Vamos falar mais um pouco de Saúde. Da Saúde da população. Da Saúde administrativa de Gramado. E então, hoje eu não vou criticar aquilo que a população vem classificando com pífia, insossa e ineficaz gestão tampão que vem ocorrendo no Hospital Arcanjo São Miguel. Não estou dizendo que o Gestor-Interventor seja ineficaz. Aí seria opinião sobre a pessoa e não sobre sua gestão. Estou fazendo referência ao modo com que é feita esta gestão, pouco transparente e cheia de sobressaltos.
Hoje meu comentário é proativo, construtivo. Fica muito fácil criticar sem oferecer solução. Isso é crítica vazia. E há várias soluções. Vamos à sequência então.
1 - Hospital Arcanjo São Miguel
Declare-se o Hospital Arcanjo São Miguel de (leia aqui o artigo comentado por juristas) UTILIDADE PÚBLICA, pelo prazo determinado por Lei. O que proponho com isso? Que o Prefeito convoque o Legislativo para um esforço de união, e declare o Hospital Arcanjo São Miguel,como Patrimônio de Utilidade Pública.
Isto feito, busque uma grande Universidade que demonstre interesse em implantar um Hospital Escola em Gramado, e que possa promover ampliação,porque existe uma área disponível que permitiria duplicar o hospital.
3- Que o Legislativo aprove uma Lei declarando aquela área de Preservação Histórica permanente, e proíba-se que seja utilizada para qualquer outro fim que não aquele destinado desde a sua fundação, lá nos anos 40.
O grande gargalo da administração hospitalar é justamente o nome: Administração Hospitalar. Isso não é tarefa para políticos, muito menos para politiqueiros. Não se resolve a administração da Saúde de um Município largando jornalecos pelas casas, mas com ciência,. E lugar de ciência é nas escolas, nos laboratórios.Nas Universidades. Então, Universidade nele.
2 - Sede Administrativa do Município
Volto ao assunto, com algumas ponderações e adendos sugestórios (adoro estes neologismos fajutos que invento) para a estrutura física da Prefeitura.
Utilize-se a estrutura da Expogramado para este fim. Está pronto. Me respondam: Um Município que não tem nem um hospital decente, que tem rios poluídos, que tem problemas do tamanho da fama que tem, precisa mesmo de um Centro de Eventos público? Mas, se os eventos são geridos por uma Autarquia, que obtém lucros, e muitos lucros com os eventos, por que então não pode pagar pela locação de um Centro de Eventos particular? E caso tenha problemas ideológicos com o proprietário de um Centro existe, com certeza não faltará interessado em construir um novo e mais bem equipado para suprir a demanda e gerar mais ofertas de eventos, o caminho natural do Município.
O que fazer com o prédio atual, o que está se desmanchando de podre? Marreta nele. Não em todo. mantenha-se a arquitetura do prédio da frente, e transforme-se o espaço dos pavilhões em estacionamento vertical e uma bela praça de recreação, ou uma sala de concertos. Um belo teatro,por que não? Negocie-se com um empreendedor que construa isso e o explore por vinte anos. O lucro será mais uma opção e ao largo dos vinte anos,outro patrimônio de grande valor.
Gramado não pode mais esperar pela boa vontade da Congregação que detém o patrimônio de todos. Pedem, talvez cerca 45 milhões pelo imóvel. Não vale mais de 20 milhões. E mesmo que sejam gastos os vinte milhões, em poucos anos, estará a Comunidade às voltas com novas dívidas, novos problemas, porque o problema ali não é de patrimônio, mas de gestão. Vale lembrar que durante várias décadas, o HASM teve uma gestão eficiente. Mas no dia em que mudou de gestores, por política interna da Congregação que o mantinha, a coisa desmoronou. Foi uma trapalhada atrás da outra. Então, está provado que é na gestão que está o gargalo. E é na gestão política que pode estar a solução.
Querido leitor e perfumada leitora. Estou convocando você para que cobre isso dos políticos. Eles são os SEUS políticos. Você paga seus salários, portanto cobre deles horas extras e dedicação. Cobre soluções. Pressione nas redes sociais, com elegância, com delicadeza, mas com firmeza.
Cobre do Luia, Presidente da Câmara, e do Fedoca, Prefeito, que deem a arrancada para estas soluções. Ou sejam quais forem elas. O que não pode é Gramado, que durante mais de meio século, sustentou e foi servido por aquela instituição, o HASM, fique à mercê de pirraças políticas e jogo de interesses financeiros para aurir vantagens por conta da supervalorização de um patrimônio que, até onde eu saiba, nunca foi de fato doado à instituição alguma,mas foi sendo encampado pelo uso e pelo tempo, e que hoje, em lugar de ser devolvido à população, torna-se alvo de disputas, onde pessoas nascem e morrem. Talvez você tenha nascido lá. Talvez tenha lá tambem feito a última despedida de quem muito amou.
O Hospital não é apenas um patrimônio que vale dinheiro. É uma historia de vidas que estão sendo contadas todos os dias.
Do mesmo modo, a Prefeitura é o lugar onde o Povo sonha por dias melhores através de seus gestores. É onde a cidadania acontece.É onde a historia se perpetua.
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