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Imagem editada. Fotos: Internet
O ano bissexto de 2020, definitivamente começou torto para o Prefeito fedoca. Primeiro, foram seus projetos rejeitados pela câmara, num movimento que pode ser definido como traição, esta é a palavra, não pela negativa dos vereadores da oposição, mas porque haviam apertado as mãos (hoje, com Corona Vírus, seria um "tchauzinho" e só isso), um gesto elegante que significa que houve um acordo entre as partes. Houve, mas alguém não cumpriu, traiu o entendimento.
A seguir, Fedoca vê-se encurralado pela entrada, não apenas do último ano deste mandato, como da incerteza de sua eventual candidatura (ou não) à reeleição. Porém, com ou sem candidatura, há uma município para administrar, e Fedoca precisa administrar seu drama shakesperiano de Hamlet: "Ser, ou não ser?" Sua indecisão, ou falta de decisão, que dá no mesmo, tumultua toda a lógica eleitoral, embora esta seja uma decisão inteiramente pessoal dele, Fedoca, e tenho que admitir que não há nada de errado nisso, pois na condição de Prefeito, ele se faz Prefeito, simples assim, e Prefeito não é candidato, senão no momento em que decide sê-lo,e é aceito por seus pares a que o seja. Ainda assim, uma eleição é uma trama que se entretece, que vai desde eventuais adesões, até construção de plataformas. Candidatos não se apresentam, e cabe aos eleitores examinarem na última hora o histórico, nem sempre claro, dos candidatos, assim como cabe aos candidatos que preparem seus motes de campanha, sendo que a grande maioria deles nem sabe o que significa um mote, uma plataforma, e não tenham um projeto, e muito menos um bom projeto.
Acha que eu exagero? Pois deixe passar o tempo, e quando qualquer candidato (escolha um, aleatoriamente) bater à sua porta, peça à ele que deixe, além da maravilha de foto trabalhada no Photoshop, uma apostila com sua biografia, e seus planos, e que tais planos não sejam etéreos, prometendo mais saúde, educação e turismo para Gramado. Ou que, sendo de oposição, que apontem resumidamente os erros dos adversários, mas que ao lado, escrevam as suas propostas para soluções. Tudo isso impresso, para que possa ser cobrado depois.
Assim, Fedoca carrega em suas costas o peso de que os Partidos ofereçam candidatos arranjados de última hora, ou candidatos populistas puxadores de votos, mas de conteúdo político abaixo de zero. Então, se Fedoca não toma decisão, o acaso tomará por ele, e o acaso na política é venenoso, não apenas à democracia, mas também à economia, às finanças públicas, e à própria gestão futura. Ou alguém acredita que o Prefeito consegue administrar sem puxar para seu lado aqueles que ganharam votos, mas deixaram de lado a ética, a educação, o conhecimento, e algumas vezes, a própria decência? Então, isso não se aplicaria a qualquer Prefeito, qualquer líder, qualquer candidato? Sim! Aplicaria, mas aqui eu trato de Gramado e o Prefeito de Gramado é Fedoca, e quem nesse momento deixa um cenário de dúvidas em todos os Partidos (até mesmo nos Progressistas, que passam pente fino nas possibilidades para encontrarem um vice para Nestor, e de que Nestor, ainda que vença a eleição, não venha a ser afastado, por problemas com a Justiça).
Agrava-se tudo isso, com o gravíssimo Corona Vírus, que parou o mundo, e por estranho que pareça, Gramado faz parte do mundo também. Sua economia depende do mundo. Gramado não é autossuficiente. Nenhum lugar é. Mas Gramado vivia do que sobrava dos ricos e da classe média, isto é, vivia do supérfluo, embora turismo não seja obsoleto, mas está alguns andares acima na pirâmide das necessidades. Comer em restaurantes sofisticados, hospedar-se em hotéis de primeira linha, visitar parques temáticos únicos, não é privilégio de quem recebe o "Bolsa Família", mas reclama dos que a recebem. Com isso, Gramado descobre que de um dia para outro, pode ficar sem nada. Nada mesmo. Basta que a quarentena deste vírus não se emende à quarentena de outro qualquer que possa vir na carona. Ou até que a roda do mundo volte a girar novamente. Só que o mundo tem uma roda muito, muito grande. Gigantesca mesmo, e quem lembra das aulas de física, vai também lembrar que nenhum corpo parte da posição estática para sua aceleração máxima sem antes movimentar-se lentamente, acelerando paulatinamente até que alcance sua velocidade total. A economia não é diferente. Ela pode despencar de um instante para outro, como acontece nesse momento, mas nunca vi ninguém subir uma montanha na mesma velocidade com que despenca dela.
Com este raciocínio, quero levar meu leitor a pensar comigo, se não está Gramado carente de ter uma releitura de seus dotes, de seu modo de ganhar a vida, de pensar numa segunda opção, em caso de novas crises, e repensar o percentual de expectativa investido em uma única cesta? Não faço segredo que enviei esta provocação à Fedoca, assim como levo outras sugestões, em conversa privativa. Sei porém, que não pode atribuir-se à ele o milagre da recuperação do município, depois do vendaval, cujo cenário se mostra em uma grande reação em cadeia: Primeiro, os hotéis tem suas reservas canceladas aos borbotões. Junto deles, os restaurantes, os parques temáticos, os mercados que os abastecem, os hortifrutigranjeiros locais e da região, que pagam suas contas, vendendo hortaliças, frutas, verduras, lacticínios, carne, artigos de higiene, vestuário, e tudo o que compõe uma cadeia produtiva local e regional, e de consumo contínuo desta clientela.
Que o mundo, o país, o estado, e agora a cidade estejam vivendo aquele momento entre o espanto, a estupefação, o pavor, pela crise que antecipa-se (ainda há alimento e papel higiênico no almoxarifado, mas e quando não tiver mais?) à crise real, mas aqui estamos, repito, falando de Gramado, e Gramado sempre soube reinventar-se nas crises. Aqui trago o tomate pra minha salada, pois eu atravessei dezenas de crises pessoais, e uma a uma tive que reinventar-me para sobreviver e dar continuidade ao meu projeto de não esmorecer pelo rugido dos leões que mato a cada dia até hoje. Esse contínuo reinventar-me, capacitou-me a acreditar que esta será apenas mais uma e não a última das crises contra as quais terei que lutar, e acreditem, não tenho como estocar ideias, pois estas também são voláteis e perecíveis, como a batata da Tapera, o alface do Vale Real, ou o pinhão que foi mal armazenado, como o café coado que deve ser tomado quanto está quente, senão fica com gosto de choco, de requentado. Assim também pode Gramado reinventar-se, e vender conhecimento e expertise em vencer crises. Começando por mim, que mesmo vivendo longe de Gramado, sinto as mesas angústias que todos sentem. E creio que Fedoca tem tido problemas com o sono, e não é por reeleição, e sim por solução.
Há males que contribuem para evitar males maiores. Assim, é certo que o surto do pavor vai passar, mas não seria oportuno começar a pensar em um Plano B para outras surpresinhas desagradáveis que ainda estão por vir?
Imagem editada. Fotos: Internet
O ano bissexto de 2020, definitivamente começou torto para o Prefeito fedoca. Primeiro, foram seus projetos rejeitados pela câmara, num movimento que pode ser definido como traição, esta é a palavra, não pela negativa dos vereadores da oposição, mas porque haviam apertado as mãos (hoje, com Corona Vírus, seria um "tchauzinho" e só isso), um gesto elegante que significa que houve um acordo entre as partes. Houve, mas alguém não cumpriu, traiu o entendimento.
A seguir, Fedoca vê-se encurralado pela entrada, não apenas do último ano deste mandato, como da incerteza de sua eventual candidatura (ou não) à reeleição. Porém, com ou sem candidatura, há uma município para administrar, e Fedoca precisa administrar seu drama shakesperiano de Hamlet: "Ser, ou não ser?" Sua indecisão, ou falta de decisão, que dá no mesmo, tumultua toda a lógica eleitoral, embora esta seja uma decisão inteiramente pessoal dele, Fedoca, e tenho que admitir que não há nada de errado nisso, pois na condição de Prefeito, ele se faz Prefeito, simples assim, e Prefeito não é candidato, senão no momento em que decide sê-lo,e é aceito por seus pares a que o seja. Ainda assim, uma eleição é uma trama que se entretece, que vai desde eventuais adesões, até construção de plataformas. Candidatos não se apresentam, e cabe aos eleitores examinarem na última hora o histórico, nem sempre claro, dos candidatos, assim como cabe aos candidatos que preparem seus motes de campanha, sendo que a grande maioria deles nem sabe o que significa um mote, uma plataforma, e não tenham um projeto, e muito menos um bom projeto.
Acha que eu exagero? Pois deixe passar o tempo, e quando qualquer candidato (escolha um, aleatoriamente) bater à sua porta, peça à ele que deixe, além da maravilha de foto trabalhada no Photoshop, uma apostila com sua biografia, e seus planos, e que tais planos não sejam etéreos, prometendo mais saúde, educação e turismo para Gramado. Ou que, sendo de oposição, que apontem resumidamente os erros dos adversários, mas que ao lado, escrevam as suas propostas para soluções. Tudo isso impresso, para que possa ser cobrado depois.

Agrava-se tudo isso, com o gravíssimo Corona Vírus, que parou o mundo, e por estranho que pareça, Gramado faz parte do mundo também. Sua economia depende do mundo. Gramado não é autossuficiente. Nenhum lugar é. Mas Gramado vivia do que sobrava dos ricos e da classe média, isto é, vivia do supérfluo, embora turismo não seja obsoleto, mas está alguns andares acima na pirâmide das necessidades. Comer em restaurantes sofisticados, hospedar-se em hotéis de primeira linha, visitar parques temáticos únicos, não é privilégio de quem recebe o "Bolsa Família", mas reclama dos que a recebem. Com isso, Gramado descobre que de um dia para outro, pode ficar sem nada. Nada mesmo. Basta que a quarentena deste vírus não se emende à quarentena de outro qualquer que possa vir na carona. Ou até que a roda do mundo volte a girar novamente. Só que o mundo tem uma roda muito, muito grande. Gigantesca mesmo, e quem lembra das aulas de física, vai também lembrar que nenhum corpo parte da posição estática para sua aceleração máxima sem antes movimentar-se lentamente, acelerando paulatinamente até que alcance sua velocidade total. A economia não é diferente. Ela pode despencar de um instante para outro, como acontece nesse momento, mas nunca vi ninguém subir uma montanha na mesma velocidade com que despenca dela.
Com este raciocínio, quero levar meu leitor a pensar comigo, se não está Gramado carente de ter uma releitura de seus dotes, de seu modo de ganhar a vida, de pensar numa segunda opção, em caso de novas crises, e repensar o percentual de expectativa investido em uma única cesta? Não faço segredo que enviei esta provocação à Fedoca, assim como levo outras sugestões, em conversa privativa. Sei porém, que não pode atribuir-se à ele o milagre da recuperação do município, depois do vendaval, cujo cenário se mostra em uma grande reação em cadeia: Primeiro, os hotéis tem suas reservas canceladas aos borbotões. Junto deles, os restaurantes, os parques temáticos, os mercados que os abastecem, os hortifrutigranjeiros locais e da região, que pagam suas contas, vendendo hortaliças, frutas, verduras, lacticínios, carne, artigos de higiene, vestuário, e tudo o que compõe uma cadeia produtiva local e regional, e de consumo contínuo desta clientela.
Que o mundo, o país, o estado, e agora a cidade estejam vivendo aquele momento entre o espanto, a estupefação, o pavor, pela crise que antecipa-se (ainda há alimento e papel higiênico no almoxarifado, mas e quando não tiver mais?) à crise real, mas aqui estamos, repito, falando de Gramado, e Gramado sempre soube reinventar-se nas crises. Aqui trago o tomate pra minha salada, pois eu atravessei dezenas de crises pessoais, e uma a uma tive que reinventar-me para sobreviver e dar continuidade ao meu projeto de não esmorecer pelo rugido dos leões que mato a cada dia até hoje. Esse contínuo reinventar-me, capacitou-me a acreditar que esta será apenas mais uma e não a última das crises contra as quais terei que lutar, e acreditem, não tenho como estocar ideias, pois estas também são voláteis e perecíveis, como a batata da Tapera, o alface do Vale Real, ou o pinhão que foi mal armazenado, como o café coado que deve ser tomado quanto está quente, senão fica com gosto de choco, de requentado. Assim também pode Gramado reinventar-se, e vender conhecimento e expertise em vencer crises. Começando por mim, que mesmo vivendo longe de Gramado, sinto as mesas angústias que todos sentem. E creio que Fedoca tem tido problemas com o sono, e não é por reeleição, e sim por solução.
Há males que contribuem para evitar males maiores. Assim, é certo que o surto do pavor vai passar, mas não seria oportuno começar a pensar em um Plano B para outras surpresinhas desagradáveis que ainda estão por vir?
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