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quarta-feira, 28 de junho de 2017

Uber X Táxi - Muito além dos sistemas, estão as Pessoas


Não sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem... Charles Chaplin (O Grande Ditador)



 
Tive uma emocionante declaração de uma querida leitora, taxista, que declarou ter refletido com cuidado sobre o que eu escrevi ontem, a respeito da situação entre UBER e TÁXI, onde foquei nas pessoas e não no meio de transporte em si, onde ambos os casos são o mesmo: um automóvel. De resto é apenas um sistema, onde, pelo pelo formato de gestão, consegue um ser mais acessível que o outro. Nada mais que isso.

Mas leio também nas redes sociais, que outra querida leitora tenha sido interpelada de modo abrupto pelas autoridades, causando com isso constrangimento e colocando seus proventos em risco, até que sua causa seja julgada e até que o uso do meio de transporte por meio do aplicativo seja regulamentado em Gramado.

Porém, a questão vai muito além de um sistema de gestão.É uma questão humana, o que pretendo analisar brevemente aqui, pois ações de truculência, seja por parte de autoridades, ou de alguns taxistas, que se revoltam pela invasão no espaço que consideram seu por direito adquirido, excede o crescimento civilizatório, e urge resposta das autoridades para que cessem os efeitos negativos que estão a dividir a sociedade. Verdade é que também existem excessos cometidos, fatos isolados, registrados por usuários do UBER, e até mesmo processos trabalhistas já julgados contra a própria empresa que detém os direitos do aplicativo de transporte público. Não há unanimidade em nenhum dos casos.

Quando falo na questão humana, cabe recordar que, já citado no artigo anterior, por trás dos dois sistemas de gestão, existem pessoas, famílias, desespero de causa, e aqui traço um paralelo entre aquelas ofertas de fortunas mirabolantes e viagens ao Caribe oferecidas por empresas multinacionais que fazem do marketing de rede sua ferramenta de negócios, e embora proporcione oportunidade para alguns, são na verdade um fogo fátuo momentâneo e que na maioria das vezes se esvazia pela desilusão, quando descobre-se que nada vem fácil, senão o infortúnio. E é o infortúnio do desemprego, do esfacelamento da Classe Média e o aumento da classe dos "Novos Pobres", que em muitos causos se embrenham nos recônditos da miséria, e pelo desespero abraçam todas as promessas e possibilidades de ganho, seja este fácil ou penoso, o que importa é a oportunidade.

O crescimento do aplicativo de transporte acompanha, pelos benefícios da tecnologia, o avanço acelerado dos costumes, que em jargão técnico, chamamos de tendências. E o uso destes aplicativos não é mais uma tendência, mas uma referência de que chegamos finalmente à era da tecnologia.

Tentar frear pela truculência, pela força da Justiça, ou pelo constrangimento, é o caminho mais descabido que se pode encontrar, porque não é ao UBER que se ataca, mas às pessoas que dele dependem para não falirem completamente. Assim como não é do outro lado, demonizando os profissionais do Táxi, na sua forma convencional, é pisotear em uma forma de trabalho que vem desde o tempo do Império. O que mudou foi apenas o veículo, mas o princípio é o mesmo. 

É necessário compreender os dois lados. Cabe às autoridades a sensibilidade de não jogar lenha na fogueira, mas contemporizar os ânimos, pois repito o que disse Charles Chaplin, no discurso do "Grande Ditador": Não sois máquinas, Homens é  o que sois!"

Rogo ao Prefeito Fedoca que lembre de suas origens, onde o pobre e o necessitado são o centro da atenção da autoridade,  como reza a Cartilha Trabalhista de Alberto Pasqualini.

"A doutrina trabalhista, cartilha pela qual rezamos politicamente, foi formulada por Alberto Pasqualini inspirado no trabalhismo inglês e na encíclica "rerum novarum" do Papa Leão XIII, nos tempos em que o nazifascismo de um lado e o comunismo de Moscou do outro, ameaçavam a paz mundial.
A conciliação entre o capital e o trabalho é a espinha dorsal desta doutrina do PDT, por isso somos o caminho do meio.
Os farroupilhas, liberais e republicanos que eram, acossados pelos predadores castelhanos e o descaso e as perseguições do império à província de São Pedro, levantaram-se contra a tirania e a opressão, em um grito de liberdade que até hoje ecoa nestas coxilhas.
Somos sim rebeldes, não aceitamos o jugo nem o cabresto. Nossa alma é libertária e independente e nela também se inspira o trabalhismo de Getúlio, Jango e Brizola.
Somos pela Paz, mas como dizia Leonel Brizola, também "Somos a mudança, as reformas, o voto rebelde."
Sapiran Brito, PDT, Bagé


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