro a última afirmação, limpar a cidade. Faz bem. É um clamor e uma promessa de qualquer candidato que buscou votos. A bela Cidade Jardim das Hortênsias cheira a esgoto na porta dos fundos, ou nem tão dos fundos assim. Urge então que chame ambientalistas competentes e já na semana que vem comece a delinear duas coisas fundamentais: Como será feita esta despoluição, o tratamento das águas, para erradicar o problema; e que projeto será oferecido para que o problema não volte. Que modelo de despoluição será utilizado, sabendo que em nenhum caso será barato. Limpeza ambiental custa muito, muito dinheiro, mesmo as soluções mais simples, sustentáveis, tem custos elevados. Naturalmente, alem de chamar especialistas, irá pessoalmente visitar as soluções encontradas em outros países, onde o problema foi resolvido, e aqui entram Israel, que não tem água, mas retira e purifica água do mar, tornando-se autossuficiente em abastecimento hídrico. Outros modelos ainda estão em Nova Iorque, ou na Itália, Inglaterra ou Alemanha, que despoluíram rios historicamente sujos. É lá que está a solução, e não em Cuba, Venezuela ou Moscou. Só mencionei, porque como todos empunham uma rosa vermelha, nunca se sabe.  Tivemos exemplos muito recentes de parcerias internacionais equivocadas.

A primeira parte do discurso é a subjetiva, onde Fedoca diz, segundo o que leio na imprensa, que vai ouvir o calados.  Faz bem, porque durante a campanha, não foram os calados quem vomitaram ofensas de ordem moral e pessoal contra candidatos, e continuam fazendo, como tripúdio aos vencidos, o que também corresponde ao modelo medieval de vitórias, onde à frente da realeza eram largados os bufões que destilavam impropérios em forma de bobice e eram aplaudidos pela plebe extasiada. Então, aqui temos de fato um grande número de calados, sérios, decentes, que optaram pela elegância do silêncio e do voto para expressarem seu descontentamento pela gestão anterior, ou em detrimento da que daria continuidade. Confesso que, embora parecendo uma demagogia, devo concordar que foi um gesto inteligente do Prefeito empossado, e que certamente deverá trazer à luz estas vozes, uma vez que as audiências de uma autoridade sempre são públicas, mesmo que à portas fechadas.

Aliás, instituído por Pedro Bala há quatro gestões atrás, o atendimento à portas abertas, presumo que deverá ser aprimorado pelo Prefeito Fedoca, uma vez que não tenha ele nenhum problema de acesso ao povo. Volto então a imaginar como irá Fedoca ouvir os calados, e o que tem este silêncio a dizer aos vencedores e vencidos? Naturalmente é uma pergunta retórica, porque sei exatamente o que estas pessoas, numa leitura geral e não particular, irão reivindicar ao Prefeito. E uma pergunta será feita com insistente interesse: Gramado se renova, se reforma, se transforma ou será redesenhada à nova realidade brasileira pós PT e seus coligados?

Ainda mais uma dúvida quanto à ouvidoria do Prefeito: as vozes desejadas serão às que se calaram. mas o que fará com aqueles que despejaram ira em linguagem que coube inúmeros processos por calúnia e difamação. Serão estes contemplados com cobiçados cargos públicos como prêmio por merecimento, ou fará ouvidos moucos aos apaixonados difamadores, com o receio que seriam maçãs podres no meio do cesto de frutas saudáveis?





Nenhum comentário:

Bella Ciao e Modelo Econômico de Crescimento - Táticas e Estratégias que modelam o Pensamento Político

Imagem: Bing IA Pacard - Designer, Escritor, e Artista, que tem nojinho de políticos vaidosos* "E sucedeu que, estando Josué perto de J...