AD SENSE

quinta-feira, 9 de março de 2023

Dá-nos o Leão nosso de cada dia


Não, diletos devotos, eu não estou blasfemando com a paródia da oração. Estou apenas dimensionando o tamanho do desafio que precisamos enfrentar para despertar da mediocridade nossa de cada dia. Estou gritando pelo silêncio das palavras que me são permitidas escrever, para que as lendo sem pensar, não sejam compreendidas, mas em separando uma fração de tempo para nelas refletir, possam perceber,  diletos leitores, que há sempre uma salutar ironia em meus trocadilhos contumazes.

Dá-nos um leão a cada dia, remete-nos à ideia de que se pedirmos o "pão nosso", isto é, o pão ao qual temos, por direito divino, saciar nossa fome, nos seja dado Pari Passu à força que nos permita enfrentar os desafios advindos pelo suor de nosso rosto, ao plantarmos o trigo, e colhermos o vinho da celebração à vida.

Não há pão sem leão, está por certo isso, basta sabermos que o mundo tem fome e sede, não só de pão, mas de justiça, de generosidade, de equilíbrio e bom sizo. Não há nesse mundo, ainda, saciar de fome sem calos nas mãos, e trôpego andejar, pelas terras áridas onde se semeia vento para colher esperança, e nem esta brota, sem que venham as tempestades. Não há nesse mundo vitória sem luta, e para que haja luta, são necessários oponentes, e não há glória na vitória contra o fraco, então, que sejamos audazes e não peçamos apenas pão, como esmola, mas leões, como adversários, para que haja preço em nossas conquistas. Que não sejamos fúteis nem medíocres, mas audazes, e aguerridos, como diz a canção: "Eu só falo dos valentes. Dos covardes não se fala!" (Airton Pimentel).

Não fomos criados para sermos metade. Somos inteiros, e únicos, ainda que entre bilhões de únicos também, mas temos nome e destino, ainda que nossa estirpe humana possa parecer pífia, é nossa origem divina que nos agiganta, que nos torna audazes, e que não seja apenas de pão a nossa fome, mas de determinação para enfrentarmos o amanhecer, com espírito de vitória. Não queremos pão de mão beijada. Queremos merecer o leite e o mel que emanam de cada pedaçõ prometido de chão, que temperam o sabor, pois bem sabemos que pode haver mel de doçura inigualável dentro da boca de um leão vencido, como encontrou Davi, e ainda nem era rei nesse dia. Não precisamos de cetro ou coroa para vencermos leões. Precisamos apenas saber que fomos feitos, individualmente, "à imagem e semelhança de D'us", e que o mesmo D'us que derruba o Leviatã, dá-nos força para vencermos os leões de cada dia.

Não peço mais pão, senão que seja entregue por um leão, para que possa merecê-lo, senão que permita-me saber que não sou um derrotado. Não me importam as garras e os dentes afiados que me possam sangrar o ânimo, senão que meus braços tenham força para plantar e colher; que minhas pernas me possam levar onde hajam espíritos cansados para apascentar; que meus olhos não vejam senão horizontes de justiça e esperança; que profira minha boca, palavras de consolo e encorajamento; que meu corpo, ainda que marcado de cicatrizes, seja barreira para as feras que caminham para ferir aos que amo, e que meu espírito seja um com O Espírito do Criador dos mundos. O Criador dos campos onde brotam pão, das águas que saciam e refrigeram. E dos leões que me fazem forte, quando dobram meus joelhos ao anoitecer, para que forças reúna, à vencê-los novamente no clarear da aurora que virá.





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