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segunda-feira, 29 de maio de 2017

E por que não falar sobre o amor?


O lado bom de envelhecer é que somos confundidos com sábios, e carinhosamente chamados à depor sobre coisas que nos parecem triviais, especialmente pelos jovens. Ter cara de tiozão, de avô bonachão, ou de filósofo de fim de noite, nos favorece ao recebermos minutos de atenção da ansiosa solicitude pela vida, por aqueles que começam a trilhar as sendas das paixões tumultuadas e dos descaminhos que o coração cantarola.

Daí, falamos sobre muitas coisas, empiricamente algumas, mas na maioria delas, apenas pelo pressuposto daquilo que gostaríamos de ver como ideal estabelecido na fórmula da felicidade. Então, aconselhamos a outrem sobre uma felicidade idealizada no diário não escrito da nossa própria felicidade.

E desta forma, de experiências vividas e ilusões sonhadas, tentamos descrever o amor. Tentamos  diferenciar com palavras que traduzam, definam  amor e  paixão, tentando dosar os vocábulos para que não sejamos demais explícitos, nem vagamente subjetivos.

Como saber se amamos, ou se estamos vivendo um relacionamento de comum conforto, onde um e outro, na incerteza dos próprios sentimentos, enreda-se numa complexa espiral que se entrelaça entre a dúvida e a certeza, entre  a vontade de permanecer junto, ou o medo de perder aquela companhia, e que se traduz em aflição ética, onde por um lado, seria mais fácil perceber esta certeza, se o tempero da paixão participasse deste relacionamento, e de outro lado, onde a paixão seja o componente mais danoso à certeza daquilo que possa ser amor, ou na pior das hipóteses, de um sentimento de posse, ou da comodidade de estar em posse de outrem?

Os gregos encapsularam o amor em quatro partes. Interessante análise, pois no pensamento judaico, significa universalidade. mistérios da razão e da paixão. Mistérios do amor. Estas quatro partes definem os tipos de manifestação, à qual o mundo contemporâneo ocidental economiza, chamando simplesmente de amor (como se o amor fosse algo simples e universal). São estas:
Phileos - O amor entre irmãos. Aquele amor de amizade pura entre as pessoas. Sem interesse maior que não o de fazer o bem aos outros, porque "phileos" nos faz bem. Daí provém a palavra "Filadélfia". Começa com a letra "Phi" (Φ) que também tem um valor numérico, de 1,618, e é chamado de "Número de Ouro", e está na receita matemática através da qual tudo que existe no Universo está desenhado. Talvez seja uma maneira poética de perceber que o amor esteja em todas as coisas criadas.

Letra Phi


A segunda palavra grega para amor, é "Eros", o nome de uma divindade do panteão de deuses gregos em sua mitologia. Eros é o amor carnal, a ânsia pelo prazer, vulgarizado com a palavra chula de  "tesão". É o desejo, que acaba sendo traduzido por vontade pelo prazer sexual entre duas pessoas.  É o amor mais complicado, porque dele também provém a "paixão", que vem do latim "sofrimento". É o tipo de amor que serve de tempero, mas não de base para um relacionamento. É no entanto, o tempero que liga as baterias e faz despertar a percepção pela pessoa disponível (ou não). É o sentimento que aguça os desejos, e podemos compará-lo a um macaquinho com fome que adentra um bananal. Se não for controlado, come demais e tem indigestão. Porém, se não entrar no bananal, não vai sacia a fome.


Eros e Psiquê
Então surge um terceiro vocábulo grego para definir o amor, que é "Storge". Storge é aquele amor de proteção, de necessidade, traduzido pelo que sente um filho pelos pais, pela busca de proteção, pela vontade de proteger. É também o sentimento onde um percebe-se protegido pelo outro e em troca sente a necessidade de proteger o seu par. É o amor que fala de segurança, de afeto lenitivo, de conforto moral e espiritual, de suprir as necessidades afetivas.




Storge

Então, depois de compreendidas as necessidades do outro, e supridos os vazios, de um amor onde os defeitos de um são somados aos defeitos do outro e mesmo assim descobrem-se incompletos sem esta cumplicidade, crescem cercados dos outros amores, e em determinado momento se descobrem no quarto amor dos gregos, o "Agape", este tipo de amor que não pode ser descrito, porque apenas é. É o amor de D's pela Sua obra, pela Sua criatura, pelo Ser Humano. Amor sem troca perfeita, porquanto é sempre maior, mais intenso, mais perfeito. 

O amor Agape é assim. Intenso,  perfeito, inexplicável, quando perguntando acerca de qual razão ele ama o outro, e não consegue encontrar tantas virtudes que justifiquem este amor,e que mesmo assim, simplesmente amam. 

Agape é o amor que abraça com serenidade todos os demais amores, onde não mais se fracionam, mas são somados, unificados e compartilhados em suas funções e natureza. É o amor que promove quietude de alma. serenizar. Desejar o entardecer. Junto com quem você ama. São quatro, portanto os termos pela universalidade. se um não preencher o outro, a casa fica com três pernas e cai ao primeiro vento.


Entardecer com Paz - Palestra Inspiracional - 48 999 61 1526

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