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terça-feira, 30 de maio de 2017

Crise Política de Gramado - A Solidão do Poder


Foto: Perfil do facebook 

Há pelo menos três casos onde uma avaliação com mais profundidade se faz necessária, no que diz respeito à politica gramadense. Não se trata apenas de críticas da oposição ou reclames da população, acerca do comportamento político absurdo que vem sendo desenhado pelo Executivo Municipal. Tratarei agora apenas da questão da solidão do poder.

Aqui mesmo neste espaço, teci duras críticas à oposição, que, pelo frescor do cargo, demandou certo tempo para encontrar-se enquanto oposição. Começou dúbia, evoluiu para pífia, e num estalo de poucas semanas, desabrochou com sede, e agora mostra-se faminta por denunciar de hora em hora os estertores do despreparo já prenunciado aqui por mim, meses atrás, acerca de uma equipe dissonante, cujo cabeça não está encontrando o equilíbrio que necessita para gerir seu contingente administrativo.

Fedoca foi traído! Duramento traído pelo despreparo de uma equipe que ganhou seu coração, pela bajulação de campanha, pela amizade irrestrita, e pela obediência aos sonhos do Partido, que até tentou apoiá-lo, enviando seus companheiros disponíveis de outras querências, e que, ao aportarem numa pequenina cidade que é um máquina de produzir turismo, estasiaram de pronto com o que Gramado exigia de seus administradores. Não é um lugar para amadorismo nem políticos de ocasião. Vencer uma eleição é o de menos. Manter a máquina lubrificada em funcionamento exige malabarismos e tempo, o que Fedoca não tem. Teria algum fôlego se não tivesse que prestar contas para a oposição. E tem. Se não tivesse que manter eventos, escolas, obedecer políticas de Estado e Públicas do Município, às quais não pode mexer. Seria mais fácil se não caísse no seu colo todos os dias queixas, intrigas, reclamações, inovações, calamidades, e tantos tropeços aos seus planos de transformar Gramado naquela cidade que ele idealizou. Lamentavelmente um sonho que se sonha só é só  um sonho que se sonha só, dizia o maluco beleza, Raul Seixas. Só que a realidade de sonhar um sonho junto com alguém não poupa o infeliz trocadilho da poesia, porque a sua metade política não foi incluída no sonho.

Fedoca está cada vez mais só. Por mais que a elegância de um e outro digam, a prática do dia a dia mostram o contrário. O Prefeito está triste. Cada crise vem abraça em outra crise, e seus projetos de inovação, ou de reestruturação até mesmo ideológica de Gramado, está sendo preterido, pelos leões do dia nesta floresta astuta, onde não são mais os opositores a colocarem tropeços pela escuridão do caminho, mas os que vem de casa. São seus aliados, seus eleitores, que chamam para si a dor da traição. Gritam pelas ruas, pelas redes sociais, enviam recados, não se escondem, mas pululam ávidos por ouvidos que os ouçam, embora rouca ainda sua voz pelos gritos de vitória há tão pouco tempo atrás.

Gramado já começa a chorar pelos seus filhos que a abandonam. Não está preparada para ser triste.Não tem vocação para tornar-se infeliz. Fedoca está perdendo para si mesmo.Num solitário refúgio que construiu, mas não aceitou seus pares.  Quis ouvir outras vozes. Acercou-se de quem não o havia conhecido primeiro. E estaria à espera de um milagre, se é  que milagres de fato acontecem.Milagre seria colher louros e frutos, quando semeou-se apenas vento.

Sofrem ao vê-lo sofrendo aqueles de quem certeza teria de que o acolhessem no infortúnio do poder. Fedoca, que sempre foi tão cheio de amigos, descobre velozmente,que o poder é solitário. Inebriante, mas vazio, quando se esvazia de esperanças.

Fedoca está só. O poder chamou à si o melhor dos sonhos e o pior pesadelo: Governar Gramado! O contraditório do poder de estar à frente dos grandes eventos, e por trás das insatisfações trazidas à público pelos Servidores que sentem-se perseguidos, assediados pela ideologia, exauridos de suas esperanças. Fedoca está ligeiramente só,mesmo que cercado pela multidão inerte dos que sentem-se cerceados do próprio pensar enquanto servidores. 

Cresce o medo, trazido pelas mídias, acerca do mundo, mas cresce ainda mais o medo, de que um governo perdido se desgoverne ainda mais e não haja nem mesmo luz para que seja apagada, pelo último que sair.




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