Perdoem-me pelo tom agressivo da chamada, mas eu quero, eu preciso ser "ouvido", ou melhor, lido e compreendido.
Tenho passeado pelos salões (virtualmente) da política gramadense nos últimos 11 meses, atuando dentro e fora do cenário eleitoral, e a seguir, pelas análises diárias acerca da atuação entre Governo Municipal e Câmara de Vereadores.
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Publiquei mais de duas centenas de artigos, esmiuçando comportamento de um e de outro lado. Fui radical em certas questões, e atraí olhares desconfiados de muitos. Mas foi um mal necessário, tenho que dizer,porque pude desenhar o cenário dos bastidores desta política que interessa à maioria dos cidadãos e cidadãs, haja vista o crescente interesse pelo meu blog, modesto, singelo, mas que esparge ideias, e mais que isso, provoca o leitor a pensar.
Volto à baila.Uma análise atualizada deste cenário pós apocalíptico para o PP e seus aliados e edênico (ou na esperança que o fosse) para os novos governantes. E esta análise não é das mais promissoras. Não é mesmo. Uma gritante inexperiência dos dois lados do embate, acelera os ânimos, e baixa o raciocínio dos contendores. Um descarado desfile de vaidades acelera a adrenalina e reduz a serotonina, ou nesta metáfora, os debatedores passam a dizer o que pensam sem pensar no que dizem.
De um lado, encontramos o Executivo, às voltas com problemas de ajustes pontuais, por vezes éticos, que o descompasso político entre PDT, PMDB e PT, que ocupam o Governo Municipal, não está conseguindo dar equilíbrio. É notável o desconforto sentido pelo PMDB, que muito estranhamente aquiesceu seu espírito aguerrido, e deixa-se dobrar pelas circunstâncias, no aguardo que algo melhor aconteça, e volte-se à harmonia proposta quando no ajuste de candidaturas. Até onde sei, estão percorrendo o caminho da paciência e da tolerância, até que Fedoca dê o passo adiante para a reconciliação desejada.
Do outro lado, o Legislativo trava uma verdadeira batalha interna, especialmente a Oposição, que detém posição de igualdade numérica com a Situação, uma vez que sua maioria deveria poder contar com uma antiga aliada, da extinta UPG, Vereadora Manu, mas que, percebendo sua importância no cenário, no papel de "Minoria Esmagadora", assume o controle da situação, aparentemente pendendo para a oposição, mas este temperamento político do voto de Minerva é uma incógnita, pois quem está isolado do grupo, tende a ser evasivo e enigmático, até que seus interesses sejam manifestos, e ajusta seu voto de concordância com a situação.
Manu Sabe que tem este poder,pelo menos por enquanto, até o momento em que situação e oposição entrem num entendimento de ajuste de conduta, para que Gramado possa voltar a trabalhar em paz, sem sobressaltos.
Durante todos estes meses, fui crítico ao extremo do Governo, e não mudaria uma linha do que disse e fiz. Mas penso que o que critiquei, muito do que apontei, discretamente já tenha sido debatido nas esferas do Executivo. Não percebi, no entanto, nenhum interesse da Oposição mais ferrenha em harmonizar e moderar a cólera, para que possa Gramado respirar em paz. Penso que é hora de rever o método de oposição ao Governo, para que não se continue a fazer oposição a Gramado.
Um dia desafiei Fedoca a buscar esse entendimento. Não o vi fazendo isso. Então vou mudar a direção da vela para ver se o vento da ira sopre para outro lado, e estou desafiando a Oposição a levantar bandeira branca e buscar este entendimento.
Desafio aos Secretários e suas equipes para que busquem transparência e façam chegar ao povo as suas boas realizações, porque dos erros, cuida a Oposição e a Imprensa.
Desafio aos gestores do Hospital a que sejam menos vaidosos e mostrem eficiência pela voz do povo e não em vangloriando-se a cada dois meses. Não é ético isso que estão fazendo. Não sejam afoitos em mostrar seus bons serviços,porque esta é apenas a sua obrigação. Torna-se caricato o gesto de espalhar jornais e mais jornais falando de si próprios. Apenas trabalhem, que o povo saberá agraciá-los pelos resultados.
Querem nomes? Dou nomes então!
Eu desafio Dr Ubiratã. a liderar este entendimento. Desafio Rafael Ronsoni a pensar Gramado em não apenas o ego. Sei que Vereador gosta e precisa de vitrine, mas eu desafio Manu a obter vitrine através de seu empenho por ser o elo de harmonia e não apenas voto de fechamento de embates. Desafio o Professor Daniel, para que com seu estilo pacificador, e principalmente líder de Governo, que promova este encontro entre Executivo e Legislativo, mesmo porque, se o Governo a quem representa, de fato respeitar a sua liderança, certamente atenderá ao seu apelo de um encontro de trabalho em favor da pacificação de Gramado. Desafio a Renan, Rosi, Volnei, da Saúde, a que colaborem com Luia e com quem os elegeu e que se engajem neste desafio. E o desafio é grande.
Mas eu desafio também você, querido Leitor e Perfumada Leitora, a cobrar destes personagens, atitudes progressistas e não mais confrontos. Eu fiz a mim este desafio e começo a cumprir nesta reflexão. Não estou falando de acomodação de ninguém. Oposição de ser oposição. Defender suas ideias e sobretudo fiscalizar. Governo continuará a ser Governo. deve governar, mas a favor do povo e não em defesa incondicional de deslizes dos tropeços pela inexperiência da chegada.
Goste ou não, restam ainda três anos e meio até a próxima eleição, e Gramado não tem tempo para cruzar os braços diante da crise que assola o País e o Mundo. Repito: O desafio é grande. Gramado tem que resolver o assunto do Hospital, o assunto da Educação, o assunto da Transparência, o assunto da Mobilidade Urbana, o assunto da poluição dos rios e arroios, e todos os demais assuntos que tiram o sono dos gestores públicos.
Lanço aqui um pedido aos Leitores: Enviem pelo menos três sugestões e três problemas de sua rua, bairro e cidade que gostaria de vê-os em debate, e com base nas respostas, direcionarei os temas do Blog.
Gramado merece, porque Gramado não será uma cidade linda sem pessoas felizes. E um dos caminhos da felicidade é o exercício pleno da cidadania.
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