Foto: Istock
Ao contrário do que possam imaginar, a finalidade de meus textos não é fazer com que concordem comigo, mas que pensem a respeito do assunto que estou trazendo à reflexão, o que me deixa muito feliz, pois consigo chegar às pessoas de uma pequena, mas notável comunidade, com um blog simples, sem apelos midiáticos, nem belas imagens, com textos às vezes difíceis, mas que levam milhares de pessoas todos os dias a lê-los, refletir e debater sobre eles, e quebrar o mito que ninguém mais lê, ninguém mais pensa. Pensa sim, pensa muito e pensa bem.
Digo isso porque recebi uma réplica de um leitor muito querido, a quem vou preservar a identidade, que disse as seguintes palavras:
"Me permita discordar de ti nesse texto.
Gramado não chegou até aqui por imaturidade política. Conquistamos muitas coisas ao longo de décadas por maturidade política. Principalmente nos governos daqueles que foram
Para mim, os dois maiores políticos de Gramado, Nelson e Pedro. Os erros iniciais da situação e oposição são naturais. Esse primeiro ano será assim."
Assim sendo, quero ratificar, confirmar o que disse, e feliz pela oportunidade de voltar ao tema para dar mais base ao meu livre pensar. E assim sendo, devo discordar carinhosamente do leitor, e demonstrar onde está a base de minha afirmação.
Quando digo que Gramado não atingiu sua maturidade política, não estou dizendo com isso que não tem políticos competentes. Tem sim, e dos bons. Mas maturidade política não é apenas vencer uma eleição, ou vencer algumas eleições em sequência, pois se assim fosse, eu nem teria o que escrever.
Meu entendimento de maturidade política é o conjunto, a soma dos valores políticos legados, e a necessária transferência do saber político, bem como a formação de novas lideranças, pelos que lá estiveram. E nesse quesito, podemos dizer que tanto Nelson, quanto Pedro, foram grandes líderes no seu apogeu de militância, mas que ao saírem do cenário de confronto, deixaram vazios que geraram estas incertezas que estão acontecendo.
Não tenho nenhuma dúvida que é temporária a dissenção entre as forças que se embatem no novo governo, pois sendo de partidos diferentes, e se assim não o fosse, não seriam tantos partidos e sim uma única agremiação ideológica. Uma coligação não é a estampa de vaquinhas de presépio inertes, mas um conjunto de forças e matizes em ebulição, que de tempos em tempos eclodem e liberam pressão. Esta pressão é o que gera as discordâncias e ajustes de percurso.
Voltando ao preparo de líderes, e com a devida vênia, digo que Nelson Dinnebier e Pedro Bertolucci, não deixaram sucessores capazes de gerarem novos sucessores. É bem verdade que Pedro legou o poder ao Nestor, que foi um bom administrador, e um excelente Mestre de Obras, isto é, preocupou-se mais em edificar bens, ruas, escolas, prédios, infraestrutura administrativa, do que em preparar pessoas para substituí-lo. Isso não é nenhum demérito, considerando que Nestor é um Administrador e não um ideólogo. Não era obrigação dele fazer isso, e sim do seu Partido, de sua coligação, em criar uma escola política que capacitasse, descobrisse novos líderes, em lugar de olhar apenas para os feitos do Prefeito, como se suficientes fossem para garantir perpetuidade no poder. Não foram, e agora correm de um lado a outro em busca de alternativas que preencham o vácuo gerado por ver os órgãos públicos pelo lado de fora.
De outro lado, Nelson também não preparou o cenário para que aflorassem novas lideranças, e como prova disso, basta ver quantos correligionários dele buscaram o PP ao longo do tempo que os distanciava de sua presença no partido. Não preparou e o mesmo ocorreu com o PMDB, que se estribou na grandeza de seu líder, esquecendo que assim como o trigo que branqueia com a chuva serôdia, também os homens um dia recostam-se no esquecimento e na ausência.
Se o PMDB hoje tem um líder, é apenas por sua pertinácia em galgar esta liderança, e pelo passado histórico junto ao Partido de sua família, e menos por influencia direta de Nelson, considerando a idade do jovem Evandro à época dos grandes momentos do PMDB e antes do MDB de Gramado.
Resta o PDT, que sim, justiça seja feita, legou um preparo ao longo dos anos, por Walter Bertolucci, que sonhou em ver o filho caçula ocupando a cadeira que ele, Walter, ocupou pela primeira vez. porém, também não preparou o Partido para dar o suporte que seu ungido necessitaria para chegar aao poder, e nele chegando, construir a fortaleza partidária que imaginou. Preparou um líder, mas o Partido precisou recorrer às alianças para colocá-lo no poder.
Sendo assim, abre-se caminho para que novas forças se arregimentem e construam, com base na história dos políticos de Gramado, e com o panorama visionário de novas ideias, um sólido cenário político em Gramado, mas preparado para penar na continuidade, pois homens e trigo não são eternos, mas ideias podem ser.
Ao contrário do que possam imaginar, a finalidade de meus textos não é fazer com que concordem comigo, mas que pensem a respeito do assunto que estou trazendo à reflexão, o que me deixa muito feliz, pois consigo chegar às pessoas de uma pequena, mas notável comunidade, com um blog simples, sem apelos midiáticos, nem belas imagens, com textos às vezes difíceis, mas que levam milhares de pessoas todos os dias a lê-los, refletir e debater sobre eles, e quebrar o mito que ninguém mais lê, ninguém mais pensa. Pensa sim, pensa muito e pensa bem.
Digo isso porque recebi uma réplica de um leitor muito querido, a quem vou preservar a identidade, que disse as seguintes palavras:
"Me permita discordar de ti nesse texto.
Gramado não chegou até aqui por imaturidade política. Conquistamos muitas coisas ao longo de décadas por maturidade política. Principalmente nos governos daqueles que foram
Para mim, os dois maiores políticos de Gramado, Nelson e Pedro. Os erros iniciais da situação e oposição são naturais. Esse primeiro ano será assim."
Assim sendo, quero ratificar, confirmar o que disse, e feliz pela oportunidade de voltar ao tema para dar mais base ao meu livre pensar. E assim sendo, devo discordar carinhosamente do leitor, e demonstrar onde está a base de minha afirmação.
Quando digo que Gramado não atingiu sua maturidade política, não estou dizendo com isso que não tem políticos competentes. Tem sim, e dos bons. Mas maturidade política não é apenas vencer uma eleição, ou vencer algumas eleições em sequência, pois se assim fosse, eu nem teria o que escrever.
Meu entendimento de maturidade política é o conjunto, a soma dos valores políticos legados, e a necessária transferência do saber político, bem como a formação de novas lideranças, pelos que lá estiveram. E nesse quesito, podemos dizer que tanto Nelson, quanto Pedro, foram grandes líderes no seu apogeu de militância, mas que ao saírem do cenário de confronto, deixaram vazios que geraram estas incertezas que estão acontecendo.
Não tenho nenhuma dúvida que é temporária a dissenção entre as forças que se embatem no novo governo, pois sendo de partidos diferentes, e se assim não o fosse, não seriam tantos partidos e sim uma única agremiação ideológica. Uma coligação não é a estampa de vaquinhas de presépio inertes, mas um conjunto de forças e matizes em ebulição, que de tempos em tempos eclodem e liberam pressão. Esta pressão é o que gera as discordâncias e ajustes de percurso.
Voltando ao preparo de líderes, e com a devida vênia, digo que Nelson Dinnebier e Pedro Bertolucci, não deixaram sucessores capazes de gerarem novos sucessores. É bem verdade que Pedro legou o poder ao Nestor, que foi um bom administrador, e um excelente Mestre de Obras, isto é, preocupou-se mais em edificar bens, ruas, escolas, prédios, infraestrutura administrativa, do que em preparar pessoas para substituí-lo. Isso não é nenhum demérito, considerando que Nestor é um Administrador e não um ideólogo. Não era obrigação dele fazer isso, e sim do seu Partido, de sua coligação, em criar uma escola política que capacitasse, descobrisse novos líderes, em lugar de olhar apenas para os feitos do Prefeito, como se suficientes fossem para garantir perpetuidade no poder. Não foram, e agora correm de um lado a outro em busca de alternativas que preencham o vácuo gerado por ver os órgãos públicos pelo lado de fora.
De outro lado, Nelson também não preparou o cenário para que aflorassem novas lideranças, e como prova disso, basta ver quantos correligionários dele buscaram o PP ao longo do tempo que os distanciava de sua presença no partido. Não preparou e o mesmo ocorreu com o PMDB, que se estribou na grandeza de seu líder, esquecendo que assim como o trigo que branqueia com a chuva serôdia, também os homens um dia recostam-se no esquecimento e na ausência.
Se o PMDB hoje tem um líder, é apenas por sua pertinácia em galgar esta liderança, e pelo passado histórico junto ao Partido de sua família, e menos por influencia direta de Nelson, considerando a idade do jovem Evandro à época dos grandes momentos do PMDB e antes do MDB de Gramado.
Resta o PDT, que sim, justiça seja feita, legou um preparo ao longo dos anos, por Walter Bertolucci, que sonhou em ver o filho caçula ocupando a cadeira que ele, Walter, ocupou pela primeira vez. porém, também não preparou o Partido para dar o suporte que seu ungido necessitaria para chegar aao poder, e nele chegando, construir a fortaleza partidária que imaginou. Preparou um líder, mas o Partido precisou recorrer às alianças para colocá-lo no poder.
Sendo assim, abre-se caminho para que novas forças se arregimentem e construam, com base na história dos políticos de Gramado, e com o panorama visionário de novas ideias, um sólido cenário político em Gramado, mas preparado para penar na continuidade, pois homens e trigo não são eternos, mas ideias podem ser.
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