Apolônio Lacerda acordou enfezado, com fogo nas ventas. Decidiu que aquilo tinha que mudar. O mundo estava de ovo virado, o descalabro estava arrombando as portas da decência, e algo tinha que ser feito. Eivado de barbaridades. As pessoas estavam descrentes. Descrentes na política, descrentes nos políticos, descrentes nas instituições, enfim, a Sociedade e a Civilização Moderna estavam prestes a ruir completamente, se algo não fosse feito, urgentemente. No passo de carreira, mais que trote, acelerado. Miudinho.
Matutou, matutou, matutou, e fez uma análise a pente fino da situação do país, e especialmente da cidade, e concluiu que precisava chamar atenção das pessoas envolvidas no lufa-lufa entre os poderes constituídos, entre os mandatários, os legisladores, e entendeu que era a disputa pelo poder quem causava toda essa mixórdia celeumática, e que era tempo de tomar uma atitude civil, para que os autores do feito tomassem tenência e revisassem seus valores e práticas dos bons costumes políticos.
Foi desse jeito que surgiu a ideia da criação de um partido político destinado a extinguir os partidos "corrutos" e consequentemente, seus protagonistas, os políticos, naturalmente que sim. Criou, desta forma, uma religião, pois acreditava que era no recolhimento da fé que estaria a solução da paz cotidiana. E fundou então a IAPODESTO - Ingreja Apostóleca do Desprefeitamento Total, um sistema político-religioso onde cada devoto, antes chamado de eleitor e cidadão, deveria passar um dia cuidando dos "interésses" da coletividade, numa repartição chamada de "Desprefeitura", e ali, encaminharia as rezas, os conchavos, e faria os despachos do dia, regado a mate e charque gordo.
É lógico que apareceu imediatamente a oposição. Oposição é aquele lumbriguedo que aparece do nada, surge do vazio, tipo verme em rato morto. Aparece oposição de todo tipo: Blogueiros, ex políticos, despeitados, enfim, do tipo que crê na pregação do "Hay gobierno, soy contra".
Os políticos chamaram de anarquismo. Os religiosos excomungaram e lançaram maldições anátemas. E o povo não entendeu nada. A única coisa que pode entender é que não havia mudado nada,pois cidade que não tem prefeito de tempos em tempos, tanto faz que seja cuidada por fanáticos ou por ninguém, pois o povo tem que cuidar da própria vida mesmo, e contanto que o desgoverno não atrapalhe, já ajuda bastante.
*PS: Esta é uma lorota de ficção, um amontoado de barbaridades, uma "xujerada" simbiótica, sem valor algum, e qualquer semelhança com fatos ou pessoas, é por pura gozação mesmo.
Nenhum político foi maltratado durante a composição desse ensaio, e mesmo que fosse, os eleitores teriam fingido que não viram mesmo.
Apolônio Lacerda é um demente, que se intitula o "Alterego Intestino do Pacard", só que "menas" feio.
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