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terça-feira, 18 de julho de 2017

A geração de bostas (Leia com atenção, porque pode ser que nos encaixemos na descrição)




Vamos falar de educação. Educação em comunidade. Educação em grupo, e educação na civilização. Mas calma! Não estou largando nenhuma indireta a alguém em especial, até porque eu não dou indiretas. O que tiver que dizer, eu digo na lata e pronto. Maria Elisa, minha vó me ensinou assim, e avida me autorizou a fazê-lo cada vez mais. Mas estou convicto que estamos atravessando uma nuvem cósmica que está afetando as pessoas de modo vergonhoso.
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Quando eu era guri, tínhamos medo de pegar caxumba, furungo e do véio do saco. Já na adolescência, os guris tinham medo da tal "Chave". Era mais que medo: Era pavor!  Mas, depois descobrimos que a tal chave e o tal de Tirisco, eram apenas lorotas que os mais velhos contavam para fazer pagodeira com os mais moços.Apenas isso. Mas, assim, medo mesmo, de assalto, de gente invadindo a casa, não. Não tinha mesmo, porque éramos precavidos. à noite, sabíamos que era preciso passar a tramela na porta, e deixar atrás, ao alcance de eventual necessidade, um galho de camboim. Apenas isso. Nada mais. 

As coisas mudaram. Aqui onde moro, anda um alvoroço, uma polvorosa, um corre-corre, e outro tanto de adjetivos que correspondam ao lufa-lufa das pessoas, assustadas com a tecnologia que chegou para nos governar. Instalaram um sistema de portaria remota. Uma modernidade, barbaridade! Você chega no portão, que antes era de ferro, e agora é de vidro temperado, laminado, abençoado, e outras precauções a mais, e basta enfiar o dedo numa caixinha com uma luz verde que pisca e apita, ao reconhecer sua digital, e num piscar de olhos, o portão se abre na sua frente. Assim, sem abracadabra, sem estalar de dedos, sem nada. Se abre simplesmente e você adentra...na primeira porta, porque a dois metros à frente, tudo de novo, e lá vai você esfregar o dedo no negocinho verde que faz Piiii, e outra porte se abre. Mais uma porta adiante com o mesmo trejeito, e você pode entrar no elevador. Porque quer, pois morando no primeiro andar, bastaria subir dois lances de escada. Mas não.Tem que ser pelo elevador,e depois de espremer , com o mesmo dedo, já calejado de tanto esfregar a lampadinha verde, você chega no seu andar. E pronto: finalmente a civilização acontece, pois para entrar no seu apartamento, você agora é senhor de seu domínio, e ali você age como um selvagem primitivo, como um homem das cavernas, como uma fera embrutecida, e desafiadoramente você dança uma dança bruta e solta seus urros de vitória, porque, com a chave na mão, finalmente você é você mesmo: Vai abrir a sua porta com uma chave, como qualquer ser vivo decente!

Mas, vamos voltar um pouco atrás, ao primeiro portão: O tal dedo não foi reconhecido, e você então tem que apelar para o segundo recurso: Sim senhor! Existia o segundo recurso, que você poderia tê-lo usado por primeiro, mas não,você tinha que demonstrar que era o macho da espécie, o reprodutor do bando, e então você usou seus dedo carregado de feromônios, meleca e digitais, quando poderia ter usado uma chapinha mixuruca, sem beleza nem formosura, chamada de Tag, mas que lê-se: Tégui! Assim mesmo. Bastaria você dar uma esfregadinha simples no mesmo negocinho da luz verde, e o bicho faria PLIM novamente, e a porta mágica bajuladoramente, abrir-se-ía para voc~e, cheia de salamaleques e floreios, e você faria aquele trajeto por inteiro.

Pensa que terminou? Pois desgraça pouca é bobagem! Se dedo  e tégui falhassem, você teria que, vergonhoamente apertar o terceiro botão, prateado, um único botão, e uma voz, aparentemente saída das profundezas (nem brinca, pois tem um cemitério enorme do lado, e ainda bem que eu não acredito em alma penada, mas pelo sim, pelo não, nem vou mexer nisso), como aqueles mordomos de filmes da sessão coruja, arregalando o olhos (tá, eu não tou vendo o ser estranho, mas imagino que seja esta a cara que faça)dizendo: "Portaria, sârrr!". É nessas horas que o sapato já está voando em direção ao tal botão, mas você desperta do pavor e lembra que é apenas um botão, e então você se identifica com uma palavra passe, que teimosamente seu cérebro, já confuso, resolve esquecer de lembrar naquele momento. Mas enfim, de um jeito ou de outro, você consegue adentrar seu estabelecimento e enfiar-se debaixo da cama.

Tudo isso por que? Heim? Por que? Porque simplesmente as pessoas que vivem em grupo, deixaram de serem civilizadas. Nada disso seria necessário, se cada um que saísse ou entrasse, delicadamente passasse a chave nas portas de acesso, como fazem em suas casas. Tudo isso, porque, onde antes desta parafernália toda, haviam pessoas que faziam este trabalho. Serviam a outras pessoas.  Então, quando por razões que a própria razão desconhece, e porque o Ser Humano é falho, as pessoas foram substituídas por máquinas, que continuaram a servir as outras pessoas. Quando simplesmente atos de gentileza, como abrir a porta, esperar o outro entrar, passar a chave, verificar a segurança, poderiam ocupar-se de corresponder ao ato civilizado de atender a uma porta, dizer bom dia ou boa tarde, e tomar o cuidado de colocar no lugar aquilo que encontrou naquele lugar.

O Ser Humano não sabe mais viver sem ser servido, em lugar de servir. Pois é.

Por favor, ao ler o texto, não precisa desligar o computador, caso esteja cansado, pois ele fará isso sozinho dentro de alguns minutos.O que torna você e eu uns bostas também. Uns inúteis, que nem para desligar nosso computador  somos mais necessários.

Em tempo: Este texto foi escrito em um computador, mas pelo menos pude pensar por mim mesmo.



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