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segunda-feira, 13 de março de 2017

Sobre oposição e outras considerações



Opositar é um verbo que transcende a discordância das ideias e atitudes, e direciona a um composto de reflexões que trazem ao debate as possibilidades do contraditório, para formação das ideias e suas desejadas conclusões.

Baseado isso no pensamento judaico, onde o contraditório faz parte do diálogo, sem o qual não haveria o debate, e sem o debate não seriam levantadas as hipóteses, teses e antíteses que levariam à desejada síntese, que é o âmago da civilidade.

Sou questionado se por tanto oferecer reflexões acerca da linha política seguida pelo Prefeito Fedoca, seria eu, porventura, inimigo dele, ou de seus aliados.

Não! Não sou e nunca fui inimigo do Fedoca, e repetidas vezes disse aqui que fomos amigos em priscas eras de juventude, e por não ter havido nenhuma querela que nos confrontasse diretamente, em momento algum foi rompido este laço de respeito e admiração pela pessoa (espero que reciprocamente) um do outro.

Então, para que não paire nenhuma dúvida disso, aqui farei um breviário daquilo que admiro no atual Prefeito de Gramado, mesmo tendo eu próprio sido participante ativo da candidatura do candidato que, no meu entender, poderia ter sido mais preparado para o cargo (e aqui não abro debate sobre opiniões, e gracinhas jocosas sem argumentos necessários seriam ganidos impúberes de energúmenos despudorados à procura de querelas para contender). Sendo assim, relato o que sei de Fedoca, e que torna-o digno de meu profundo respeito, independente de suas ações administrativas ou ideologismo político.

Ótimo contador de anedotas, sei  muitas (todas políticas) que ouvi dele, em rodas de amigos no Café Cacique, ou Lancherias do Dinda, Hortênsias ou Bara do Bellotto, na Estação Rodoviária, quando era na Av. Cel. Diniz, hoje, Av. Das Hortênsias.

Brincalhão, tinha sempre um olhar maroto e um sorriso em diagonal para elevar o humor do ambiente onde chegava. carismático, tinha que cumprimentar um por um, quando chegava ou saía no Gramado Tenis Clube, onde todos passavam o verão (eu era pobre, mas como me sustentava desde menino, pude comprar meu título no clube,e era lá que estavam muitos dos meus amigos).

Generoso, foram muitas as vezes que abasteceu o café da manhã de alguns desfavorecidos pela fortuna, como o "Taquinho", que já era parte do grupo, tamanha a intimidade e liberdade que sentia, tendo Fedoca como seu patrono entre os amigos.

Perspicaz, como quando, (isso eu não vi, mas ouvi falar e se não for verdadeiro, certamente ofereço a ele o contraditório, se é que Fedoca lê o que eu escrevo)estava para contratar uma secretária, recebeu a moça, num dia de chuva copiosa, e deu à ela um guarda-chuva e um regador, ordenando que ela fosse lá fora regar as plantas. Certamente a moça ficou estranhada, e de fato, não sei se foi contratada, mas entendi perfeitamente a situação da excentricidade, onde ele testava a fidelidade da eventual colaboradora, e sua capacidade de receber instruções sem tomar tempo do chefe com questionamentos inúteis. Confesso que ja pensei em fazer o mesmo,  mas nunca apareceu ninguém pedindo emprego num dia de chuva.

Debochado, tinha uma resposta de tirocínio na ponta da língua quando era apertado em alguma piadinha jocosa, o que respondia com educação, e um palavreado rico no vernáculo, e abarrotado de verdades. Foi dele que ouvi pela primeira vez a palavra "promiscuidade", ao referir-se às coisas que ouvia-se dizer de certas congregações religiosas.


Fomos vizinhos por certo tempo. Aluguei uma sala de seu pai, cuja porta ficava ao lado de seu pequeno apartamento, onde sempre o tive como um vizinho cortês e decente.

(Continua após comercial de apoiadores deste blog, aos quais agradeço)


Jamais ouvi qualquer comentário que deturpasse sua índole, exceto por opiniões acaloradas de desafetos políticos, o que desconsidero, por entender que denuncia sem fatos é ilação e falso testemunho, e disso, jamais poderei ser acusado, antes pelo contrário, prezo pela verdade, e a verdade no seu tempo devido, pois dizer a verdade quando ficar calado poderia ser a melhor solução em resolução de conflitos, não é mentir, mas preservar a integridade dos envolvidos, posto que humanos, e passiveis de falhas. Falar por falar de alguém, de modo pejorativo, ainda que verdadeiros os fatos, é agir com língua viperina, e também piperina, o que não se pode confundir com criticar atitudes, ideias, resultados indesejados.
Seja portanto esclarecido que irei continuar a defender minhas ideias, assim como as ideias com as quais concordo das pessoas que me procuram para tal, contanto que cada reflexão seja entendida como ponto de partida para que novas soluções sejam pensadas e debatidas por todos. É assim que eu faço.

Não quero que minha liberdade de criticar seja transformada em obrigação de criticar sempre. Se tenho vontade de elogiar, eu o farei sem nenhum constrangimento. Hoje, por clareza de meu caráter, elogio ao meu adversário político. Outro dia, farei o mesmo com outros personagens que andaram em meu caminho, ora comigo, ora contra mim,mas buscando de todos o melhor. Não creio na dicotômica ordem do certo e errado o tempo todo em todas as pessoas, mas que todas as pessoas, um dia erram e noutro buscar reparar o passo em falso. Vou contar historias de pessoas. um dia, pode ser a sua. Até porque a minha ainda não terminou para ser contada.

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