The King is Naked! Internet
A Acefalia Política pela qual, aparentemente, atravessa Gramado, pode ter várias leituras, sejam elas negativas, ou até mesmo promissoras, dependendo do cume em que nos posicionamos para observar, a fim de que que a sociedade se aparelhe de inteligência, a que chamarei aqui de "Inteligência de Transição", termo que desconheço, e nesse quesito, eu tomo ele por minha autoria.
Para que se defina acefalia política, não quero dizer aqui que não hajam líderes capazes de conduzir o processo político através de suas agremiações , com equilíbrio e presteza. Longe de mim definhar uma prerrogativa natural dos seres vivos, mais notadamente da espécie Humana, e diretamente, as civilizações, de gerir e promover o equilíbrio da suas sociedades sob a égide das democracias, talvez não a melhor forma de governo, mas a única onde seja possível parear os direitos e as garantias individuais. E neste cenário, não se define por democracia aquela onde seus líderes não sejam orientados por grupos menores, e estes grupos por "cabeças" que estabeleçam o equilíbrio de forças entre os demais. São estes "cabeças", ou dirigentes (ou não) quem recebem o privilegio dos holofotes, mas também o peso das cadeias, quando vitoriosos ou desafortunados em suas pelejas, respondendo solitariamente por um e outro resultado de suas demandas. Assim sendo, quando um grupo jornadeia entre erros e acertos, e não haja um vetor humano que norteie a jornada, em pouco tempo o grupo, a nação, e a própria civilização desvanece. Um exemplo disso foi o Império Macedônico, que com velocidade de um leopardo com asas, de acordo com a alusão bíblica do profeta Daniel, conquistou todos os reinos do mundo num breve espaço de três anos, mas tão logo tenha perdido seu General, Alexandre, O Grande, foi imediatamente fragmentado em quatro reinos menores e com a mesma velocidade que se firmou, também sublimou.
Após um concorrido embate entre duas forças ao longo de quarenta anos, Gramado, já o disse aqui repetidas vezes, esvaziou-se no primeiro embate em que aparentemente haveria uma troca de mãos, de um caudilho para outro.
Eu estava errado, quando disse que Fedoca poderia ser, ao seu modo, o caudilho da vez.Não foi. Não é, e dificilmente será. E quando foi que pude perceber esta realidade? Foi quando, uma após outra, as vezes onde tenha sido convocado a se manifestar, seja em sua defesa, seja em defesa de suas ideias, ou de seus parceiros, o Prefeito optou pelos caminhos aos quais está mais ambientado: A frieza do manifesto oficial, por meio de assessorias, em linguagem jurídica, apesar de ter atraído a si uma multidão sequiosa por um líder, e não por um advogado.
Um líder é audaz. Ergue-se inusitadamente em qualquer tribuna ou até mesmo sobre uma caixa vazia onde possa ser notado, e dali brada suas convicções, para que o povo possa ouvi-lo. Fedoca opta pelos breviários esquivos, onde assegura culpabilidade eventual, contanto que não seja sua. Joga para os parceiros e servidores, onde seja o caso, a responsabilidade de seus atos. E faz bem. Faz certo, pois quem erra precisa consertar os seus erros, além de desculpar-se com a sociedade por tê-los cometido, assegurando suas intenções de envidar esforços para que não sejam repetidos, e acima de tudo, demonstrar a grandeza da humildade em reconhecer que se humano, e humano o é, está sujeito à falibilidade contínua, assim como, a sabedoria dos anos, o predispõe a também continuamente preservar a dignidade de buscar acertar no passo seguinte, trazendo para si o peso da responsabilidade, el lugar de promover o descarte de quem ao seu lado erra, por ser também humano.
Um líder audaz é aquele que revoga suas prerrogativas de líder e junta-se à multidão para o abraço do consolo, quando há um choro convulsivo ou uma alegria sonora. Com honestidade do livre pensar, não afirmo de modo algum que seja Fedoca relapso em promover sua aliança com os eleitores, seus ou de seus adversários, e que certamente tenha a carta final em que lançada na mesa possa assegurar uma resposta às inquietudes do cidadão gramadense, que busca ansiosamente por um líder, e que desiludido, dia a dia, guarda as bandeiras e alia-se aos demais queixosos, acenando com ligeira esperança para que lá do horizonte, nas bandas da oposição, possa estar aquele líder a quem procuram.
Dia a dia, aquele que parecia ser um novo caudilho, no saudável sentido de liderança renovadora, mostra-se cansado e sem rumo. A oposição, por sua vez, guarda em seus aposentos o líder que o povo espera. É apenas uma questão de momento, quando este líder surgirá, na oportunidade que for convocado, a direcionar aquilo que eu gosto de chamar de nova civilização gramadense.
Esta acefalia, neste pensar, é o sinal verde que Gramado precisa e espera para renovar completamente seu apogeu, e construir sobre esta civilização que nitidamente se encerra aqui, as novas colunas da civilização que brota através da nudez do rei, como na fábula, onde o rei pensava vestir um manto mágico de luminescente beleza, e que um humilde menino, em sua pueril inocência, constata que não havia roupa nenhuma escondendo as vergonhas de sua majestade, e proclamou ao mundo que o rei estava nu.