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sexta-feira, 12 de maio de 2017

Triste país que precisa de Heróis

Imagem de internet
"De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto."
Senado Federal. Rio de Janeiro, DF
Obras Completas de Rui Barbosa.
V. 41, t. 3, 1914. p. 86



Os dias não começam mais no fim da madrugada, como diz uma canção, mas na noite anterior, onde e quando as incertezas ofertadas pelas notícias que se amontoam, crescem em espiral, e devolvem-nos ao aprisco da ansiedade, onde uma caverninha parece ser o lugar dos sonhos, onde não desejamos mais as luzes, mas a quietude da paz.

A Justiça tornou-se um espetáculo para as luzes ofuscantes da mídia, e o progresso, apenas uma frase secundária no meio de uma bandeira que não simboliza mais aquilo que traduzia, ao ser desenhada no fim do Império.

Tornamo-nos espectadores e atores de um espetáculo que mistura tragédia com comédia, cujos protagonistas disputam a primazia das manchetes. Triste país, onde um Magistrado torna-se o primeiro bailarino de um bailado cheio de sombras, que assola o imaginário da platéia, a cada vez que rodopia versos do saber jurídico, para enredar outros versos das artimanhas dos oponentes, enquanto os réus riem-se à tripa-forra com aquilo que confiscaram do erário público, à luz de velas da penumbra dos hospitais de onde suprimiram equipamentos; ou das estradas que polvilharam buracos para matar pessoas, as mesmas que velozmente fogem do nada para lugar nenhum.

Triste país onde buscamos heróis, e onde os heróis nos salvam de nós mesmos,porque desejamos ver presos aqueles que conseguiram roubar mais do que nós, que roubamos nossas vidas e nosso tempo, enquanto eles roubam creches e escolas.

Triste país que busca heróis nos tribunais e não nas lavouras, nas fábricas, na Educação.



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