AD SENSE

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

O Silêncio ensurdecedor



A Democracia é o argumento dos tiranos para calarem as discordâncias de seus oponentes. Em nome da Democracia usa-se a barbárie. Em nome da paz, faz-se a guerra. Em nome da Justiça, ocorre a violência. Em nome da verdade, surge o silêncio.

O mundo vive momentos de solene transição. Só que, como um menino que ganha excessiva liberdade antes da maturidade, às vezes troca os pés pelas mãos, e atropela a própria liberdade pela incontida fúria pela vida, pela ânsia de abrir horizontes e derrubar muralhas, ao que chama de "Romper com o Sistema".

É esta liberdade e desejo de mudar o mundo que move gerações e transformam o mundo. É natural e saudável que haja inconformidade com o que não sintonize com o compasso de nossas vidas. É natural e compreensível que haja excessos nesta ânsia por mudar o "status quo", a condição dominante, e nestes movimentos em espirais que parecem andar em círculos, mas estão se abrindo e se distanciando do centro de origem, formando gerações confusas e sem rumo, em muitas oportunidades.

O desconforto da continuidade é necessário para quem está fora, mas também para quem é a substância que constrói a civilização. O pensamento respaldado pela adrenalina e hormônios da juventude são os pilares que estruturam as edificações da humanidade, desde que o mundo é mundo.

É neste burburinho de ideias que se fundamenta o equilíbrio da experiência. É neste grito de dor do crescimento que urge a importância do equilíbrio e da sabedoria dos que nos antecedem, para que sejamos conduzidos com segurança e relativamente inteiros à nossa maturidade moral, física, social, econômica, e sobretudo, política.

É aqui que arde a pimenta. Equilíbrio político, financeiro, moral, social e familiar é tudo o que foi colocado a ferver neste caldeirão imundo chamado sociedade contemporânea. Tudo aquilo que uma geração atrás conhecia como íntegro, tornou-se "politicamente incorreto". Tudo o que uma geração atrás entendia como seguro, tornou-se obsoleto. Tudo aquilo que uma geração atrás via como futuro, tornou-se instantaneamente passado. Roubaram de nossa geração o presente. Roubaram de nós o tempo de reflexão, para que desenhemos o futuro. Não temo poder de prever o futuro, mas temos a oportunidade de construí-lo. Só que não se constrói futuro quando se destrói o passado, e se pisa no presente.

E de quem é o presente, senão de nós mesmos? E quem governa este presente senão aqueles que o começaram no passado? E de quem será o nosso futuro, senão  daqueles que nos guiarão  na velhice?

É aqui que entra minha reflexão política. Aqui traço a linha divisória entre aquilo que é a ânsia por mudanças daqueles que conduziram os novos governantes ao seu pódio, e a expectativa daqueles outros que assistem estupefactos o triunfo sobejar em suas decepções, porquanto pensavam e ainda pensam diferente.

Uma eleição é um fogo ingrato, porque tanto pode queimar na direção do oponente, quanto, ao mudar do vento, lamber com suas chamas os próprios vencedores. 



Não se enganem os eleitos que apenas por estarem no pódio, sejam vencedores de todas as disputas. A mais ingrata das disputas está no recôndito do silêncio da solidão que gera um silêncio ensurdecedor diante das adversidades e variáveis que a responsabilidade impõe aos que carregam os louros.

O silêncio nem sempre é uma estratégia favorável. Antes da tempestade da noite, há uma assustadora calmaria. Nem os animais da noite enfrentam este agouro. O silêncio às vezes é ouro. O silêncio às vezes é medo.

A sociedade começa a especular. A imprensa busca vestígios. Os blogs elucubram. Por que o novo governo não mostras seus Ases? Por que tanto mistério em torno do elenco que transformará Gramado para as próximas gerações? Por que as pessoas têm medo de assumir que gostariam de participar desta transformação? Medo de serem dispensáveis, ou ânsia pelo inusitado para que o glamour da chegada tenha mais brilho?

Não pergunto isso com intenção outra senão a de construir a proposta que haja transparência até mesmo na escolha do "casting" que representará os atos ao longo do espetáculo que representará o presente de nossa história, ao futuro daqueles que nascerão a partir deste tempo.

Estamos contando e analisando a história enquanto ela acontece, para que possamos compreender cada passo, e julgarmos as medidas com o mesmo cânon com que mediram para ali  chegarem. Isso não é oposição. Não se faz oposição àquilo que não se conhece. Não se faz oposição à pessoas, nem mesmo à ideias, mas à atitudes, se contrárias. Então, não há nenhum tipo de oposição até aqui. Porque desconhece-se a face e o pensamento à que se insurgirão os oponentes.

Há um silêncio ensurdecedor na plataforma pessoal de Fedoca e Evandro.  Mas há a expectativa que toda grande apoteose só acontece pelo êxtase do inusitado. Piadas também são assim.


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